Poison

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--- Não entendo porquê você é tão demorado! – Argumentou, encarando o irmão.

--- Não entendo porquê você é tão apressada!

--- Você é muito lerdo, Shin. Não venha botar a culpa na sua irmã, se estressar com você é uma das tarefas mais práticas existentes. – Kazuo interviu, caçoando do cunhado como de costume.

— Ah, não fode, Kazuo! – Exclamou, assustando os outros dois.

Trocar insultos era parte da rotina deles, mas Shin não parecia estar levando aquilo na brincadeira. Na verdade ele estava levando a sério demais.

Desde que chegaram até a cafeteria, o Rose mais velho parecia furioso com alguma coisa. Emilly e Kazuo não sabiam o porquê, mas estavam preocupados já que Shin era um dos mais tolerantes da banda. Ver ele bravo era atípico, estranho.

--- Ei, ei, ei! Baixa a bola, cara.

--- O que aconteceu com você hoje, maninho? – Questionou Milly, preocupada.

--- Nada, Emilly! Que coisa, alguém não pode estar tendo um dia ruim?

--- Claro que pode! Acontece que ainda são nove horas da manhã, me preocupa que justo você... – Indicou o irmão com a colher que segurava. – Esteja tendo um dia ruim. Me fala o que houve, eu sou sua irmã.

--- Já disse que não é nada demais, mas que porra, Emilly! – Se levantou, saindo apressadamente para fora da cafeteria.

Acabou deixando para trás uma Emilly chocada e ainda mais preocupada, um Kazuo intrigado e confuso e uma xícara de café com leite pela metade.

Ele sentia certa culpa começar a pesar em seu peito por tratar sua irmã e seu melhor amigo de forma tão arisca e atípica de sua parte. Suas tentativas de tentar não transmitir a confusão e frustração dentro de si para os demais que se encontram ao seu redor foram totalmente invalidadas ao explodir e aumentar o tom de voz para se dirigir aos outros. Ele queria passar a tranquilidade de sempre, não deixar os outros notarem como estava perturbado e sem saber como agir desde o que viu, entretanto sua tentativa foi mal sucedida e ele sabia que estavam preocupados com ele.

Seus passos cegos acabaram em um beco dentre dois prédios, escuro e úmido. Suas costas encontraram a parede de tijolos enquanto ele passava as mãos pelos cabelos em gesto de puro nervosismo. A ansiedade lhe corroendo por dentro enquanto se permitia fechar os olhos com força.

Droga, ele realmente não sabia o que fazer.

Contar ou não contar?

Manter aquilo para si ou deixar ela saber?

Por um lado, ele sabia que deveria contar para que ela ficasse atenta as pessoas ao seu redor e tomasse cuidado onde pisava; porém, sabia que não mudaria as coisas e acabaria a deixando desolada e triste...

Talvez ela nem acreditasse nele.

Se ela achasse que ele estava mentindo em prol de alguma razão fútil, ela se afastaria dele por tempo indeterminado. Sem contar as mentiras que aquele idiota poderia enfiar na cabeça dela se fosse confrontado a respeito do assunto.

Ele estava tão confuso, indeciso.

Pela manhã quando acordou faminto, se arrastando até a cozinha para devorar uma fatia de bolo e acabando por ter uma conversa agradável com Mello, não imaginou que estaria nesta situação dentro de algumas horas.

Mas que merda... eram tantos prós e contras, ele não sabia qual caminho trilhar, ambos seriam ruins para si.

Como ele se amaldiçoava por ser um maldito fofoqueiro curioso; se ele apenas tivesse escolhido seguir seu destino sem se preocupar com os barulhos peculiares, não estaria em um maldito conflito interno. Mas como ele poderia saber o que lhe esperava do outro lado daquela porta? Ah, se ele pudesse voltar no tempo...

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⏰ Última atualização: Jan 25, 2023 ⏰

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