II Capítulo {Livro Um}

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Deitada em minha cama, com meu esterno sobre os lençóis de linho fino, sacudo meus pés, bebendo com alegria cada palavra que leio na carta.

Papai e mamãe, com colaboração ávida de meu querido irmão, Demétrios; ditaram belas dedicatórias que lorde Cartier transcreveu em letras elegantes.

Há anos esse é um dos meios pelos quais mantemos contato.

Minha estadia no palácio não se trata de um sequestro. Portanto, todas as doze donzelas que disputam pela coroa, tem permissão de ver a família. Apenas não podemos nos afastar muito tempo, para não perdermos aulas e assim não prejudicar nossa instrução.

Vamos visitar nossos familiares, as demais ladys uma vez ao mês e Alice e eu, a cada três meses.

O condado de Orleans é o mais afastado do palácio e levam-se dois dias e meio de viagem até alcançar as planícies da região. Viajamos até lá e passamos sete dias com nossos entes queridos, antes de retornarmos.

Dias esses os quais eu passo agarrada aos meus pais, confesso que mal os deixo respirar, mas como seria diferente? Trata-se de pouquíssimo tempo.

Infelizmente tenho de compreender.

Por conta da longa viagem, passamos treze dias fora, enquanto as outras não levam mais que quatro ou cinco dias para voltarem.

Minha compensação surge das viagens de Cartier.

Por ser oficial responsável no zelo da fronteira sul, ele mantém conversação com o Marquês Bertrand, a fim de relatar tudo ao rei. Lorde Cartier realiza a mesma viagem que eu, uma vez por mês e quando volta, sempre traz consigo cartas de meus pais.

E dessa vez, eu não poderia estar mais em polvorosa com as noticias.

Lady Delyon dar-me-á um irmãozinho dentro de alguns meses. Lorde Delyon teve sua divida, com lorde Albery Simom, quitada por vossa majestade o rei em consideração a minha adoção em seu palácio.

O jovem lorde Delyon, meu amado irmão, foi nomeado valete e ficará a cargo do príncipe mais novo, Gaspar Bourbon.

Dentro em breve, Demétrios virá viver no palácio e nos veremos com frequência maior.

Todos me mandam suas felicitações e dizem-me estar em oração constante por mim.

Sorrio lembrando-me, a cada palavra lida, do rosto afetuoso a quem ela pertence. Finalizo a leitura e rolo na cama, abraçando o pequeno papel junto a meu coração.

— Lady Delyon? — chama-me lady Castiçal, a criada responsável pelos meus cuidados.

Trata-se "Castiçal" por inicialmente ser servente na limpeza dos castiçais do palácio.

— Lady Delyon? — insiste a pobrezinha ao ver-me rir a rolar na cama.

— Diga-me o que queres! — peço-lhe num rompante animado, ao mesmo tempo em que me ponho sentada no centro do leito.

(Amostra) Em Busca da Coroa - LIVRO 1 - CIR.Onde histórias criam vida. Descubra agora