O aprendiz de Magia

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Os olhos negros brilhavam, aquela varinha parecia sugar um pouco de si toda vez que brilhava, assim como sentia uma certa fisgada em seu peito cada vez que ultilizava a varinha, mesmo que até agora só tenha conseguido iluminar o caminho escuro.

– Você é novato, não recomendo usar a magia da varinha. – Felix disse rude, tirando uma expressão confusa do Yang. – Você não sabe sua magia ainda, o que está usando é a magia acumulada na varinha, foi a Senhora Pôpô que a carregou.

– Tantos anos usando minha própria magia que até me esqueci que quando começa, não temos magia alguma... – Minho parecia nostálgico na situação.

– Conforme você aprende a usar sua magia, você vai transferir sua magia para seus itens mágicos, principalmente para a varinha... Deixar ela carregada é melhor do que usar a magia na hora e depois ficar fraco. – Felix murmurou o final, parecia traumatizado com a lembrança. – Pense como a pólvora de um lampião... Você deixa armazenado e quando for necessário, pode usar. Porém se resolve só carregar na hora, vai ser demorado e talvez não tenha pólvora em mãos quando precisar.

O incrível era que de alguma forma, isso fazia sentido.

– Entendo... – Jeongin fez um biquinho, apagando a luz da varinha conforme voltavam a andar, dessa vez com um pouco mais de escuridão do que antes.

– Porém isso não é lá um problena tão ruim, podemos recarregar a sua varinha conforme você vai aprendendo. – para a surpresa do Yang, foi Minho quem havia dito, com um sorriso fraco nos lábios, tal sorriso que sequer era possível notar devido a falta de iluminação no ambiente.

– Estou ansioso. – Jeongin suspirou, olhando para o céu coberto pelas folhas azuis das árvores – Aonde vamos mesmo?

– Começar a te ensinar magia. O melhor a se fazer é iniciar no momento que recebe a varinha, assim ela se acostuma a você. – Felix respondeu.

Jeongin estava crente de que nunca veria algo tão belo assim em toda sua vida, a vista que recebeu quando passaram pela floresta escura foi de um lago muscoso, repleto de pirilampos coloridos e... Fadas? Pequenas e minúsculas fadas!
A boca do Yang se escancarou, desacreditado no que via.
Em toda sua vida, sempre falaram que fadas não existiam... Mas ali estava ele, diante de uma quantidade considerável grande, das pequenas e fofinhas fadas.

– Não chega perto demais se não elas atacam. – Felix alertou, abrindo um sorriso ladino – Ou chegue perto e perca um dedo.

– Não exagere! Elas não são tão agressivas assim. – Minho repreendeu, ele estava mais distante do que os outros dois, observando o lago sem piscar uma vez sequer – Segurinho.

– okay, okay. Agora vamos ensina-lo o básico... Pega a sua vassoura. – Felix disse enquanto surgia uma vassoura simples flutuando na frente do Yang, ao mesmo tempo as vassouras de Felix e Minho surgiam. – Toque nela, se acostume com o peso dela, com a magia dela.

– Ela não vai sair voando sozinha não, né? – o Yang estava curioso e preocupado, aquilo parecia ter vida própria.

– Você não tem magia o suficiente para isso ainda. Por enquanto eu que estou comandando ela. – Felix explicou, tirando inconscientemente uma dúvida interna do Yang. A vassoura então não era de Jeongin, pelo menos ainda não – Antes de começar a usar sua magia para voar, precisa saber voar, se não pode perder o controle e cair.

– Como é?

– Melhor se segurar. – Minho alertou saltando sobre a própria vassoura, que já iniciou vôo sem um pingo se segurança, guiando o corpo do mais velho para cima como se não pesasse nada.

– Me seguRAAAAAA – o Yang berrou, não deu nem tempo de perguntar, a vassoura tomou posse de seu corpo como se estivesse o levantando através de um fio conforme subia cada vez mais – EU VOU MORRER!

– PENSA POSITIVO! – Felix berrou do chão, também saltando sobre a própria vassoura antes de levantar vôo em um solavanco brusco – SE CAIR, DO CHÃO NÃO PASSA!

As orbes do Yang pareceram triplicar o tamanho, um grito fino, como o de um golfinho, rasgou sua garganta ao perceber que o fio invisível continuou o puxando cada vez mais para cima, até o corpo do Yang se encontrar com a vassoura flutuante e monta-la como se subisse em um cavalo.
O Yang agarrou a madeira como se fosse cair a qualquer instante.

– A vassoura parece estar pedindo socorro... – Minho zombou – Tenta ser amigável com ela.

De alguma forma Minho pareceu caçoar do Yang, porém pela feição sincera, Jeongin se sentiu seguro em acreditar, afinal, e se a vassoura tivesse sentimentos? Será que ele estava pesando a vassoura? Por que raios estava se culpando e se preocupando com uma vassoura?

O Yang temia tanto ter seu corpo de encontro ao chão, que não notou que suas mãos suavam mais que deveria, o suor que escorregava seu corpo.

– Yang, tenta se inclinar um pouco na direção que quer voar, pois já que a magia na vassoura é do meu irmão, então você não vai conseguir controlar só com o pensamento. – Minho explicou com um sorriso fraco, enquanto Felix sequer piscava, olhando sempre atentamente na direção do Yang. – Calmo e lento, okay?

O Yang afirmou com a cabeça, respirando fundo antes de inclinar um pouco o corpo para o lado.
Porém seu corpo estava suado, sua mão escorregou demais, seu corpo foi praticamente lançado contra as árvores quando tombou para o lado.

Os olhos do Yang se arregalaram, seu pulmão doía, queria respirar mas nunca foi algo tão complicado e difícil como agora que tinha o corpo caindo como uma bala contra o chão, porém ainda que caísse tão rápido, para si, parecia em câmera lenta.

Minho esticou sua mão na direção do Yang enquanto voava em sua direção, foi rápido demais, não teve tempo de pensar em nada.
Porém quando o corpo do Yang estava a centímetros de se esbarrar contra uma das árvores, um brilho forte correu contra o Yang, o guiando para cima como um raio.

– o que? – Minho exclamou freando a vassoura perigosamente devido a velocidade tomada anteriormente.

Seus olhos correram pelo céu até a direção desejada, vendo o corpo do Yang sendo firmemente segurado pelo Lee mais novo, que respirava ofegante e parecia tão apavorado quanto o Yang naquele instante.

– Ele... Como? – Minho exclamou confuso, vendo as pequenas fadas cercar o corpo dos dois como se brilhassem graças a eles, tornando a vista até bela devido ao momento.

Doce Magia ( Lee Felix Centric)Where stories live. Discover now