08.

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Carol Gattaz On:

- Rosamaria, não acho justo você voltar de uber, vem, me fala o teu endereço que te deixo em casa - eu disse quando ela me olhou sem entender o motivo de eu estar encarando ela.

- Não precisa, Carol, sei que você está cansada, fique tranquila que eu já estou acostumada!

- Para eu ficar tranquila, prefiro me concientizar de que te deixei em casa em segurança. Deixa de besteira, vem! - falei enquanto balançava a chave do carro.

Fomos o caminho conversando sobre coisas banais e, ela me guiava para o caminho de sua casa. Quando chegamos na porta, desci do carro para que pudéssemos nos despedir.

Sua pele é aveludada e delicada, bem diferente da sua personalidade, sinto vontade de afagar e cheirar seus cabelos. Nos afastamos e observo ela olhar os meus lábios e sem que eu perceba, sou atraída pelos seus também. Quando menos percebo, colo nossas bocas e em plena sincronia pude sentir a sua delicadeza. Nos afastamos sem entender muito bem o que havia acontecido.

- Isso é errado, Caroline, principalmente vindo de você, que aparentemente não se decide como quer agir comigo. Num dia, me pede para não se preocupar com a sua filha, no outro, me leva até sua casa para jantar e depois ainda me beija? - ela disse claramente surtando.

- Rosa... Você está falando besteira, para de falar como se você fosse uma menininha indefesa e eu estivesse aproveitando da sua bondade. Eu sei que eu não sou certa, mas também não sou tão vilã assim.

- Tudo bem, foi só um beijo, não quer dizer nada. Obrigada pela carona, agora irei entrar. Boa noite!

- Boa noite, Rosamaria.

Segui meu caminho para casa pensando sobre tudo isso. Nos conhecemos a poucos dias e eu já me abri assim? O que anda acontecendo comigo? Eu entendo ela reagir dessa forma, mas ao mesmo tempo, sei que Rosamaria não é a pessoa mais fácil do mundo e talvez, ter beijado ela me traga certos problemas. Sinto me admitir, mas o beijo foi muito bom e será difícil conviver com ela sabendo que já tive a oportunidade de beija-la.

Ao chegar em casa, liguei para Macris para contar tudo que havia acontecido. Contei desde o dia que nos conhecemos, até o dia do hospital e por aí vai. Minha fada vegana sempre tem razão e ela me disse que eu tinha que começar a entender se eu quero relações rasas ou relações profundas e que não é justo as pessoas se perderem nas minhas confusões.

Fomos interrompidas quando uma garotinha sonolenta entrou no quarto me olhando rindo.

- A senhora não deveria estar dormindo, Elena?

- Sim, maix teve bêjo - Meu Deus, não era possível isso.

- Que beijo, elena?

- Mamãe, ocê bêjo?

- Você deve ter sonhado, filha - falei nervosa.

- Mami, ocê faix assim ó - ela disse fazendo um biquinho - e ponto, frô bêjo

- Filha, a mamãe estava falando com a tia Macris sobre um filme de princesa e príncipes que ela viu, apenas isso e aí, ele deu uma flor para ela, entendeu?

- Hum, mas lena não tinha sonhado? - ela disse me pegando no pulo inocentemente.

- Vamos dormir com a mamãe hoje? - falei desviando o assunto.

- Sim, festa do pijama - ela disse um pouco alto e se esquecendo completamente da conversa anterior.

- Isso, agora deita aqui que a mamãe vai contar uma história.

- A histolia do bêjo frô? - É, aparentemente ela não esqueceu não.

Her eyes - RosattazOnde histórias criam vida. Descubra agora