Cap.1

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E S T E L A

    - Estela! Deixe de ser uma pervertida! - minha bela e velha amiga Emilly gritou, revirei os olhos indo até onde ela se encontrava. Ela lia minhas escrituras para novos livros enquanto sua expressão era assustada com o que lia.

    - Emilly! Quantas vezes já falei para não mexer em minhas coisas? - arranquei os papéis de sua mãos arrumando e colocando em minha gaveta novamente.

    - Sério Estela você tem que parar de ser uma pervertida - revirei os olhos enquanto Emilly comia mais uma uva - Você só escreve Putaria! Que isso - Emilly me jogou um travesseiro enquanto gargalhava.

    - Eu já te disse um milhão de vezes que o que escrevo não é só sexo - peguei o travesseiro do chão jogando nela logo em seguida - Você só lê os capítulos de putaria! - gargalhei ao ver o travesseiro acertando sua cara - E ainda fala que eu sou pervertida!

    - Eu não tenho culpa se aqui tô tem putaria - pela segunda vez Emilly me jogou o travesseiro acertando minhas coxas novamente

    - Emilly, daqui a exata uma hora é seu vôo - Emilly revirou os olhos se levantando - Você nem as malas não arrumou ainda.

    - Eu já disse que não estou nenhum pouco animada pra ir embora - Emilly juntou o travesseiro do chão jogando na cama.

    - Mas, você deve seguir seu sonho de se tornar uma fantástica arqueóloga - sorri me aproximando dela - Eu vou sobreviver sem você.

Emilly suspirou abrindo o guarda roupas, e eu? Bom, só fiquei olhando ela arrumar suas coisas para passar quatro anos fora.

Esses anos seriam os mais deprimentes de minha vida, Emilly era quem animava meus dias com sua animação, e ela era uma ótima colega de quarto. Eu não gostava de morar sozinha, o silêncio me torturava.

°•°•°

Coloquei minha bolsa em meu ombro me despedindo dos funcionários da biblioteca. O sol estava se pondo deixando a visão do pôr do sol incrivelmente linda, assim que passei pelas imensas portas de vidro um pequeno vento gelado atravessou meu corpo fazendo minha pele se arrepiar.

Olhei para os lados à procura de um táxi e não achando nenhum, eu apenas não queria andar mas, não morava tão longe dali, apertei minha bolsa cruzando meus braços em seguida e então comecei a dar passos lentos em direção a minha casa.

Não havia me esquecido do homem que vi hoje de manhã, passei o dia inteiro pensando nele e me questionando em quem ele era ou para quem ele trabalhava e o que fazia em frente a minha casa me encarando. Todas as vezes acabava sempre na mesma conclusão, o homem que eu mandei para a prisão.

    - Esqueça isso Estela - Sussurrei a mim mesma tentando me convencer que não poderia ser aquele homem. Não pode ser ele, Ele está preso, não se esqueça disso!

Emilly havia partido a duas horas, após eu a acompanhar até o aeroporto, dei uma passada na biblioteca.

Confesso, eu não gostava de ler, mas eu adorava escrever os meus sentimentos, transformá-los em uma história quem a cada página, havia um sentimento importante para mim.

Nunca sonhei em ser escritora, mas, quando comecei a escrever, me apaixonei pela escrita, e não pela leitura.

Entrei em um pequeno mercadinho para pegar algumas coisas que estavam em falta em minha casa, como sabonetes, shampoo, detergente, entre outras coisas. Peguei uma pequena cestinha indo ao corredor das coisas de higiene pois era o que mais me faltava no momento.

Enquanto eu escolhia um sabonete, senti um olhar queimando em mim, naquele segundo meu coração disparou sabendo quem poderia ser, lentamente olhei para meu lado vendo uma pequena senhora encarando minhas mãos.

Compreenda-me - ( LIVRO ÚNICO) -Onde histórias criam vida. Descubra agora