Capítulo 23

227 15 0
                                    

Gwyn: Porque você acha que eu vou odiar você? – Ele hesitou – Quero dizer, porque eu não gostava de você antes?
 
Azriel: Verde. – Ela esperou, ansiosa – Eu era impossível com você. Não em um sentido bom, eu fazia sua vida ser impossível. Eu fazia você se sentir pra baixo, e humilhada, e usada, e com ciúmes, e com raiva... Não me orgulho disso. – Admitiu.
 
Gwyn: Porque você fazia isso? – Perguntou, exasperada.
 
Azriel: Verde. Nós nos separamos quando adolescentes de um jeito horrível. Éramos crianças, você me pregou uma brincadeira que teve resultados horríveis... – Ele respirou fundo, parecendo processar algo.
 
Gwyn: E...? – Incentivou.
 
Azriel: E, no fundo, eu tinha raiva porque você não me amava de volta. Eu quis você desde a primeira vez que te vi, e você não me correspondeu. Tudo bem, eu era um adolescente pra lá de estranho. – Ele riu de leve, olhando o vinho – Mas eu cresci, eu construí um império, eu coloquei Manhattan, os Estados Unidos... Eu coloquei mais da metade do mundo curvada sobre os meus pés, a mercê da minha vontade, então nos reencontramos e nem mesmo assim você me amou. – Ele riu de leve, olhando o vinho – Me desprezou como se eu ainda fosse aquele garoto de 15 anos. Aquilo me deixou furioso. As mulheres sempre se jogaram aos meus pés, por que eu não conseguia fazer você ser igual?
 
Gwyn: Vai ver varia de pessoa. – Brincou, e ele riu.
 
Azriel: É, vai ver. Somou-se isso e a raiva guardada pela brincadeira da infância... Não gerou um bom resultado. – Ele tomou outro gole do vinho.
 
Gwyn: Eu não gostava de você... Você tinha raiva de mim... Porque nos casamos? – Perguntou, confusa, e ele parou com um gole de vinho na boca.
 
Azriel: Vermelho. – Gwyn assentiu.
 
Gwyn: Como era nosso relacionamento? – Perguntou, dando um ultimo gole e largando o suco de lado.
 
Azriel: Verde. Impossível. Cheio de altos e baixos, de brigas... – Ele a olhou, indeciso – Nós saíamos na mão às vezes. – Gwyn arregalou os olhos e ele riu
–  Tudo bem, 99.999% da culpa era minha, mas você tinha um gênio... Cristo. – Ele riu de novo, tomando outro gole.
 
Gwyn: Tinha alguma coisa em que concordássemos? – Perguntou, ainda tentando assimilar a idéia de sair no tapa com Azriel.

Azriel: Verde. – Gwyn assentiu – Sexo. – Disse, direto – Nós sempre fomos muito bons nisso, desde o começo. Eram os únicos momentos em que não estávamos brigando. Você sempre me causou um tesão extraordinário. – Disse, sorrindo ao lembrar da tortura que era tê-la desfilando pra lá e pra cá naqueles tocos de roupa.
 
Gwyn: Meu pai morreu... Minha mãe também? – Perguntou, e ele parou, observando-a.
 
Azriel: Verde. Não, ela está viva. – Disse, terminando de esvaziar a taça.
 
Gwyn: Onde ela está? Porque não me procura? – Azriel hesitou. Mary já havia feito dezenas de tentativas de alcançar Gwyn depois que ela acordou, mas ele bloqueara todas. Tinha certeza de que aquele reencontro não seria lucrativo.
 
Azriel: Vermelho. – Gwyn hesitou, desejosa.
 
Gwyn: Você disse que me fazia ficar com ciúmes de propósito. – Ele assentiu – Com quem? – Azriel ergueu as sobrancelhas.
 
Azriel: Amarelo... – Hesitou – Alguém que nós dois conhecemos. Um erro sem tamanho da minha parte.
 
Gwyn: Eu já estava grávida quando aconteceu o acidente. Nem assim paramos de brigar? – Perguntou, quieta.
 
Azriel: Verde. Você sabia, eu não. Você fugiu de casa. Eu... Eu enlouqueci com a perspectiva de ter perdido você outra vez. – Admitiu – Só vim saber que você estava grávida quando acordei no hospital, depois do acidente.
 
Gwyn: Porque eu fugi? – Perguntou, e ele franziu o cenho – Já tínhamos anos casados e eu aceitei, porque eu resolvi fugir? – Azriel franziu o cenho, abraçando o joelho.
 
Azriel: Eu nunca soube direito a razão, sabia? – Gwyn franziu o cenho – Você me deixou uma carta dizendo que eu tinha ido longe demais, e outras coisas, mas eu não fiz nada que já não tivesse feito. – Ele deu de ombros – E... Bem, amarelo. Você fugiu com medo que eu fizesse algo de ruim contra Remo. Eu te disse coisas horríveis na época... Eu não acreditava que pudesse ser pai, então nunca cogitei que Remo pudesse um dia acontecer.
 
Gwyn: O que você me disse? – Ele hesitou, suspirando.
 
Azriel: Verde. Eu era cruel deliberadamente. Falava as coisas pra te atingir, te irritar. – Disse, balançando a cabeça – Amarelo. Entre várias outras coisas horríveis eu disse que você tinha me traído, se estivesse grávida, porque na minha cabeça eu era estéril. – Gwyn se contraiu com a ofensa – Eu sinto muito, baby.

A Court Of Beginnings And Lies - Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora