Capítulo 1

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Cidade dos redemoinhos — 1886

Início do inverno...


Era cedo, muito cedo quando as janelas de seus aposentos foram abertas para a luz entrar, as empregadas removiam as roupas de cama enquanto a água de sua higiene era colocada limpa e fresca diante de si. Do outro lado havia ainda duas senhoritas que separavam as peças íntimas e o vestido do dia, mas com uma certa letargia e melancolia, Hinata Uzumaki disse:

— Me separe um simples, talvez o azul, para eu poder montar.

— Minha senhora, n-não deveria...

Era o cúmulo, ser repreendida por uma garota quase dois anos mais nova que si. Hinata não estava de bom humor, e dependendo de como aquela pequena atrevida terminasse aquela frase, ela não ia querer ver a fuça da pequena Mirai pelos próximos cinco ou dez dias. Felizmente a jovenzinha não tivera tempo, pois a velha criada entrou completamente bem humorada pela porta trazendo a tão conhecida senda semanal da senhora daquela casa.

— Trouxe a cevada! — anunciou enquanto colocava a bacia sobre um dos tapetes mais ao canto. Hinata suspirou longamente enquanto se aproximava da mesma, puxando com a ajuda da velha mulher a camisola grossa que usava.

Posicionou as pernas entre a bacia, agachando sutilmente o corpo enquanto em clara exposição de sua intimidade, urinava sobre aqueles grãos no interesse que todos permaneciam naquele casarão que pertencia ao atual Coronel das terras do redemoinho, Nagato Uzumaki, que era saber se finalmente a jovem senhora havia emprenhado.

Três anos casada, três anos que fora traga da capital Konoha para ser desposada por aquele que era o último filho do senhor de terras daquela região. Uma família cercada por tragédias e desaventuranças que a quebrou. Hinata fora traga ali primeiramente por puro capricho do homem de cabelos arruivados, que havia encantado-se pela jovem garota, de quinze anos na época, em um dos bailes sociais na capital, e a segunda razão óbvia era: ter filhos. Muitos deles, quantos pudesse parir, acontecia que o que deveria seguir o curso natural da coisa nunca aconteceu.

Nesses três anos a Hyuuga, agora Uzumaki, pode presenciar três duras realidades; a primeira era que, a cidade próxima era pequena, de uma população ridícula, o que não trazia tão grande prestígio assim para as terras do Uzumaki, que já vinham arrastadas de duras épocas de estiagem e doenças no gado. No entanto, essas mesmas terras, eram valiosas pela localização e capacidade de produção e abastecimento, o que a levava a segunda coisa, Nagato. Era um péssimo administrador, embora dotado de uma personalidade boa de se conviver, ele era viciado em jogatinas e bebidas, o que sempre o levava a cidade vizinha. Ame, que era maior, mais cheia e mais próspera, sendo conduzida inclusive pelo jovem Coronel Uchiha, mas as inconstâncias de Nagato o faziam afundar a contabilidade da fazenda Uzumaki dia após dia, fora a sua arrogância de jamais admitir estar errado, afinal, Nagato jamais errava. E por fim, a terceira e mais complexa situação: a vida conjugal que tinham. Por passar tanto tempo nos cassinos e bordeis de bebedeiras, ele comparecia vezes aleatórias demais em seu leito conjugal, o que ocasionou no seu novo peso: uma mulher que não gerava filhos. Bom, não exatamente, porque ela até conseguiu uma vez, ela apenas não conseguiu sustentar a prenhez que acabou menos de um mês depois que aqueles malditos grãos floresceram.

Assim que terminou aquilo, Hinata iniciou o seu protocolo de higiene pessoal sendo logo depois vestida, e só pelo olhar atravessado que dera em Mirai, essa pegou o seu longo vestido azul de cavalgada. Ela o adorava simplesmente porque o corselete que o acompanhava era mais suave e menos apertado arrebitando seus seios, seus movimentos eram mais graciosos e soltos, e não havia tanta cobrança em si para que ela se vestisse como uma madame perfeita, afinal, para quem ela o faria? Para o marido morto de bêbado que certamente havia chego aquela manhã, ou talvez para as vacas do campo ou para os servos que tinham as mãos calejadas?

A viúva do coronelWhere stories live. Discover now