Um Voo Sedutor - Irmandade Amato I

Capítulo 21 - Muniz

Rafaela Muniz

Ah, mas como esse homem é lindo, meu Deus. Quase posso sentir a baba se arrastar pelo meu queixo, apesar de todo o transtorno que acabei de passar.

Quando você se esforça tanto para ser boa em alguma coisa, para ser reconhecida — ainda mais sendo mulher, quando parece que o serviço é dobrado para obter um resultado menor que de um homem —, é natural ficar puta quando tentam te ferrar. E foi exatamente isso que aconteceu hoje.

Eu havia feito uma reunião com o pessoal do marketing, pego as melhores ideias, administrado tudo, juntado com o meu plano original e feito um relatório que foi enviado para todos os envolvidos no shooting de hoje, com o intuito de que tudo saísse o mais perfeito possível, do jeito que programei inicialmente.

O plano original é que as imagens fossem feitas no estande de arquearia, até mesmo porque havia sido essa a imagem que eu tinha posto nos relatório entregue aos irmãos Amato, trazendo a foto de quando eram mais novos, a ideia era fazer uma transição das imagens, onde as mais recentes seriam feitas também no mesmo esporte.

O que eu não contava era que, ao aparecer no bendito espaço que o hotel já disponibiliza para esportes e laser, encontrasse todos reunidos na área do golfe. Golfe. Alguém queria ferrar meu trabalho, só podia ser isso.

Todo o chá de camomila que eu havia tomado evaporou no suor que escorreu na minha testa de tanto ódio que senti. Por isso, ao avistar a palhaçada, dirigi todo mundo ao espaço correto e onde já deveriam estar instalados.

Depois de iniciarem a mudança, me dirigi até a tríade que observava tudo sob a tenda. A imagem era no mínimo interessante.

Atreu sem expressão alguma no rosto, como sempre, vestindo uma calça de sarja, suéter e tênis, todo de preto, como eu já estava habituada a vê-lo vestido. Alec, com uma garrafinha de água na mão, sorrindo ao vento e vestindo bermuda, camisa gola polo e tênis, todos brancos. E Averon, em uma camisa verde musgo de mangas longas, que marca todos os músculos dos braços, calça e tênis pretos, os olhos vidrados em mim. Provavelmente pensando sobre o fato de que estava aqui sob ameaça.

Me encaminhei até eles, reparando o quanto a grama daquele lugar era muito verde. Meu sorriso se abriu ao chegar mais perto de Averon.

— Bom dia, senhores. — Cumprimentei a todos, recebendo um aceno de Atreu e um beijo na bochecha de Alec. — Preparados para as fotos? Golfe não era muito o meu plano, então vamos a um esporte um pouco mais parecido com vocês, sim?

Entramos nos buggies de golfe, para acelerar o deslocamento até o estande e em pouco tempo chegamos aonde já estavam organizando tudo.

— Arco e flecha? — ouço Averon perguntar e quando o olho parece um pouco mais aliviado do que no campo de golfe.

— Com medo de errar o alvo, Amato? — pergunto, apesar de saber que não é o caso.

— Acertar o alvo é a minha profissão, Rafaela. — Ele me diz e sorri presunçoso.

A organizadora os leva até o vestiário para que vistam algo mais compatível com o esporte enquanto eu auxilio nos últimos preparativos.

Falando com Edu, o fotógrafo que chamei para fazer as fotos, deixei claro como gostaria que o trabalho ficasse ao final, assim ele saberia o que fazer quando fosse fazer as imagens. Eu o havia conhecido a muito tempo, em um dos meus trabalhos particulares, antes de trabalhar para a empresa. Ele é freelancer, assim como eu era antigamente, e foi em um dos trabalhos que fizemos juntos que a nossa amizade nasceu, então sempre que tinha a oportunidade, Eduardo era o primeiro fotógrafo que eu chamava, já que gostava muito de seu trabalho.