Capítulo 6

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Nem percebeu quando ficou tão imerso em seus pensamentos mais melancólicos, apenas sentindo uma tontura estranha e tudo distorceu, e quando passou, notando que carruagem havia mudado de localização… como ela foi tão rápida?? Não pediu permissão, somente ergueu o olhar de forma reta para não encarar a presença dos homens mortos que o acompanhou durante a viagem. Dali, desceu, encarando a longa ponte sobre um rio, que ligava até uma altíssima montanha.

Fitou o enorme castelo e toda a sua glória. O lar da família real e das pessoas super importantes, que possuíam tanto dinheiro quanto ego. Uma enorme fortaleza de pedra, com enormes janelas espalhadas pelos andares, também altas torres com telhados triangulares azuis, espalhadas por diversas partes da construção, algumas de vigia, outras eram os quartos de membros da família real, onde era capaz de monitorar a maior parte dos vilarejos. Por que deixar pessoas tão importantes em um local tão óbvio e vulnerável? Grande questão. A resposta pode ser que ao redor das torres, por trás de altas e imponentes muralhas, haviam grandiosos e amedrontarem canhões, prontos para atacar e dilacerar qualquer ameaça e defender a pátria. Soldados com arcos não cochilavam e estariam dispostos a darem suas vidas para protegerem a realeza.

Spency nunca foi tão fã da realeza, sempre idealizou eles como pessoas ricas, bonitas e egoístas, que tratavam seu povo como porcos ou escravos, usando sua população para manter de pé seus luxos e regalias. Não se imagina prostrado perante algum daqueles cabeças vermelhas da família Marx. Porém, inegável como a beleza da enorme fortaleza de tijolos era de tirar o fôlego. Em questão de tamanho, bom, deveria caber seu humilde vilarejo lá dentro.

— Levem os corpos desses soldados para o centro da CIC — após a ordem de Klous, soldados com armadura cor de bronze, que Spency não havia dado a menor atenção, se mobilizaram para essa tarefa. — E o corpo do civil para a CPBM.

O olhar frágil e marejado do jovem garoto em luto foi guiado até uma estátua branca, que exalava poder e grandiosidade na frente do castelo. Um glorioso leão deitado de forma autoritária, com olhos penetrantes que pareciam dar vida à criatura. O deus supremo, o ser que traz bençãos a todo o reino. Spency tapa a boca rapidamente ao pensar: “se essas são as bençãos que você tem para o reino, favor melhorar”. Que blasfêmia. Podemos apenas rezar que o alto som feroz que acaba de ser ouvido, tenha impedido a entidade de ouvir os pensamentos dele.

Finalmente Spency parece ter despertado, observando os arredores da ampla área verde, com flores, arbustos e algumas arvores congeladas. O trombetar de um mamute foi o responsável por isso. Tal animal gigantesco estava revestido por armadura de prata e recebendo cuidados de alguns soldados, e não havia somente um. Assim como os cavalos e outra criatura monstruosa chamada popularmente de “dente-de-chifre”, faziam parte do elenco animal do exército, sendo os gigantes para batalhas, os equinos para passeios. E se o dono desses pontudos par de marfins resolvesse se rebelar, como que fica?

— Gostou da viagem instantânea? — Klous fica ao lado de Spency e dá um tapinha brincalhão nas costas dele. Percebe então seu fascínio pela fortaleza. — Nunca esteve no castelo? — o garoto apenas nega com a cabeça. — Dá pra ver pela sua cara. Pra tudo tem uma primeira, não é?

Mantém a mão nas costas do garoto e o guia para uma enorme passagem para dentro do castelo, caminhando por cima do grande portão de madeira que estava arriado.

Spency havia pensando que comtemplaria da luxúria do castelo, porém estava bastante enganado. Repentinamente, foi tomado por uma tontura e então tudo rodou e distorceu novamente, lhe dando uma forte dor de cabeça. Cambaleou, se estabilizando. Observou que estava em um local totalmente diferente, com diversos soldados escrevendo sobre mesas, discutindo sobre assuntos que soavam criminais, e várias portas dos dois lados do enorme salão. Soube imediatamente onde estava ao ver o brasão da face dourada de um leão com uma coroa de louros em uma parede. Estava no salão da CIC.

Hutbus IslandWhere stories live. Discover now