Capítulo 20

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Os cavalos pastavam calmamente próximos, aproveitando-se de um raro oásis de alfafa que havia ali naquela região, que possuía a incrível combinação para que essas plantas multiplicassem. Pareciam se dar bem, mesmo diante de raças com personalidades distintas.

O casal de cavaleiros, por outro lado, seguia o caminho a pé, aproximando-se do lugar que satisfaria suas curiosidades e anseios. Mapeavam, discutiam, imaginavam grandiosa e audaciosamente enquanto o som do rio a vários metros os embalava.

Apoiando, em sua antiga pasta de couro, alguns papéis e seu lápis, Naruto esboçava e rascunhava, corrigia e tornava a tomar nota enquanto discutiam o assunto que estava tomando a cabeça deles a alguns dias: o curtume.

Talvez com os pensamentos ambiciosos, ou finalmente colocando as perspectivas em papel para torná-las real, Hinata começava a ter dimensão do impacto daquilo, não apenas na cidadela que fazia parte dos domínios das terras Uzumaki.

A cidade dos redemoinhos sempre fora pequena e medíocre, mas estava começando a sua crescente desde que a prosperidade lhes batia a porta outra vez. Com a expansão dos campos agrícolas, várias pessoas foram contratadas, o que demandou novas famílias, próxima à fazenda, então a criação de gado mais que dobrou, e atraiu consigo mais trabalhadores, logo mais famílias, e para suprir essas, houve o surgimento de novos pequenos comércios na cidadela dos redemoinhos para atender essa nova demanda de gente.

Como um ciclo, o comércio moveu-se, do menor para o maior. Então tudo que eles decidiam ali, impactaria na vida de várias pessoas e no futuro daquele lugar. E obviamente aquele assunto tornou-se a pauta de Hinata, presa a conversa idealizada com Toneri Ootsutsuki e seu irmão Neji a várias e várias semanas antes.

Eles precisavam de domínio e prestígio, e estavam construindo um. Naruto lentamente expunha seu poder de influenciar as coisas por ali.

— Shikamaru ficaria a cargo de todas as licenças, registros, tudo que precisaríamos. Você poderia se concentrar no projeto, materiais e equipamentos.

— Enquanto sua graça coloca toda a engenhoca para rodar? — ela corou, ele gargalhou um pouco, deixando de lado o estojo de desenho e a segurando pelas ancas.

— N-Naruto, aqui não.

— O quê? Temos apenas os cavalos como testemunha.

— Você é confiante demais! — ela balbuciou respondendo ao beijo masculino, para logo depois escapulir de seus dedos, o fazendo dar-se por vencido.

— Então... acha que... podemos dar um passo assim? — ele a indagou, quando a viu olhar adiante, em direção o rio, como se pensasse.

Hinata suspirou longamente.

— Estamos falando de maquinário moderno, a maioria importado. A construção vai ter uma grande demanda, e... precisaremos de muita mão de obra. De antemão precisaremos ter contratos de compra em grande escala de matéria-prima, e quanto mais perto da gente melhor, e então precisamos dos contratos de venda do couro já pronto.

— Outras indústrias. — Ele completou vendo-a consentir.

— Ao pouco conhecimento que tenho sobre isso fora, acredito que nossa praça seja fora do país.

— Exportação? — ela o olhou, agitando levemente a cabeça ao consentir, o que fizera os olhos dele arregalar um pouco chocado com a dimensão que aquilo poderia tomar.

— Podemos começar com um sistema menor, para nos adaptarmos a demanda. Precisaremos contratar também algumas pessoas para lidar com os cuidados, os contratos de compra e venda, os supervisores... em fim — ela suspirou. Mas ele estava apenas animado com a capacidade dedutiva dela, bem como seu conhecimento e sua visão. Hinata havia nascido para aquilo.

A viúva do coronelOnde histórias criam vida. Descubra agora