Capítulo 4 - Eco da consciência

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As horas se arrastavam lentamente, a pouca claridade se afastava cordialmente como se cumprimentasse as trevas frias que deslizava pelos cantos como um animal a espreita. O silêncio angustiante que repousa sob a poeira das ruas durante a luz, dá lugar a Ruídos noturnos assustadores. Inclinei o corpo para frente, sentindo o cansaço debruçar por meus ombros, a temperatura baixa atravessa minha pele me estremecendo. A fome é uma carrasca transcendendo meu abdômen e retorcendo meu estômago com força. Ela empurra meu corpo para baixo induzindo uma sensação de vertigem e mal estar. A fraqueza é a filha adolescente impulsiva que salta sobre minhas costas Penetrando minha pele gélida. O calafrio é o enteado que chega sem avisar acompanhado pelo pai, o desespero. Neste ponto a mente entra em estado de alerta, o instinto animal que tanto fingimos não ter, da as caras tornando a busca por alimento um impulso Inconsciente. Impulsionei o corpo para cima com certa dificuldade, caminhei sobre o entulho e saltei para a rua escura. Onde estão os fastfoods? Os mercados? As padarias? Onde vou encontrar comida? 

Caminhei sem direção em um dilema intrínseco, desesperada por qualquer fonte de alimento, ora cedendo a fraqueza corporal, ora arrastando meu corpo letárgico. Desci até uma encruzilhada, apoiei as mãos em uma árvore com o tronco envelhecido, respirei lentamente tentando oxigenar o cérebro para facilitar o raciocínio. De repente um grito de horror ecoou pela rua a minha esquerda, a voz masculina pedia socorro de forma visceral. Voltei meu rosto para a árvore, meu corpo cedeu por um instante e eu bati os cotovelos no tronco desviando o rosto. 

-Socorro. 

O grito parecia mais próximo e ainda mais desesperado. Balancei o rosto de forma negativa, se não consigo segurar meu próprio corpo sobre os pés, quem dirá ajudar alguém. Ouvi passos se aproximarem rapidamente, e um garoto passou por mim com passos rápidos puxando a perna esquerda que estava ferida. Pele negra, corpo magro e alto, cabelos pretos e curtos, vestia uma camiseta regata preta, bermuda jeans desfiada e sapatos pretos.

Na lateral da perna esquerda feridas de garras jorrava sangue e claramente causava dor intensa ao garoto que não aguentou subir a rua

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Na lateral da perna esquerda feridas de garras jorrava sangue e claramente causava dor intensa ao garoto que não aguentou subir a rua. Ouvi um rosnado na escuridão, semelhante à um cachorro. Apertei a sobrancelha semicerrando os olhos na tentativa de ver melhor o que se esgueirava nas trevas a minha frente. O garoto em silêncio se arrastava para um poste com uma fraca luz piscando. Voltei o rosto para a rua onde ouvi o rosnando e dois olhos brilharam surgiram por entre a escuridão, mas não parecia se tratar de um animal quadrúpede, já que estava a cerca de dois metros de altura. 

 

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Flores Que Nascem Do Lodo 🔞 (terror / Mistério /Lésbico) Where stories live. Discover now