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Os raios solares que atravessavam a janela de vidro do quarto atingiram o rosto de Harry, o despertando de um sono longo e profundo. A primeira coisa que sentiu foi uma pele quente e macia abaixo da sua cabeça, seguida de sons ritmados de um coração que pulsava calmamente. Assim que sentiu o cheiro amadeirado dos feromônios de Louis invadirem suas narinas, seu cérebro voltou a racionar. Suas bochechas se ruborizaram suavemente ao se lembrar de tudo o que aconteceu na noite anterior.

Suas pernas estavam entrelaçadas por baixo do lençol branquinho. Suas peles se tocavam. Harry se sentia diferente naquela manhã, era como se uma peça que faltava no quebra-cabeças que era a sua vida houvesse finalmente encontrado o seu lugar, e se encaixado. Surpreendente, o ômega sentia uma sensação inexplicável de genuína felicidade.

Ele ergueu sua cabeça e observou Louis dormindo, com sua respiração calma. Será que eu estou me apaixonando por ele? Harry se questionou. Não iria mentir para si próprio, Louis o causava reações completamente inéditas e isso o intrigava. O ômega ficou por alguns minutos, ou talvez horas, observando o alfa dormindo. É, eu estou. Concluiu. Tomlinson estava ganhando sua atenção desde o momento em que apareceu na sua porta no meio da noite se referindo a ele com o apelido carinhoso Ange.

Louis era de fato encantador, e Harry estava se apaixonando. Mas, o ômega sabia que não era só isso, ele sentia que havia algo a mais. Suspirou, decidindo que queria aproveitar aquele momento pelo máximo de tempo que pudesse. Por isso, voltou a dormir, agarrado ao alfa.

[...]

Quando o ômega acordou, um tempo depois, Louis não estava mais na cama. Harry apalpou o lugar do outro e sentiu aquele lado da cama ainda quente, mas vazio. Seus olhos entreabertos varreram o quarto com decoração requintada e viu Louis sair do banheiro, vestindo uma calça moletom, ainda com o peito nu.

Quando notou que o ômega estava acordado olhou na direção do mesmo. O olhar do alfa era intenso, como se enxergasse a alma do outro lupus.

— Bom dia, Ange. — Sorriu, andando calmamente em direção a cama.

— Bom dia, Lou. — disse com a voz rouca. O alfa se sentou ao seu lado na cama. Harry olhou ao redor e notou uma bandeja com suco, frutas, pão, queijo, mel, panquecas... o ômega estava faminto. Entre todas aquelas coisas, havia uma cartela de remédios.

— Coma, ômega. — Louis incentivou, colocando a bandeja em seu colo. — Imaginei que fosse pedir. — falou, se referindo ao remédio. Harry sorriu agradecido.

— Eu iria tomar assim que chegasse em casa, mas obrigado, alfa. — Harry nunca esquecia de tomar a pílula do dia seguinte, que sempre foi um ótimo método anticoncepcional. Louis se aproximou, dando um selinho nos lábios do ômega.

— Eu tinha esperanças de que você ficasse aqui em casa hoje. — disse, colocando suco de morango em um copo. — E não tive problemas nenhum em comprar para você. — O alfa pegou uma uva do cacho e levou até os lábios entreabertos de Harry. O ômega comeu a uva, aproveitando para passar a sua língua quente nos dedos de Louis, de forma sutil.

— Você é sempre assim tão atencioso na manhã seguinte? — Harry diz baixo. Em sua cabeça, ele não considerou por nenhum momento a possibilidade de ele sido o único caso de Louis que pisou naquela casa. Uma voz no fundo da sua mente insistia em o fazer acreditar que ele era só mais um para Tomlinson. Louis franze o cenho, não entendendo o porque da pergunta.

— Na verdade não, não sou do tipo que que dá esperanças para algo maior se eu não tenho nenhuma intenção disso acontecer. Então não, não sou costumo ser atencioso. — dessa vez, Harry é quem é surpreendido. Louis estava dizendo que pretendia ter algo maior do que uma ficada de uma noite comigo? Harry se perguntou. Ele não conseguia entender o porque de Louis Tomlinson ter qualquer interesse em si.

Double Life [L.S] ABOOnde histórias criam vida. Descubra agora