Capítulo 125

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Day's POV

Eu levei cerca de uma hora pra chegar até o apartamento de Carol, como estava tarde, não tinha muito Uber disponível e por azar, os que estavam disponíveis não estavam perto da minha casa. O porteiro do apartamento já me conhecia, então liberou minha entrada sem precisar chamar pela Carol. Assim que abri a porta do apartamento, eu vi a cena mais estranha que eu já tinha visto. Eles estavam brincando de touro mecânico, Calil era o touro e ele tentava a todo custo derrubar a Thay, Elana e Carol estavam em volta morrendo de rir. Fechei a porta atrás de mim sem fazer barulho pra não atrapalhar a brincadeira deles e fiquei assistindo. Embora eu soubesse que Carol estava completamente bêbada, ela parecia bem e bastante feliz, ter os amigos por perto sempre fez bem a ela e eu sabia disso. Um alarme tocou bem alto, era provavelmente o fim do tempo que Calil tinha pra derrubar a Thay, e ele não conseguiu, ou seja, ela ganhou a brincadeira. Quando a Thay saiu das costas do Calil, ela se virou em direção a porta e eu finalmente fui notada por eles. Se eu fosse uma assassina eles estariam mortos e não saberiam nem quem foi de tão bêbados e avoados que estão.

- Daaay, você vejo - Thay falou e só aí minha presença foi notada por todos eles. A voz dela estava completamente arrastada, por isso eu acho que ela quis dizer "veio" e não "vejo", mas considerando o estado de todos ali, acredito que eu precisaria de um tradutor.

- Amor, você... esqueci o que eu ia falar. - A voz dela estava baixa e ela mal conseguia falar. Carol deu risada e os outros riram junto, quantos litros eles beberam pra ficar assim?

- Seguinte, eu vou pegar água e todo mundo aqui vai tomar, tá bom? - Eu falei e eles assentiram. - E você, Caroline, vou te dar um banho pra ver se você consegue pelo menos falar, tá?

- A NENÉM NAO CONSEGUE TOMAR BANHO SOZINHA. - Calil provocou rindo e todo mundo riu junto, com exceção da Carol, que pareceu ter ficado ofendida. O que resultou na Carol mostrando a língua pro Calil. Eu não aguentei e ri também. Minha namorada bêbada virava uma criancinha de cinco anos.

- Eu consigo sim. - Ela fechou a cara e cruzou os braços, meu deus ela realmente era um neném. Sai da sala rapidamente só para buscar quatro copos com água e quando voltei a Carol tava correndo atrás do Calil ao redor do sofá.

- O que aconteceu? - Perguntei pra Elana que parecia a mais sóbria entre todos os quatro.

- O Calil falou que tinha um gnomo aqui e quando a Carol perguntou onde, ele apontou pra ela. - Elana falou e eu encarei os dois que ainda corriam pelo apartamento.

- Baby, vem cá. - Segurei a Carol pela cintura quando ela ia passar na minha frente e a fiz parar de correr. Não era uma boa ideia correr em volta depois de beber o tanto que ela bebeu.

- Oi, meu amor. - Sua voz estava calma, mas sua respiração bem ofegante devido a correria dela. Seus olhos tentavam ao máximo ficarem nos meus, mas ela não conseguia, devido a embriaguez.

- Vamos subir, eu vou te dar um banho gelado pra ver se você melhora. - Eu falei e ela assentiu, olhando com cara feia pro Calil esperando pela mesma piada que ele havia feito antes. Mas ele não a fez. - E vocês três, bebam esses copos com água, quando eu voltar, quero os copos vazios, entenderam?

- Sim senhora capitã. - Thay falou fazendo continência e caindo na risada depois, Calil a acompanhou. Elana estava recobrando a consciência aos poucos e disse que cuidaria dos dois enquanto eu não voltava.

Subi com Carol até seu quarto e a mandei ir para o banheiro enquanto pegava alguma roupa e a toalha dela. Assim que cheguei no banheiro, ela estava sentada no balcão da pia com a cabeça abaixada, parecia estar chorando. Eu estranhei sua mudança repentina de humor e levantei seu rosto com minhas mãos, sua bochecha estava vermelha e seu olhos lacrimejando.

- O que aconteceu? - Perguntei preocupada, seu olhar desceu até suas mãos e ela soluçou. Meu coração doeu de vê-la chorando e eu só senti vontade de protegê-la de tudo e de todos.

- Eu fiz merda. Eu perdi sua confiança, agora você tá brava comigo, nunca vai me perdoar. Eu perdi você. - Seu choro se intensificou e meu coração se quebrou por completo. Ela não tinha me perdido, era claro que não, eu estava chateada, mas não é como se eu conseguisse ficar sem ela.

- Você não me perdeu, baby. Eu tô aqui, sempre vou estar. Eu ainda estou um pouco chateada, eu admito, mas é algo que vai passar. Não se preocupa com isso agora, tá? - Ela assentiu e eu limpei suas lágrimas. Carol umedeceu os lábios talvez involuntariamente, mas aquilo me provocou muito. Fechei os olhos, tentando manter o foco em outra coisa, mas senti seus lábios macios no meu. Ela deixou apenas um selinho demorado em minha boca e se afastou.

- Eu te amo. - Ela falou sorrindo. Um sorriso sincero, o sorriso que eu mais amava ver em seu rosto.

- Eu também te amo, Carol. - Suas pernas se enrolaram em minha cintura e ela me puxou mais para perto. Minha mão parou em sua cintura e ela trouxe a sua até minha nuca. Eu fechei meus olhos e senti sua boca encostando na minha, sem pressa alguma. Ela pediu passagem e eu aceitei de imediato, suas pernas me puxaram ainda mais, provavelmente em busca de mais contato. Eu sabia o que ela queria, mas isso não iria acontecer, não agora. Ela não estava em condições e eu nunca faria nada com ela nesse estado, por isso deixei alguns selinhos em seus lábios antes de me afastar por completo.

- Naaao, vem cá, volta aqui. - Ela resmungou baixinho e eu sorri, negando.

- Você tem que tomar banho, Carol. - Eu falei e ela respirou fundo.

- Que universo paralelo é esse em que é você quem manda tomar banho? - Carol perguntou, me fazendo rir.

- Amor, vou fingir que não ouvi isso. - Ela riu e me deu um selinho. - Consegue tomar banho sozinha?

- Consigo, gatinha. Vai lá cuidar dos três patetas, qualquer coisa eu grito. - Sua fala não tava mais tão embolada, então eu acreditei que ela realmente iria conseguir e sai do banheiro.

Quando cheguei na sala encontrei a Thay e a Elana deitadas no sofá e o Calil no colchão que ele tirou de algum lugar. Os copos com água estavam vazios, por isso eu sabia que eles haviam me obedecido. Thay e Elana dormiam abraçadas, elas formavam um casal muito lindo, eu tenho que admitir. Calil dormia abraçado com um travesseiro, então era assim a vida do solteiro do grupo?
Fui em direção da cozinha pra arrumar toda a bagunça que eles haviam feito durante aquela noite e fiquei esperando caso Carol precisasse de ajuda.

The FeatWhere stories live. Discover now