3-Senhora chorona

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Um ano após o ocorrido,Ana estava completando 16 anos naquele dia. A "idade das lágrimas".
A padaria fechava mais cedo,e abria mais tarde. Nada estava como antes.
Seus pais estavam mais carinhosos e atenciosos. E isso talvez a sufocasse.

Em uma tarde, resolve Ana ir andar na floresta. Uma que ficava perto de sua casa. Em uma cesta ela coloca maçãs,uvas e alguns pães doces. Também acrescenta uma garrafa de suco de laranja,seu preferido.
Decidiu que iria fazer um pequeno piqueniqu,para se distrair.

Caminhando sozinha em paços lentos e silenciosos,ela adentra a floresta,que estava sendo iluminada pelo sol de fim de tarde.
Ela passa por uma cachoeira,e chega em um local com grama verde,e pedras grandes no chão.
Ela forra um grade pano no chão,e se senta em cima, coloca a cesta no tecido e vagarosamente tira o que trouxe de dentro.
Com os dedos, pegou um cacho de uva,e delicadamente conduzia uma a uma para sua boca.
Ao crepúsculo da tarde, lágrimas rolaram por suas bochechas rosadas. Sem expressão de tristeza, apenas lágrimas douradas iluminadas pelo sol.
Enquanto chorava sua solidão,Ana se sente observada.

_... Tem alguém aqui?...

_Quem está aí?!_ grita ela.

Um silêncio se estabelece no local,um violento vento sopra em direção contrária a menina, assanhando seus cabelos.
Do escuro da floresta sai uma criança. Um jovem de cabelos brancos e grandes olhos azuis.

A garota se espanta,com o coração acelerado, pergunta.

_Quem é você?

O rapaz não responde,ele nem sequer oscila de expressão. Ignorando totalmente a pergunta da moça,ele caminha até perto dela,ficando a cinco passos de distância.
Seus olhos azuis sem expressões decem de encontro a ela.
Ele aparenta ter entre 9 a 10 anos,bem jovem.
Mas a única pergunta que se passava na cabeça de ana,era o que aquele garoto queria.

Em um suspiro de descontentamento,o menino se pronuncia.

_ Senhora chorona, você não acha que esse lugar é muito afastado para você? principalmente sozinha?

No rosto de Ana estava estampado confusão.O garoto estava totalmente despreocupado,sua expressão mudara totalmente.

_ Mas o que- Senhora?

_ Você pode encontrar perigos. Animais selvagens, ladrões, sequestradores, assassinos..._ diz o menino.

_Mas.. você é uma criança, também não deveria estar aqui!

_Eu?

O garoto que estava com as duas mãos na cabeça, agora se senta na frente de Ana. Com um dos olhos abertos ele espia o que tem na cesta, então pega o suco de laranja.

_ Eu sou diferente. _ Fala o menino tomando todo o suco em uma única entornada.

_ Diferente,sei...

_ E por que estava chorando?_ Indaga ele colocando uvas na boca.

_ Olha,eu não devo satisfação da minha vida para uma criança. E eu não lembro de ter te oferecido algo. _ Diz ela com um sorriso Ladino após perceber a careta do garoto.

_Blé. Escuta tia, você fica muito feia chorando, principalmente daquele jeito. Atiça o menino enfiando um pedaço de pão na boca.

A garota da uma risada alta e então responde.

_ Você me chamando de feia?se enxerga. E para de comer minhas coisas.

Ele estica a mão após acabar de comer todos os pães da cesta.

_Meu nome é Killua.
Ela aperta a mão do menino e se apresenta.

_ Meu nome é Ana.

Nesse ponto da conversa,a noite já havia caído. A lua estava saindo e a floresta antes iluminada e brilhante, estava agora sombria e escura.
Apesar de Killua ser uma criança,ele não esboçava medo do escuro,e isso surpreendia Ana.
Ele estava totalmente tranquilo deitado sobre o pano comendo o restante das frutas.

_ Ei, menino.
_ Que?
_ O que você está fazendo na floresta?
_ Nada, só andando.
_hum..
Acho que deveríamos ir embora, está tarde._ Diz Ana se levantando e começando a arrumar tudo.
Killua se levanta e observa a maior com as mãos no bolso.

Os dois partem em direção a saída da floresta. O caminho era estreito e mal iluminado. Vez ou outra Ana olhava para Killua,mas o garoto estava totalmente tranquilo.

_ Para de olhar pra mim. _ Fala o pequeno com uma careta.

_ E você percebeu foi? Nesse breu todo você viu meus olhos? Impressionante HAHAHAHA!
A menina ri da situação.

_ Óbvio,esse olho de farol aí,quem não vê?

Ana bate a cesta na cabeça de Killua que resmunga baixo.

Sem perceber ela já estava na saída da floresta. Ao se virar para se despedir do garoto nada mais havia lá. Apenas as árvores escuras. No chão, estava um pequeno botão azul. Ela o pega na mão.

_Killua?

Sem resposta. Apenas um forte vento balançava a floresta.
Ela foi embora para casa com o botão na mão.
Seus pais a esperavam preocupados,mas logo ela os tranquilizou.

Ana estava feliz, aquela tarde foi mais divertida do que esperava. Aquela criança apesar de estranha era muito divertida.

Ana voltou algumas vezes no mesmo lugar para ver se conseguia encontrar Killua novamente,mas sem sucesso. Ela passou a usar o botão como brinco. Assim lembraria da criança gulosa que a acompanhou até a saída da floresta sempre.

𝘼𝙢𝙤𝙧 𝙚𝙣𝙩𝙧𝙚 𝙖𝙜𝙪𝙡𝙝𝙖𝙨 Where stories live. Discover now