Capítulo 49 - Carente

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Camila Cabello  |  Point of View




Eu estava com um sorriso enormemente satisfeito em meu rosto, Lauren com o corpo nu deitado sobre o meu... só me fazia suspirar. Acabamos de fazer amor, Lauren pegou no sono e eu estou aproveitando o calor gostoso que emana de seu corpo.

Fiquei acariciando suas costas e sorrindo como uma retardada. Liguei a TV e selecionei a câmera do quarto de Apolo
que dormia tranquilamente. Ai ai... eu ouvi falar sobre vida perfeita, mas nada se compara a minha satisfação e paz de espírito no momento.

Eu tenho dores no corpo e tremores que vão me acompanhar eternamente, as vezes sinto falta de fumar... isso é algo que não posso mudar... vai ficar comigo até o fim, mas ver uma foto dos dois faz tudo melhorar.

E quando eu estou muito na fissura, Lauren dá um belo jeito de me distrair. Um jeito que é só nosso...

Ajeitei-a ao meu lado na cama, cobri seu corpo e beijei seu rosto. Desliguei as luzes e deixei a TV ligada, admirar meu pequeno dormindo tranquilo era maravilhoso.

Não posso... não me aguento. Tenho que cheirar meu pequeno. Levantei e logo estava ao lado do berço do meu pequeno. Fiquei um tempão o observando.

Ele abriu seus olhos verdes e sorriu para mim. Inclinou os bracinhos e logo o peguei, sentindo o aroma de bebê do pescoço dele.

Sentei-me na poltrona ao lado de seu berço e o deitei sobre meu peito, fiquei acariciando os cabelinhos dele e logo peguei no sono.

Acordei com ele tocando minha boca. Ele sorria e eu sorri pra ele. Olhei para porta e Lauren estava parada ali.

— Bom dia, príncipe.

— Dia, mamãe. Dia, mama.

— Bom dia, príncipe.

— Tô di fominha.

— Vamos nos escovar que a mama vai fazer um super café para nós.

— Eba! – Ele comemorou e fomos para o banheiro. Vesti ele e depois fui colocar um moletom.

Ajeitei-o na cadeirinha e me sentei, mas lembrei que não havia cumprimentado Lauren, então me levantei e a abracei por trás, mas ela se esquivou. Estranhei tentei beijar ela e ela virou o rosto.

— Aconteceu alguma coisa?

— Não.

Fiquei a encarando, lógico que aconteceu, mas deixei pra lá, me sentei ao lado de Apolo e o ajudei a comer.

Logo estávamos brincando com tratores na varanda, lembrei que Lauren estava estranha e fui procurar ela.

Ela estava na sala com o celular conectado a TV. O vídeo era nosso, ela estava me filmando estávamos no Canadá. Eu estava olhando para o horizonte ela filmou o horizonte e o nascer do sol era de tirar o fôlego.

Fiquei na porta ela levou a mão ao rosto e passou o vídeo para frente.

“Você vai me trocar pela primeira vadia que aparecer. Cabello é um nome galinha, você é uma galinha...” Ela disse e eu revirei os olhos.

“Lógico que não! Eu seria uma imbecil se deixasse uma mulher como você de lado.”

“Eu sei que vai!”

“Não vou. Eu vou te amar pra sempre e em todas as manhãs o meu bom dia vai ser acompanhado de um eu te amo. Para você nunca duvidar do meu amor.”

Ela voltou o vídeo nessa parte e novamente levou a mão ao rosto novamente e quando ela fungou senti meu coração quebrar em mil pedaços... senti os estilhaços contra meu peito.

— Porque você está chorando? – Eu perguntei e ela se assustou tirando o vídeo e limpando o rosto.

— Não estou chorando.

— Claro que está. O que houve?

— O Apolo não pode ficar sozinho na varanda.

— Eu fechei o portal da varanda. O que houve?

— Ele não pode ficar sozinho do mesmo jeito. Vai cuidar dele, minha mãe vai vir me pegar para um chá e eu tenho que me vestir. – Eu segurei o pulso dela e ela fez um movimento brusco para se soltar.

— Nossa, Lauren. Sou eu... pra que isso?

Ela não disse nada, só saiu do cômodo e me deixou falando sozinha. Fui à varanda e sentei no balanço, logo Clara chegou, me cumprimentou e ficou conversando com o neto. Ouvi o barulho na porta e Lauren saiu, estava com um vestido azul lindo, ela esta fazendo academia e o vestido só reforçou o quanto de efeito isso faz nela. O corpo é dos deuses.

Ela pegou Apolo no colo o encheu de beijos e ele gargalhava, adorava quando a mama dele fazia aquilo. Me preparei para ganhar um abraço, mas ela o deixou no chão.

— Podemos ir, mama. – E caminhou até o carro da mãe. Eu fiquei perplexa.

— Até logo, Camila.

Ela entrou no carro e eu fiquei o encarando fixamente. Não entendo o real motivo de tudo aquilo.



Lauren Jauregui  |  Point of View



Assim que minha mãe arrancou o carro eu comecei a chorar desesperadamente.

— Oh meu Deus, filha. – Ela ia parar o carro.

— Não para. Me leva pra algum lugar.

— O que houve, amor? – A mão dela repousou no meu ombro.

Ela dirigiu até o píer e logo estávamos sentadas a beira dele.

— Você está me deixando aflita, filha.

— Você vai achar uma bobagem.

— O que está fazendo minha garotinha chorar não pode ser considerado bobagem.

— É que... quando eu nasci meu pai deixou a senhora de lado? – Ela sorriu olhando para o horizonte.

— Sim... é natural minha filha. Ele sempre quis uma princesinha e você nasceu. Ele ficou louco com você.

— Mas a Camila... ela nem se lembra de me dar bom dia, raramente diz que me ama, as últimas declarações dela são com obrigada pelo príncipe. Eu ralo um monte na academia, pensei que a falta de atenção dela fosse por conta do balão que me tornei após o Apolo, mas ela nem nota. Nem lembro a última vez que saímos sozinhas e... quando fizemos amor acordo sozinha e nua em uma cama fria.

— Camila pensou que não teria...

— Filhos. Eu sei disso! Eu só queria um pouco de atenção... eu passei horas em um salão alisando meu cabelo e a senhora acha que ela notou? Só brigou comigo por ter demorado e Apolo estaria dormindo na casa dos pais dela e eles não a deixariam acordar-lo... e seria uma noite longe dele. Ela foi notar quando meu cabelo já estava desfazendo. Não estou dizendo para ela abandonar o filho... só acho que depois de tudo que passamos, teria um lugar especial sempre com ela.

Minha mãe nada disse, só segurou minha mão e ficou olhando para o horizonte.

NÃO ESQUEÇAM!

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Caindo na RealOnde histórias criam vida. Descubra agora