3. Parcerias femininas de poder

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Era apenas o segundo dia de Lena Luthor em National City e a notícia de que ela concederia uma coletiva de imprensa para explanar os novos rumos da LuthorCorp sob seu comando já tinha vazado e chegado aos bastidores dos grandes veículos de mídia. Isso significa que Cat Grant estava ainda mais determinada a conseguir uma exclusiva com a mais nova CEO da cidade, de preferência um furo de reportagem para ser publicado antes que a grande entrevista viesse à tona por todos os meios de comunicação.

No meio disso, Kara estava vendo o seu dia de trabalho se tornar um inferno até que ela conseguisse os contatos que sua chefe estava exigindo, o que a deixou sem opção a não ser seguir suas ordens expressas. O dia pareceu interminável, mas quando finalmente chegou ao fim ela estava feliz em ir pra casa sabendo que Lena estaria esperando por ela para jantar. Com ambas as mulheres exaustas de seus dias cheios, elas se contentaram em pedir delivery e comer no sofá da sala, assistindo alguma sitcom na TV.

A loira estava decidida a não quebrar o clima confortável da noite falando sobre a tal exclusiva mas, para sua surpresa, foi Lena quem decidiu abordar o assunto.

– Então… Eu soube hoje que a CatCo entrou em contato com o meu departamento de Relações Públicas querendo marcar uma exclusiva comigo… – Lena não parecia aborrecida com isso na sua feição nem no tom de voz. Pelo contrário, estava demonstrando uma certa diversão ao falar.

Mesmo assim, Kara sentiu a necessidade de se explicar.

– Oh, sim. Desculpe por isso. Eu fiquei sem mais desculpas pra dar à Srta. Grant. Ela me atormentou o dia inteiro e não falava de outra coisa… – Se justificou.

– Bem, então, nesse caso, diga a ela que eu aceito conceder a entrevista, desde que seja ela a me entrevistar pessoalmente – A CEO expôs sua decisão, afiada.

– Sério?! Jura? – Kara ainda perguntou, sem acreditar no que acabara de ouvir. – Lena, você não precisa fazer isso só por minha causa…

– Está tudo bem, querida – Sorriu, compreensiva.

– Mas.. Por que? – Kara ainda lutava para entender a súbita guinada de Lena – Eu pensei que a coletiva serviria justamente para você se poupar de repórteres te importunando… – Kara pontuou.

Lena suspirou e então respondeu.

– Eu sei que até lá esse assunto vai estar fervilhando na mídia de uma forma ou de outra, cheio de suposições e especulações sobre mim, sobre minha relação com meu irmão e com seus crimes. Aparentemente, depor contra ele no tribunal não é o suficiente para provar o meu posicionamento. – Explica, em tom derrotado – Eu fui lida por muitos tablóides como oportunista, apenas me voltando contra ele para ficar com o seu lugar na empresa. Mal sabem eles que apenas estou salvando o mundo de ter essa máquina corporativa à serviço dos propósitos de Lillian Luthor, e que eu preferia mil vezes estar à frente dos laboratórios – Suspirou, cansada – Mas isso não é possível agora, com a imagem da empresa tão fragilizada. Eu preciso reconstruí-la do zero e torná-la uma força para o bem – Lena parecia mais enfática e obstinada, conforme expunha seu raciocínio – Como vê, vai ser melhor se eu puder controlar essa narrativa. E se eu for fazer isso, prefiro dar a entrevista para a maior personalidade da mídia atual que, pra melhorar, também é uma mulher no comando de um grande império. Eu espero estar dando um bom tiro tendo essa história contada sob a perspectiva de duas mulheres de negócios.

– Você é mesmo genial! – Kara exclamou depois de ouvir atentamente a perspectiva da Luthor.

– Já ouvi isso uma ou duas vezes… – Lena se gabou, brincalhona.

– Eu poderia te chamar de idiota convencida, mas sua estratégia soa realmente incrível – Elogiou ainda admirada.

– Obrigada. Fico feliz que você gostou da ideia.

Encontro às CegasOnde histórias criam vida. Descubra agora