18. DIA DIFÍCIL

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"Este capítulo contém cenas que podem ser gatilhos para alguns leitores, se for sensível a temas como abusos recomendo que não leiam."

Após a tarde no lago, Nick deixou Beverly em casa e foi embora. Ela abriu a porta olhando para os lados e entrou em silêncio. Ouviu seu pai falando ao telefone no escritório, parecia estressado, e falava com um tom elevado.

Andou agitada, da sala à cozinha procurando sua mãe, vendo que ela não estava em casa subiu correndo para o quarto. Fechou a porta encostou as costas e respirou fundo.

Rapidamente tirou as roupas e entrou no banho. Um banho rápido que não durou mais que 5 minutos, enrolou uma toalha no corpo e ao sair do banheiro encontrou seu pai parado em frente à porta.

— Querida, eu não vi você chegar — disse John com um sorriso maléfico no rosto.

— Eu precisava de um banho — respondeu nervosa com a presença do pai em seu quarto.

— Onde você estava? — mediu-a de cima a baixo.

— Fui ao lago com alguns amigos.

— Que ótimo. Hoje o dia estava realmente incrível para nadar — aproximou-se dela com passos leves e precisos. — Pegou um bom bronze?

— Cadê minha mãe? — deu passos para trás evitando uma aproximação maior dele.

— Ela foi ao mercado — respondeu com os olhos vidrados nela.

— Acha que ela vai demorar? — perguntou nervosa.

— Quem sabe?! — deu com os ombros e parou em frente a ela. — Você está a cada dia mais bonita — passou o polegar levemente no braço dela. — Você ficou com uma cor maravilhosa.

Ela se encolheu com medo daquela aproximação, aqueles dedos ásperos tocando seu corpo deixava-a com nojo. Ficou olhando para baixo evitando o contato visual. Nem parecia a Beverly que sempre era firme e demonstrava ser tão forte e não ter medo de nada. Naquele momento era apenas uma garota assustada.

— Eu preciso colocar uma roupa — ela falou com a voz baixa que mal dava pra ouvi-la.

— Pode colocar agora. Eu não me importo — sentou na cama cruzando as pernas e ficou esperando.

— Eu não me sinto confortável em fazer isso na sua frente.

— Para de bobagem. Sou seu pai. Até parece que não te vi assim 1 milhão de vezes.

— Eu preciso mesmo que você saia...

— Porquê? — franziu a testa mudando totalmente sua expressão que antes era calma, tornou-se de irritação.

— Porque não quero ficar sem roupa na sua frente.

— Mas na frente dos garotos da cidade você não se incomoda, não é mesmo?

— Pai, por favor — implorou com lágrimas nos olhos.

— O que foi, Beverly? Hã? Porque está chorando? O que acha que vou fazer com você? — a alteração na sua voz deixava claro o quanto aquilo o irritou. — O que acha que eu quero fazer com você? — foi até ela novamente e puxou a toalha com grosseria deixando-a nua.

— Para, por favor — tentou cobrir partes do seu corpo com as mãos.

No mesmo instante eles ouviram um barulho de carro do lado de fora. Era a mãe dela que tinha voltado do mercado. Ele a olhou de cima a baixo, jogou a toalha no chão e saiu do quarto furioso.

Beverly correu para fechar a porta, que não podia ser trancada pois o próprio pai tinha tirado deixando apenas a maçaneta, impedindo que pudesse trancá-la e evitar que ele entrasse quando fosse preciso em seu quarto.

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