𝐎 𝐙𝐮𝐦𝐛𝐢 𝐞𝐦 𝐎𝐧𝐞 𝐏𝐢𝐞𝐜𝐞

✿*:･ﾟOnde está o céu? Capítulo 04

🇸 🇹 🇦 🇷 🇹

Caminhando lentamente entre as casas, arrastando minhas mãos ensanguentadas no azulejo delas, deixando um rastro, talvez porque havia matado muitos, mas estava cansado tanto psicologicamente como fisicamente.

Minha irmã? Onde ela estava mesmo? Tínhamos nos separado e já faz muito tempo, o sol está desaparecendo no horizonte, o fogo não se apaga, continua queimado, dessa vez a floresta.

Preciso encontrar Calissa o mais rápido possível, de todos aqui não posso perder ela.

Desviando-me dos meus pensamentos, vejo ao longe mais três piratas. Todos estavam ao redor de algo, rindo sem parar.

Me aproximei devagar para não chamar a atenção dos indivíduos, quando cheguei mais perto, finalmente pude escutar lamúrias e choro, era a voz de uma mulher.

— Por favor! Por favor! Eu imploro, deixe o meu filho viver!

— Já levamos suas asas, o que mais pode nos dar?— zomba enquanto aponta uma arma para a mãe que, desesperada, tenta esconder o corpo do seu filho dos agressores.

— Ei, cara. Vamos vender eles como escravos, talvez nos rendam alguma grana!— O pirata ri e dá de ombros, não se importando em nada com o rosto de desespero da mulher.

— Boa ideia, cara, aposto que aqueles Tenryuubitos iriam amar borboletas sem asas, haha!

— Calem a boca, já esqueceram do contrato? Eliminem todos nessa ilha sem deixar rastros. Ouviram?

— Claro, claro, rato da marinha.

— Está louco? Fale baixo, está ouvindo? Se descobrirem que isso tudo foi uma obra do governo, o mundo não ficará parado.

Ele não veste branco, na verdade, todos eles não vestem o branco do uniforme da marinha. Estão tentando esconder o fato que são associados, que esse ataque sem sentido não foi planejado por eles.

Aquele que matei lá atrás devia ser um capitão, estava escondido só observando caso algo errado. E deu errado. Eu sou o erro que não contaram, não esperaram e que matou boa parte desses demônios.

— Sim, sim — ele fala, se virando novamente em direção à mulher.

A mesma que ainda assimilava as palavras que acabará de receber, o governo e a marinha eram os culpados? Como se adivinhasse o que a mulher pensará, o homem se inclinou sobre ela.

— É realmente uma pena, né? Que você tenha ouvido tudo, agora vamos te eliminar.

Um sorriso apareceu no rosto dos quatro, foi aí que ela percebeu que, desde o começo, eles não pretendiam deixá-la viva. Como um último esforço, agarrou o corpo desmaiado de seu filho e esperou o ataque de espada que nunca chegou.

Alguém segurou a espada antes do ataque, bem no fio da lâmina, esse ser que, dos pés à cabeça, parecia uma assombração vinda do inferno.

— Ah! O que eu deveria fazer com vocês? O que pretendem? Suponhamos que eu tenha ouvido essa sua conversa, que tal tentar me "eliminar" também?

Observando melhor, "a assombração" era, na verdade, um garoto não mais velho do que eles. Assustados com a repentina aparição, todos os três recuaram.

Para a surpresa deles, ao estar tão perto, puderam olhar com atenção o estado do garoto, observaram uma mistura de insetos que andavam ou rastejavam pelo seu corpo, animais asquerosos na visão dos quatro ali presentes.

Mesmo assim, o garoto não parecia se importar nem um pouco, pelo contrário, esbanjava um sorriso diabólico para todos.

— P-Príncipe?— Sussurrou desacreditada, aquele ser jamais pareceria ou se assemelharia de alguma forma a ele. — ... O poder... certo ainda tem aquele poder.

Perdida em pensamentos, a mulher sussurrou palavras inaudíveis e olhou para o corpo do seu filho. Se alguma pessoa ali presente olhasse em sua direção, veria seu rosto aliviado e um sorriso.

O príncipe estava transformado, um exemplo disso eram suas mãos e pés que estavam irreconhecíveis.

Não parecia humano e definitivamente parecia perigoso.

Parecia um monstro.

A mulher agarrou as próprias roupas, lá estava o sinal de esperança, o príncipe, como poderia esquecer o quê, quando criança, ouviu escondido na reunião dos anciãos da vila. Ele seria a salvação de todos, então não precisava se preocupar ou temer. Enquanto ele estiver vivo.

— Vamos, o que estão esperando?— Grito em direção aos três, atento a caso as armas que seguram caso se voltassem para mim.

— Em pensar que nessa ilha ainda haveria aberrações como você! — O homem puxou a espada que levava na bainha.— Não se preocupe logo, logo vou te mandar para o inferno.

— Vai tentar lutar? Mesmo sendo fraco assim?

— Vamos ver quanto tempo vai poder se achar, meu nome é Goran. Guarde bem na memória, fui eu que mandei seus amiguinhos aberrações para o mundo dos mortos.

Os outros piratas só recuaram esperando a cena acabar, confiantes, afinal não tinha como derrotar um oficial da marinha treinado, ainda mais se fosse um garoto que nem aquele. Afinal, eles mataram boa parte do povo estranho da ilha, que nem mesmo tiveram chances de reagir contra sua força.

Pelas informações que receberam, todos os seres dessa ilha desconhecida viviam em "paz" e se escondiam para não serem descobertos pelo mundo. Mal sabiam que a marinha, por algum motivo, os considerava uma ameaça e já planejavam eliminar a ilha e seus habitantes.

Os piratas, os quais não foram poucos, não sabiam porque foram contratados para a eliminação em massa, ignoraram trabalhar para o governo de primeira (já que não era uma opção para piratas trabalharem para o governo). Depois, movidos pela ganância da recompensa que receberiam, fizeram um trato em atacar a ilha.

Mal sabiam os piratas que também seriam "eliminados" para não deixar rastros de uma possível "aliança" entre marinha e piratas, dois inimigos mortais.

— Já digo que sou bem problemático para se ter como inimigo— Goran se exibe com movimentos inúteis com a espada.

— Certo, veremos quão rápido você vai cair.

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