Prólogo

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Palácio de Versalhes. França. 1771.

— Aproxime-se! — Adam Roux, oficial do palácio, pede-me com gestos apressados.

Não posso culpá-lo.

A fila de aldeões que vieram para o censo, o qual vossa majestade requisitou, está estendida aos limites das vistas.

O oficial deve querer acabar com isso tão rápido quanto eu quero.

Sem demoras, inclino-me respeitoso e me posto diante da longa mesa. Enquanto Roux folheia o livro a sua frente, ergo os olhos e fito com admiração o salão do palácio onde estou.

O ambiente é esplêndido.

Possui um teto alto, repleto de gravuras e adornos dourados, um piso de mármore, forrado por tapeçaria da mais alta qualidade e janelas gigantescas, presenteando-nos com os raios do sol e a vista colorida dos jardins reais.

Volto à atenção para o oficial e vejo sobre o tampo de carvalho escuro, o qual deve ter sido moldado por um dos muitos marceneiros do rei, dúzias e mais dúzias de livros.

Muitos abertos e vários fechados.

Ao encontrar a página desejada, Roux — que assim como os outros seis oficiais, senta-se à mesa em uma cadeira de encosto acolchoado — pega da pena e mergulha em um frasco de tinta.

— Como se chama?

— Bastien Delyon, meu lorde.

— De onde tu vens? — questiona-me com olhos atentos.

— Vale do Loire. Mais precisamente do condado de Orleans — conto-lhe com voz fraca. — Fica ao sul, próximo à fronteira. Estamos sob o domínio do Conde Pierry Durand.

O homem abaixa o olhar, movimenta a pena de ganso sobre o fino papel, com gestos suaves e constantes, em seguida, volta a mergulhá-la em tinta.

— Em quais plantações faz lida? — questiona-me sem fitar-me.

— Nas de trigo e cevada.

— Possui vossa propriedade, ou é arrendatário*?

— Arrendatário — informo-lhe, revirando o chapéu que trago em mãos.

— Quem és o arrendador?

— O campo pertence ao Lorde Albery Simom, irmão mais novo do cunhado de Lorde Durand.

— Quantas pessoas manténs em teu convívio?

— Convivemos eu e minha esposa, Laure Delyon; nossa filha única, Panny Delyon; e uma criada, a qual se chama Madalenne Fiore.

Roux faz dançar a pena, deixando desenhos escuros por onde a passa e ao fim desta dança, mais uma vez, dá descanso ao pulso.

— Quantos anos têm, vós e os de vossa casa?

(Amostra) Em Busca da Coroa - LIVRO 1 - CIR.Onde histórias criam vida. Descubra agora