Capítulo 7

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Em um mundo onde a presença da escuridão abraça a maldade. Iluminado somente por uma luz vermelha de um grandioso astro, tocando aquele chão montanhoso repleto de musgos e se fundindo com sangue. No céu, não há estrelas, apenas neblina, e assim sempre será. Seus habitantes não parecem se incomodar com um ambiente tão mórbido.

Na mais alta montanha do local, havia um castelo da cor das trevas e totalmente em ruínas. Estava tão destruído que valeria mais a pena demoli-lo e construir outro do que reformar. Mas, de fato, o rei local não pretendia ficar lá por muito tempo.

Garras grandes e afiadas se apoiaram em um cajado de madeira, e então uma pequena tromba foi encaixado na ponta do instrumento de guerra. Iluminou-o em marrom, transferindo para tal essa energia. Era uma Aura, pertencente a um herdeiro de Volkin.

— Ah, muito bem, Gardus — elogiou um homem com voz grossa, pegando novamente para si aquele cajado.

A criatura era mostruosa, negra e peluda, e suas vítimas inocentes já tiveram o desprazer de conhecê-lo. Com passos pesados e animalescos, caminhou para trás e emitiu um leve rugido.

Enquanto isso, o homem ruivo que possuía o cajado encarava sua arma iluminada em marrom com uma mistura de nojo e satisfação. Muito possivelmente por seu glorioso cajado distorcido  estar brilhando na cor de uma descendência tão inferior e que julgava desprezível, o que também lhe trazia a felicidade de saber que o dono da Aura estava morto, parecendo gritar meio aquela arma com pequenas ramificações pontudas e no topo tão longas que pareciam tentáculos tesos de madeira. E mais do que isso: que seu plano estava fluindo perfeitamente.

Guiou seus olhos azuis para três pessoas que assim como ele, usavam longas túnicas pretas, e que nesse caso omitiam seus rostos com uma máscara leonina de cor branca e cobrindo a cabeça com um capuz. Estavam alinhados lado a lado e com uma postura ereta.

— Não gosto de elogiar antes da hora — reveza o olhar entre os mascarados. — Mas vocês estão de parabéns. Essa é a décima primeira vítima, facisnante — observa agora seu cajado voltar a ser marrom por conta da madeira que o compõe, e não pelo brilho de uma Aura inútil. — Presumo que pertença à Virgin Volkin.

— Exatamente, Lorde — uma voz masculina veio de um dos mascarados.

Alisa sua barba cheia e tão vermelha quanto seus cabelos lisos e volumosos, satisfeito com a resposta.

— Mattew, Virgin e Bernan — sussurra olhando para o cajado com um sorriso. — Aqueles que Spency mais amava na palma da minha mão — não se contém e gargalha sutilmente. — Isso deve desestabilizá-lo em um nível devastador.

— Permissão para falar, Lorde Holter — o mascarado da direita se revela uma mulher, e seu lorde assente com a cabeça. — Pelo que viagiei ele, sim, está devastado.

— Que coisa espetacular — ri em glória. — Agora, só falta ele — fica sério. — Por mais que matar essas pessoas esteja sendo fácil, estamos enfrentando problemas demais para matar Spency. É com você mesmo que estou falando, Proud. Não ouse falhar uma terceira vez, não podemos mantê-lo vivo por nem mais um segundo!

— Sim, meu Lorde! — o homem confirma.

— Preciso que deem um jeito de traga o livro de profecias que está com Júdith, aquela bruxa maldita estar com algo tão valioso em mãos é uma verdadeira arma.

Todos gritam em exclamação, e talvez seja sua forma de falar, o animal de aparência híbrida emitiu um som estranho pela tromba.

— Ótimo, dispensados — vira as costas e retorna para seu antigo castelo.

Os servos então começam a descer a montanha, onde estavam na presença dos formidáveis terradorcus, que claro, em momento algum esboçaram hostilidade aos soldados das Trevas.

Hutbus IslandWhere stories live. Discover now