Capítulo 57

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Júlia 👛

Peguei uma cadeira de plástico que tinha livre dentro da sala e levei ela pro lado da maca em que o Matheus estava deitado e senti lá olhando pra ele.

Sabe aquela dor, aquela angústia no peito que parece que não vai passar mais? Pois é, era o que tava sentindo naquele momento, junta dela uma vontade imensa de chorar, só que eu não queria passar energia negativa.

É muito ruim ver alguém que você ama demais em uma situação trágica, e o mais triste ainda é saber que metade do que aconteceu com essa pessoa foi tudo culpa sua.

Ele levou uma acidente e tá em estado grave por culpa minha, por eu ter a mente infantil ao ponto de chamar outra pessoa pra "tentar" substituir ele, já que isso nunca será possível.

Ele tá correndo risco de vida e a gente nem tá de bem um com o outro por causa de egoísmo meu, totalmente meu, apenas meu.


Júlia: Eu queria tanto, mais tanto que você estivesse acordado, sã pra eu me desculpar com você e falar pra você, olhando nos seus olhos o quanto eu te amo... na verdade apenas que eu te amo, porque o quanto eu te amo é bem mais do que as estrelas que existem no céu, mais do que as ondas do mar. É incontável o quanto eu te amo!- Falei sentindo as lágrimas escorrerem pelo meu rosto.- Ninguém nunca vai conseguir te substituir, minha vida. Eu vou te esperar o tempo que for preciso, e se quando estiver tudo bem você ainda me quiser, o meu amor será só seu, assim como sempre foi e a gente vai poder viver um verdadeiro relacionamento.

Júlia: Eu acredito em você, amor. Eu sei que você não me traiu aquele dia, eu sei que você não é capaz de fazer isso comigo.- Passei a mão no cabelo dele.- Você é o homem da minha vida, pra sempre vai ser. Eu te amo!

Por fim, dei um beijo bem demorado no rosto dele.

Fiquei em uma esperança enorme dele acordar naquele momento e falar que ouviu tudo que eu falei pra ele, que me ama também e que nós dois é pra sempre.

Esperei por minutos que isso viesse a acontecer, mas ele não mexeu nem um dedo sequer. Doeu tanto em mim...

Levantei da cadeira desabando em lágrimas. A Luísa atravessou aquela porta e aí eu nem aguentei... chorei mesmo, a ponto de soluçar.

Luísa: Amiga, você precisa ficar calma e parar de chorar. Por favor!- Me abraçou e eu agarrei ela com força.- Eu também tô sentindo uma dor enorme por ver ele nesse estado, nessa maca. Mas eu tô me esforçando pra não desabar, porque eu preciso apoiar ele. Chorar não vai adiantar de nada, a única coisa que temos que fazer é se tranquilizar e orar para que ele saia desse estado e fique bem logo.

A voz dela já estava super carregada.

Júlia: Eu quero tanto que ele saia dessa...- Funguei tentando parar de chorar.

Luísa: Ele vai sair, tá bom? Agora vai pra casa, você não tá em condições de ficar aqui. Você tá muito abatida, cara!- Passou a mão no meu rosto.- Deixa eu ligar pro Samuel pra ele mandar alguém te buscar.

Júlia: Não precisa não, eu vou de Uber.

Luísa: Tá doida, andar de Uber essa hora e ainda mais nesse estado, garota? Óbvio que não!

Ela ligou pro Sid e falou que ele iria mandar um menino me buscar. Depois de alguns minutos esperando, me despedi da Luísa e dei um última olhada pro Matheus.

Meu amor...

Montei na moto e seguimos pro morro. O menino me deixou em casa e eu nem fiz nada, só apaguei todas as luzes e deitei na minha cama, chorando mais ainda.

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