𝕮𝖆𝖕í𝖙𝖚𝖑𝖔 𝕹𝖔𝖛𝖊

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Antes do capítulo começar eu queria pedir desculpas pela demora dele. A faculdade + vida pessoal me atrapalha, mas eu juro que faço de tudo pra escrever no tempo que sobra.
Esse capítulo é um presente pós-Enem pra quem fez e precisa se recuperar do trauma kkkkkk
Enfim, fiquem com o capítulo e espero que vocês gostem

×××


Capítulo nove
ou
Prisioner

Alguns anos atrás

Raven Queen nunca teve certeza se falava com o próprio reflexo ou com sua mãe, porque olhar para ela era como olhar para um espelho.

Havia algumas diferenças, é claro, mas não deixava de ser bizarro o quanto elas se assemelhavam. Ela se prendia nos pequenos detalhes (os cabelos brancos surgindo da raiz, os olhos pretos adornados com olheiras e minúsculas rugas espalhadas pela face) para se lembrar de que aquela do outro lado do vidro não era uma versão mais velha dela, e sim outra pessoa.

E a primeira coisa que ela percebeu foi que de fato laranja não combinava com ela.

— Olhe como você está crescida — a voz dela soou pelo telefone — Finalmente aquela mulher deixou você visitar sua própria mãe? Faz tanto tempo que não a vejo que pra mim essa é a única resposta plausível.

— Desculpe, minha vida estava uma bagunça e agora que me formei eu finalmente tive um pouco de tempo para te ver. Eu trouxe uns presentes, mas não sei se vão deixar você ficar com eles.

Ela arqueia as sobrancelhas e a olha de cima a baixo

— Você não veio até aqui para distribuir presentes, querida. Vá direto ao assunto, antes que nosso tempo acabe.

Raven respira fundo e encara nos olhos da mulher, talvez tentando encontrar um resquício de alma dentro deles.

— Eu sei que você não matou meu pai.

— Então o que eu estou fazendo aqui, querida? Tirando férias?

Ela revira os olhos

— Você o amava.

— Ou talvez eu apenas tenha casado com ele por dinheiro e para me vingar da minha inimiga do colégio e quando eu não precisei mais dele eu o matei.

— Já é a segunda vez que você desvia das minhas afirmações — Raven pousa os olhos raivosos nos da mãe — Eu sei que você o amava e eu sei que você não o matou, agora a única dúvida genuína que eu tenho é: porque você confessou? O que tinha a ganhar com isso?

— Talvez eu tenha feito tudo por amor.

— E você continua respondendo sem responder de verdade.

Ela dá uma risada seca que arrepia os braços da garota. Por um momento ela até acha que o som saiu de sua própria boca.

— Você se tornou uma pessoa esperta, Raven. Tenho orgulho disso

Agora foi a vez da garota soltar a risada seca

— Eu me pergunto de onde vêm esse traço de minha personalidade, já que aparentemente não é algo que você tem.

Medo imediato correu por suas veias. Ela sabe que não deve provocar sua mãe e ainda assim não conseguia controlar sua língua.

Isso ainda a mataria algum dia.

— É tão difícil para você acreditar nas coisas que eu sou capaz de fazer? Se você ainda acha que sou inocente, acho melhor procurar ajuda. — Ali estava. Uma confissão indireta. Não era isso o que ela queria no final das contas?

𝐆𝐨𝐨𝐝𝐧𝐢𝐠𝐡𝐭 𝐒𝐨𝐜𝐢𝐚𝐥𝐢𝐭𝐞 Where stories live. Discover now