Aisha - A Noiva do Lorde

Capítulo 8

⚠️ AVISO! ⚠️
Este capítulo contém cenas de sequestro e abuso, podendo causar gatilho.
Leia com responsabilidade.

Carston Castillo, o Duque Castillo, bebeu do vinho em sua taça lentamente.

Seus cabelos ruivos estavam perfeitamente organizados para trás e o paletó verde era da cor dos olhos de Aisha. O Duque estava com a feição relaxada, mas seus ombros nunca estiveram tão pesados e tensos. Porém, para um observador mais cuidadoso, apenas pensaria que estava cansado de mais uma daquelas festas.

Desde que Pinoua havia tomado o poder, ela dava festas enormes como aquela todas as noites. Era quase como se quisesse que todos esquecessem que ela havia tirado o soberano deles do poder, que se distraíssem com bebida, comida e música, apenas para não interferirem em suas ações.

Carston era um dos que sabia o real significado de toda aquela festança, mas continuava fingindo ser um leal seguidor da Baronesa. Afinal, sua filha era refém dela agora. Ele precisava ser muito cuidadoso.

- Como está, Duque? - uma voz grossa lhe chamou a atenção.

Carston se virou, dando de cara com um dos apoiadores de Pinoua. Se o Duque não se enganava, ele se chamava Oliver. Era um aristocrata egoísta e poderoso conhecido pelo ego e suas enormes joalherias. Oliver tinha minas de sal e pedras preciosas em seu nome, mas o que o fez enriquecer e crescer, foi o fato de fundar sua própria fábrica de refinamento de pedras, vendendo-as logo em seguida. Ele era dono de tudo que ia desde a mineração até a venda das joias que minerava, sem a perda de lucros para terceiros.

- Muito bem, Oliver. E você?

O homem deu um sorriso, segurando uma taça de champanhe.

- Estou bem também, obrigada por perguntar. - ele disse. - O que está achando da festa?

- Está muito boa. - Carston respondeu, bebendo seu vinho.

- Não me parece que pensa assim. Só fica aqui, sentado. - Oliver gesticulou para o salão. - Venha aproveitar.

O Duque sorriu, apesar de querer fazer careta.

- Sabe... - Oliver continuou, falando baixo de repente. - Se está entediado, eu e os outros aristocratas arranjamos uma diversão interessante.

Carston franziu a testa, olhando para o homem. O que ele estava querendo dizer?

- Venha comigo e lhe mostrarei.

Ele pensou em recusar, porém a curiosidade tomou conta, fazendo-o se levantar e seguir Oliver. O homem levou-o para uma pequena porta que ficava escondida entre enormes cortinas e o que Carston presenciou lá dentro, fez com que ele tivesse vontade de vomitar.

Havia vários homens, sentados em poltronas confortáveis e grandes, conversando e bebendo, entorpecidos. Eles estavam todos com as roupas desabotoadas e largadas, gritavam e gargalhavam, falando alto, mas tão desligados das coisas que mal se importavam. Um cheiro forte de ópio subia pelo ar e Carston tampou o nariz, reconhecendo a droga. A falta de luz, junto com a fumaça fazia o ambiente ficar com um ar obscuro. Mas não foi isso que o fez ficar com tanto ódio que poderia botar fogo naquela sala toda.

Em algumas poltronas, haviam mulheres nuas. Elas tinham os olhos apagados e sonolentos, como se estivessem drogadas. Vários homens passavam a mão em seus corpos, tocando seus seios e curvas sem pudor. A pele delas estava suja e marcas as cobriam. Algumas mal conseguiam manter os olhos abertos, à mercê dos lordes. Elas resmungavam coisas de vez em quando, faziam caretas, mas sempre eram levadas pela droga, imersas num mundo no qual não sentiam nada.

- Eu sei. Incrível, não é? - Oliver perguntou, olhando a reação de Carston, confundindo a surpresa com fascinação. - E se quiser mais do que só olhar, é só levar uma delas para aqueles quartos.