Red Line -Supercorp

Olhos verdes

Boa leitura

POV Kara Danvers

Acordei com o barulho infernal do celular ao lado da cama tocando feito um louco, já que eu havia esquecido de colocar no silencioso.

Tateei sem abrir os olhos pela cômoda e esbarrei no pequeno abajur que se espatifou no chão.

- Seja quem for, está me devendo um abajur novo. - resmunguei irritada ao atender o telefone e escutei a risadinha debochada do Barry do outro lado.

- A noite não foi boa, queridinha? - perguntou irônico me fazendo revirar os olhos, olhei no relógio ao meu lado e vi que eram sete da manhã.

- Barry, sete da manhã! Sete da manhã de um sábado, Barry Allen ! - esbravejei mas eu sabia que ele não ligava.

- Eu estou de ressaca, desmemoriada e com um mau humor insuportável, então se você não quiser que eu jogue uma praga em você, sugiro que abra o bico e vá direto ao que quer.

- O que a abstinência de orgasmos não faz com uma pessoa. - debochou - Veja bem Karinha, eu disse orgasmos e não sexo.

- E antes que você desligue na minha cara, liguei para avisar que a sua irmã está deixando todo mundo enlouquecido aqui na empresa, ela diz que nasceu pra ser médica e não pra ficar trancada em uma sala assinando papéis.

- Jesus Cristo. - respirei fundo.

- Ajude ela por tudo quanto é santo desse mundo e não deixe ela destruir a minha empresa.

- Já estou fazendo isso, rainha. - fiquei mais aliviada em saber que Barry estava ajudando a Alex com as coisas, mas mesmo assim ainda me preocupava que a desvairada pudesse colocar aquele prédio no chão só com um grito.

- E o que a madame ainda está fazendo em casa? Não vai pro acampamento dos pestinhas daquela escola?

- Vou, mas ainda tenho um tempo. - falei suspirando. - Mais alguma coisa?

- Avisou a anta do seu marido sobre esse acampamento? - questionou e eu tinha certeza que ele estava fazendo a sua famosa cara de nojo.

- Não sei nem onde ele está, então não. - Dei de ombros e Barry soltou um risinho, mas não comentou.

- Estou com saudades, volta logo.

- Também estou, mas agora preciso ir. Te amo. - falei - E ainda está me devendo um abajur.

- Põe na conta do Jhon, ele não paga e ainda te deixa mal. Te amo. – desliguei o telefone rindo do idiota do meu melhor amigo e fiquei deitada na cama questionando a minha existência.

Sabe quando você acorda com a sensação de que uma frota inteira de caminhões passou em cima de você enquanto dormia?

Então, é exatamente assim que estou me sentindo no momento e a dor de cabeça vem de brinde com a banda de rock que está fazendo um show no meu crânio.

Maldito álcool. Porque eu bebi tanto?

Olhei para os lados tentando me recordar de qualquer coisa que me desse uma pista do que houve ontem e onde estava o imprestável do meu marido, mas não encontrei absolutamente nada.

Encarei o teto por alguns segundos e depois fechei os olhos tentando me lembrar de qualquer coisa, mas eram apenas flashes aleatórios que vinham na minha cabeça, várias imagens desconexas que não faziam sentido algum.

Uma loira magricela beijando a minha vizinha. Eu vomitando em um banheiro de bar.

Eu vomitando em um banheiro de bar?