Capítulo 22

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Por isso, de imediato e com cuidado para não acordar Bruna, eu me levanto, alcanço o meu celular e ligo para alguém que eu conheço muito bem e que, de acordo com ele mesmo, me deve um favor.

— Fala, dotô. — Ao fundo, ouço um barulho típico dos bailes funk da Pereirinha. — O que manda, meu irmão? Se tá ligando uma hora dessa é porque tá rolando alguma bronca. Tô certo?

Com cuidado, abro a porta da varanda, e para não ficar muito a vista, me sento em uma poltrona.

— Mau, você deve saber da minha mulher, que apareceu aí na entrada da Pereirinha essa semana. Bruna Albuquerque.

Ouço quando ele dá risada.

— Eu sei, eu sei, os mano me contaram. Só não me passaram a real que agora você divide com outro. Que brisa errada é essa, parça? Fiquei sabendo da mina da BMW, já estava até torcendo por vocês, e pra minha surpresa, essa manhã ela aparece ao lado de um político. Que ideia errada é essa, dotô?

Eu já imaginava que o chefe da Pereirinha ia me questionar sobre isso.

— Eu sei que ninguém irá saber sobre essa conversa que vamos ter. O que eu vou te contar é algo muito sério.

— Pô, pode confiar, você ajudou a colocar no mundo meu herdeiro. Tá ligado que isso é pra sempre, véi. Ver o Mauricio Wesley crescendo a cada dia me lembra da dívida eterna com você, irmão. Sem falar nos atendimentos que você faz aqui para as tias, crianças, fora as consultas no hospital de rico que você consegue de grátis. Você não se esqueceu de nós, eu não vou esquecer também.

Então, por confiar no único laço que nos une, que é nascer na mesma quebrada, e salvar o seu filho, conto tudo o que está acontecendo.

— Eu preciso descobrir algo muito pior do governador, só assim Bruna vai se livrar dos filhos da puta.

— Tem outro jeito, irmão. Bala no meio da testa pra não ter erro.

Eu imaginei que ouviria tal sugestão.

— O desgraçado com certeza tem comparsas, não é apenas ele que deve saber das coisas. Preciso realmente ir no núcleo e calar o infeliz.

— É, meu irmão. — Ouço umas batidas. — Eu vou precisar de tempo, ir comendo nas beiradas, tá ligado? Só assim vou conseguir uma fonte que esteja disposta, por algum benefício, contar algum podre real do governador. E você sabe que esses caras do colarinho branco tem o rabo preso com alguma coisa. Eles sempre têm. Você só precisa ter paciência, e pelo que acabo de ouvir essa merda toda não vai ser resolvida com besteira. Vamos encontrar no caminho de toda investigação alguma compra de pó, umas prostitutas, mas isso talvez não faça ele dar pra trás. Tem que ser coisa pesada.

Eu entendo bem o que ouço.

— Você acha que vou ter alguma resposta em quanto tempo? Não quero pressionar, mas preciso livrar Bruna e sua família dessa enrascada.

— Mano, eu não vou marcar hora. Cê tá ligado que eu posso conseguir a parada em dois dias ou vou precisar de mais tempo, de um até três meses. É incerto, esse povo não faz contato direto com as merdas. Só te digo uma, irmão, fica ligado na sua mina, e caso precise que alguém execute o plano A, é só me dá um toque.

— Não vamos precisar, até porque eu prefiro que o desgraçado pague com a mesma moeda. Que ele veja o sol nascendo quadrado.

— É válido, é válido.

— Paulo… — A voz de Bruna chama a minha atenção, e em seguida ela se aproxima de mim e me abraça por trás. — Senti sua falta na cama.

Quase esqueço que estou em uma ligação, então, antes de responder, lhe mostro o aparelho celular.

— Vou deixar vocês aí no sentimento e qualquer coisa me ligue. Beleza?

Depois que me despeço de Mau, volto a minha atenção para a Srta. Albuquerque.

— Eu não queria te deixar sozinha, mas precisei entrar em contato com uma pessoa que pode nos ajudar.

Como a noite está um pouco fria, a levo para dentro do quarto e voltamos para a cama. Em seguida conto sobre a alternativa que encontrei.

Bruna parece ficar surpresa com o que acaba de descobrir e também fica paralisada.

— Você acha que pode dar certo?

— Acho sim. Infelizmente o seu caso não pode ser resolvido com dinheiro.

— Não. — Fica um pouco pensativa. — Então quer dizer que um homem, que provavelmente é visto como vilão da sociedade, pode ser um dos heróis da minha história?

O seu pensamento abre um leque para uma longa conversa, mas por hora decido fazer apenas um comentário.

— O povo esquecido muitas vezes precisa dos seus próprios heróis. Acredite, para quem é verdadeiramente pobre e necessitado, em muitas ocasiões os vilões são os políticos. São dois lados da mesma moeda. Dentro do Brasil, existem várias nações.

Ela parece um pouco sem jeito.

— Claro que não sou uma desavisada. Sei de muita coisa que está acontecendo, mas de maneira mais profunda eu estou aprendendo agora — lamenta, mas quando baixa a vista, acaba olhando para o meu peitoral, e como estamos com uma iluminação baixa por conta do abajur localizado na mesa de cabeceira, o seu olhar encontra o meu pau e morde os lábios. — A conversa está séria, mas eu preciso te contar que já estou toda molhadinha.

Puta merda.

— Bruna, eu não vou negar que eu quero muito te foder mais uma vez, mas você está bem?
Com uma mão ela me empurra na cama, monta em mim e fica roçando sua boceta quente em todo meu comprimento.

— Eu estou ótima.

— Então senta gostoso, vai.

Já volto ♥️

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