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O caminho de carro foi percorrido enquanto Will contava sobre seu plano de invadir o escritório da Senhora Kelly. Após alguns minutos chegamos ao nosso destino, vulgo lugar nada diferenciado, a escola.

Por ser fim de tarde o céu já estava meio escurecido, tanto que quando entramos nos corredores tivemos que ligar uma lanterna para conseguirmos visualizar o ambiente com nitidez.

— Dustin, na escuta?— Uma voz feminina foi emitida no walkie talkie do garoto. Levei um leve susto, afinal
havia sido algo inesperado.

— Oi, na escuta.— Dustin confirmou apertando um botão do aparelho. Steve e Will não pararam de andar apressadamente, então eu tentei manter a mesma velocidade que eles.

— Olha, a Nancy é um gênio.— Afirmou satisfeita.— A primeira vítima do Vecna foi em 1959.— Comunicou o fato com exatidão.— O tiro no escuro pegou na mosca.— Disse em tom de vitória.

— Ok, isso é... Muito bizarro, mas não dá pra falar agora.— Respondeu apressado ao recuperar sua agilidade de antes e nos acompanhar.

— O que vocês estão fazendo?— A garota perguntou em dúvida, só não mais do que eu nesse momento.
Quem é Vecna? E por que diabos esse nome me causa arrepios?

— A gente tá invadindo a escola pra pegar anotações confidenciais e extremamente pessoais.— Explicou mantendo o ritmo acelerado.

— Repete, por favor.— Pediu sem entender o contexto.

— Só vem logo pra cá. Me escuta: Agora!— Exclamou de forma imperativa.— A gente explica tudo.— Garantiu guardando o artefato em seguida.

— É aqui.— Will indicou parando de frente para uma porta, fazendo nós três repetirmos seu ato. Logo reconheci a sala que fui atendida essa semana. O garoto retirou a chave do bolso e enfiou na fechadura. Ele empurrou a maçaneta duas vezes, mas não obteve sucesso em abrir a porta.

— Deixa eu ver.— Falei o afastando impaciente com sua lerdeza. Girei a chave e consegui de primeira.— Tá vendo? Só gira, é simples.— Debochei demonstrando a ação. Will revirou os olhos enquanto eu entrava na sala e os outros me seguiam.

— Me sinto até em Watergate.— Dustin comentou sossegado. Ignorei a fala desnecessária e abri a gaveta que tinha o título referente as fichas dos alunos, portanto me deparando com várias pastas nomeadas.— Hawkinsgate.— Adaptou humorístico.

— Ei, calma aí. Não pegaram os caras?— Steve perguntou lembrando do escândalo político citado.

— Tem como vocês pararem de papo furado e deixarem eu me concentrar aqui?— Pedi de maneira indelicada ao procurar meu nome no meio das
pastas presentes dentro do compartimento.

— Por que do nada você ficou tão interessada?— Dustin questionou estranhando minha participação.— Afinal, por que está aqui?— Fez a pergunta que eu estava postergando responder desde que entrei naquele carro.

— Puta merda.— Murmurei achando meu relatório. Retirei a ficha com agilidade, dando atenção somente aquilo.

— Achou?— Will indagou se aproximando curioso, atraindo também os outros dois.

— Sim, mas não o da Chrissy.— Falei abrindo a pasta com agilidade.— O meu.— Revelei fitando a primeira folha. Não tive como ver a reação deles, estava ocupada demais para isso.

— Espera... O que?— Steve falou num misto de confusão e surpresa.

— Agora tudo faz sentido.— Dustin pensou alto.— Óbvio que ela só viria por interesse próprio.— Concluiu ainda parecendo falar consigo mesmo.

— Tá, você já conseguiu o que queria.— Will se meteu direto.— Pode pelo menos pegar o relatório dela? Sem nós você não teria achado o seu.— Argumentou acreditando ser justo. Claro, né? Decidi achar
para os mesmos não acharem, mas é inegável que eu quero ler essa merda.

— Que seja.— Aceitei querendo me livrar de problemas. Retornei a gaveta, recomeçando a procura de onde eu havia parado. Chequei as duas pastas seguintes e vi um nome bastante conhecido, Louis Partridge.

É essa?— Steve supôs me vendo colocar a pasta junto da minha debaixo do braço.

— Não.— Neguei voltando a procurar como se nada tivesse acontecido.

— Então por que pegou?— Perguntou evidentemente desconfiado, que nem Dustin e Will.

— Não vem ao caso.— Afirmei focada em achar a ficha da Chrissy o mais rápido possível.

— S/n...— Dustin disse receoso.— Uma coisa é você pegar seu próprio relatório, outra coisa é você pegar de alguém que não te deu permissão.— Opinou desejando parecer sensato.

— É literalmente isso que vocês estão fazendo.— Zombei mostrando a hipocrisia.

— Sim, mas a Chrissy morreu e temos um propósito nisso.—Justificou insistindo na sua percepção.

— E quem disse que eu não tenho um propósito?— Retruquei desviando minha atenção das fichas para enfrentá-los irritada.— Essas anotações são sobre alguém que eu... Sou próxima.— Contei erguendo a pasta de Louis.— Estão seguras comigo.— Garanti bufando ao abaixar meu braço.

— De quem são?— Will questionou aparentando querer se certificar de que eu estaria falando a verdade.

— Quem é Vecna?— Alternei a pauta ao tentar desviar da resposta.

— Mas o que isso tem...— Dustin iniciou antes de ser agilmente interrompido por mim.

— Simples, vocês me falam quem é esse tal de Vecna e eu conto de quem é a ficha.— Propus para sair em vantagem. Os três se entreolharam apreensivos, provavelmente entrando num consenso.

— Ela não vai acreditar.— Steve presumiu fazendo um gesto de cansaço ao colocar a palma da mão na testa, dando a entender que uma revelação bombástica estava por vir.

— Não custa tentar.— Dustin aceitou gesticulando nervoso.— Por onde eu começo...— Iniciou meio perdido. Dali em diante eu escutei a história mais mirabolante e estranha de toda minha vida.

𝐒𝐭𝐫𝐚𝐧𝐠𝐞𝐫 𝐛𝐫𝐨𝐭𝐡𝐞𝐫- 𝘓𝘰𝘶𝘪𝘴 𝘗𝘢𝘳𝘵𝘳𝘪𝘥𝘨𝘦Where stories live. Discover now