Capítulo 08

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Acordei em puro êxtase, estava animada com essa nova aventura, iria me encontrar com Theo as duas horas, e ele iria me levar de carro até aquele endereço, apesar de que ele não sabia disso. Por telefone, Pedro me perguntou o que iria fazer na parte da tarde, e eu disse que visitaria uma prima, ele perguntou se podia ir, mas apenas disse que não era necessário. Coloquei uma regata e um short, calcei meu tênis, fiz uma trança dos dois lados do ombro, as coloquei para frente do corpo e pus um óculos escuros em minha cabeça, botei o celular no bolso e corri até a casa de Theo, torcendo para ainda não ter ido trabalhar. Eram exatamente uma e meia da tarde. Ele estava retirando a lona preta de cima da sua caminhonete velha quando me viu acenar, fui até ele com as mãos nos bolsos de trás.

- Oi - falei, e ele me respondeu um oi rouco.

- O que você quer?

- Me aproximar de você, não nos falamos há algum tempo.

- O que o seu namoradinho vai achar disso? - ele bateu as mãos, a lona já estava ao chão àquela altura, então ajeitou os óculos, me deu as costas, agarrou a lona e colocou aquele amontoado na varandinha, perto da cadeira de balanço em frente a porta.

- Ele sabe que eu vim ver você, então acho que tudo bem - falei - Como você tá? Já faz um tempo que não nos vemos, né, Harry Potter?

- Faz bastante tempo, Dorothy - e apontou para as minhas tranças. Sorri. - Eu não sou bobo, o que você veio fazer aqui? - arfei, me encostando no carro.

- Para ser sincera preciso de uma carona, pode me levar a um lugar aqui perto?

- Perto quanto?

- Uns quarenta minutos. Menos se você acelerar.

- Meu chefe desconta do meu salário se eu chegar atrasado.

- Faça esse favor pra sua amiga - pedi, me dirigindo ao outro lado do carro e abrindo a porta. Ele revirou os olhos, retirou a chave do bolso da calça folgada e se sentou no banco de motorista.

- O primeiro e último favor - disse ele, dando partida. - Eu espero que seja rápido.

- Na volta eu peço um Uber - coloquei o cinto. Quando estávamos perto da entrada da cidade, eu disse - Quando começar a ver o asfalto, entre na primeira placa de trânsito à esquerda, depois na terceira rua a direita. - peguei o celular, abri a galeria e chequei a foto novamente até decorar a casa. Mostrei para ele. - Me deixe antes dessa casa aqui. - Ficamos longos minutos de silêncio até ele me convidar a ir em sua casa. - Pensei que não gostasse mais de mim.

- Eu não estaria te dando carona se a odiasse - falou, prestando atenção na pista. Olhei seu perfil, vendo uma barba rala crescendo de seu maxilar marcado e de sua pele quente. Ele me olhou de lado, arqueou a sobrancelha e sorriu - Que droga, Isabel, você é um porre.

- E você é sem graça demais.

- É que você é obcecada demais.

- E você desiste fácil - falei, lembrando que um dos motivos do nosso afastamento foi que ele havia desistido de mim, quando revelou que me amava e eu havia dito que não sentia o mesmo. - Desculpe - pedi - Como você está?

- Bem, na verdade, estou trabalhando, então não posso reclamar, e tem uma garota, uma de que gosto, acho que vamos namorar.

- Parabéns - ele sorriu, mostrando os dentes perfeitos. - Ela vai ter muita sorte - ele ficou em silêncio e depois questionou o que vinha fazer naquela cidade.

- Visitar uma prima distante - menti - Mas ela não gosta de receber muita gente. - Theo era um homem normal de vinte e três anos de cabelos e olhos castanhos. Ele tinha um nariz bonito, e, às vezes, parecia que ter um certo encanto. Ele usava um crucifixo no pescoço e um óculos redondo, parecido com o do Harry Potter.

O SUICÍDIO DA CASA 92Where stories live. Discover now