DARK TOWN

PRÓLOGO

Meus pés estão cansados de tanto correr...
Como pude ser tão tola a ponto de acreditar neles? Correndo entre as árvores, e pisando sobre as folhas secas, tento entender porque estou sendo acusada de algo que não fiz.

Eu não os entreguei... Porque estão sendo tão cruéis?

Já posso ouvir os passos ficando cada vez mais próximos, e os gritos chamando por mim. Se eles me encontrarem serei exposta da pior forma. Tento me esconder atrás de uma árvore, na esperança que eles não consigam me ver. Eu nunca quis tanto ser invisível, como quero ser agora.

- Eu sei que você está aí - posso ouvi-lo gritar por mim. Sempre sonhei em ser notada por ele, mas agora só quero que possa me esquecer.

- Não precisa ter medo, só queremos conversar. Não vamos fazer nada com você. - ela está sempre tentando ser a "pessoa boa", mas na verdade, não passa de uma garota egoísta.

- Fale isso por você - e essa voz rancorosa poderia reconhecê-la a quilômetros de distância.

- Isso já está indo longe demais. Vamos ir embora. Porque não deixamos ela em paz? - ah! O garoto gentil, sempre achei que ele era diferente dos outros, mas é tão ruim quanto eles.

- Só precisa assumir o que fez. E então, nós te deixamos ir - puff, quanta mentira sai de sua boca. Agora vejo o quanto eles dois se merecem.

Não posso continuar aqui. Parada não vou conseguir chegar a lugar algum. Não sei muito bem se é a adrenalina de todo este momento, ou se a bebida está fazendo efeito, mas tudo ao meu redor parece girar. Tenho que reunir as forças que ainda me restam, sinto como se meus passos estivessem prestes a falhar.

Eles me viram e a caça continua. Me sinto como um animal correndo do seu mais temido predador... O homem.

A minha frente não tem mais caminho, um grande barranco faz com que eu não tenha para onde correr. Se eu voltar, eles vão me pegar. Se eu pular, não tenho certeza se irei sobreviver. Agora para onde devo correr?

Antes que eu pudesse pensar em algo, sinto duas mãos tocando as minhas costas, e meu corpo sendo empurrado para a frente. É assim que tudo vai terminar?