Capítulo 53

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Paulo André. 14h27.

Pai.

Mãe.

Thays.

Éramos nós quatro.

Estávamos nós quatro. 

Encarei todos. 

Todos me encararam. 

Eu já não conseguia mais erguer a voz. Muito menos estava com vontade para fazer isso. 

Mas precisava.

Sentado na cadeira, na mesa de jantar, entrelacei as minhas mãos e respirei fundo antes de começar. 

-Eu sempre tive um carinho e um respeito gigante por ti, principalmente depois que nosso filho nasceu. Já conversamos inúmeras vezes sobre nós, e a meses tudo isso ficou claro e resolvido. Tu não é louca. Por que isso tudo? Tu sabe que não vai rolar eu e você nem a força. Então porque isso tudo?

-Eu sempre fingi, PA. Sempre concordei com tudo por respeito a sua família e ao nosso filho. Mas já não da mais. Eu não aguento mais. Eu precisava pensar em mim. Eu precisava me priorizar. Eu preciso de  nós. 

-E pra fazer isso você precisava mentir? Precisava passar por cima da gente? Tu precisava fazer o que ta fazendo?

-Tentei de todas as formas para não acontecer isso..

Ela abaixou a cabeça. Continuei:

-A e se não deu do jeito certo, tinha que dar do jeito errado..?

-Ai, PA. Por favor. Mano, não é possível que do nada tu não sente mais nada por mim..

-Não é do nada, Thays. Não é do nada!! 

-Mas iríamos tentar, por ele! Tu mudou de ideia depois do bbb.

-BBB não vem ao caso agora. Nós não vamos ficar juntos, firmeza? Coloca isso na tua cabeça...

-Thays..

Meu pai chamou nossa atenção. Continuou:

-Eu e a Mary não concordamos com nada do que tu anda fazendo. Temos algumas opções para melhorarmos essa situação, e esperamos do fundo do nosso coração que tu pense bem, principalmente pelo teu filho, e tome uma sábia decisão. 

Thays ouvia todas as palavras do meu pai atenda. 

-A primeira opção é você vir morar aqui em casa definitivo com o Pazinho. Nós iremos continuar dando tudo o que vocês precisam, toda atenção e priorizar o bem estar do filho de vocês. A segunda opção é tu escolher uma casa ou um apartamento. Será da mesma forma, vamos continuar com todo o suporte pra vocês dois. Paulo André anda fazendo muitos trabalhos em São Paulo e Rio de Janeiro, então ele vem visitar o Pazinho quando tiver uma folga na agenda.

-Ou seja, não vamos morar juntos?

Thays questionou. Percebi sua mudança de humor quando ouviu as últimas palavras vindas de meu pai.

-Ambas opções Paulo André não estará, pelo menos por enquanto, morando com vocês. 

-Sem chances. Ou moramos todos juntos ou nada feito. Eu já to sempre aqui. Qual vai ser a diferença? Prefiro continuar como está.

-Essa opção não existe Thays. Eu não vou ficar no mesmo ambiente que você. Ou por um acaso você vai parar de fazer tudo o que está fazendo? Porque se isso acontecer, dai sim podemos conversar sobre.

Comentei, continuando:

-Eu vim aqui pra dar um basta em tudo o que a semanas tu ta fazendo. E não adianta se fazer de besta, porque tu sabe muito bem do que eu to falando. Separei da Jade por tua culpa, e não satisfeita, ainda meteu nosso nome em Instagram de fofoca. E outra coisa, ninguém sai daqui hoje enquanto tu não ir se retratar e dizer que foi um engano.

-ENGANO, PA? Engano???? Ela disse claro e em bom tom que vai acabar com nossas vidas.

-TU FOI NA PORTA DA CASA DELA ENXER O SACO, THAYS!

-PA...

Minha mãe me repreendeu. 

Respirei fundo. Me ajeitei na cadeira. Continuei:

-Tu tem essas opções; morar aqui, escolher outro lugar ou, ficar do jeito que ta, entre aqui e na tua casa. Mas com a consciência de que não vamos ficar juntos em nenhuma das opções.

-Eu moro aqui. Mas quero que TU também tenha a consciência de que eu não vou desistir tão fácil de nós. E se tu aparecer com qualquer outra mulher, eu volto a fazer da tua vida um inferno, porque se tu não vai ficar comigo, não vai ficar com mais ninguém. 

-Que isso Thays?

Questionou minha mãe. Continuou:

-Eu sempre tive você como uma filha. Isso é loucura. Eu não vou deixar você fazer o que ta fazendo com a vida do meu filho não. E se você não deixar ele em paz, quem vai atrás de advogado sou eu, e ainda faço de tudo pra ficar com a guarda do meu neto. O que não é difícil já que o menino é mais criado aqui com os avós do que com a própria mãe. 

-Isso é um basta que estamos tentando dar antes que as coisas piorem, Thays.

Comentou meu pai. Ambos falavam calmos, mas era evidente a tensão. Ele continuou:

-Amamos você. O melhor presente da vida para nós, veio de você. Agora, se tu quer acabar desse jeito, não temos como te defender. O que tu anda fazendo é muito feio, eu nunca imaginei. Em dias tu conseguiu destruir toda a confiança e amor que nós sempre depositamos em você. Por Deus, isso é terrível. Essas atitudes são... 

-Seu Carlos...

Thays pegou nas mãos do meu pai, depositadas em cima da mesa. Continuou: 

-Vocês são meus pais e eu continuo amando vocês. Mesmo eu sabendo que vocês gostam da outra lá também.. enfim... Esse amor que vocês tem por mim não precisa mudar.. Basta o PA querer continuar que nossa família fique unida. 

Meu pai afastou suas mãos das de Thays.

-Três opções. Tu tem três opções. Ou tu escolhe uma delas, ou como todos já comentamos, vamos atrás dos nossos direitos. Paz ou guerra, Thays. Tu escolhe. 

-Vocês não vão ter coragem de fazer nada disso...

Thays respondeu meu pai. 

-Ah não? Pois saiba que meu advogado já está a par de tudo e inclusive antes de sentar aqui conversar com você, eu estava em ligação com ele. 

Thays encarou suas mãos. Respirou fundo. Não sabíamos quais seriam seus próximos passos, mas ali, naquele momento, ela estava encurralada, e isso, me fez se sentir um pouco melhor. 

Sinais de que estamos avançando. 

-Aonde eu vou morar não me importo. Podemos continuar do jeito que estamos. Mas como eu disse, se PA não ficar comigo, não fica com mais ninguém. Essa é a minha condição.

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