Entre Rosas e Coroas

capítulo II

Caim

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-Majestade, hoje temos um dia cheio.
Acordo de um rápido cochilo com o som irritante da voz de Hermes, olho para o lado e percebo que ele está usando um terno castanho, que ganha uma tonalidade mais escura devido a falta de luz, ele segura uma bandeja, contendo provavelmente alguma comida que eu mal irei consumir, solto um bocejo levantando de minha escrivaninha, sinto um leve desconforto em minhas mãos, estico o braço para alcançar minhas luvas na lateral de minha cômoda, colocando as para impedir o contato com outras superfícies, olho para minha cama que a tanto tempo não a utilizo quase sentindo falta de dormir, passo a mão em meu cabelo, na tentativa de arrumá-lo , ele me passa meu sobretudo , pego minha coroa na almofada e me olho no espelho, vejo que estou um pouco mais apresentável,

O som das badaladas do enorme relógio ecoam por todo o castelo, o sol ainda não surgiu no horizonte, mas como governante deste reino não posso me dar ao luxo de dormir durante a noite, principalmente quando tenho uma importante reunião. Hermes continua a me acompanhar pelos longos corredores do castelo, me incentivando a me alimentar, enquanto ignoro seu pedido, percebo que seu terno castanho claro,

-Hoje temos uma agenda apertada, talvez você não possa se encontrar com a princesa devido a divergência nas agendas. Não ligo de me atrasar para alguns compromissos, posso estar ocupado, mas nunca deixo de fazer uma refeição com minha amada filha, prometi a mim mesmo que seria presente na vida de minha filha, diferente de meu falecido pai.

Cruzo mais alguns corredores, até chegar à sala de reuniões, uma sala branca, bem iluminada com uma mesa circular feita de quartzo branco, ocupando a maior parte de seu interior, em que na maioria das vezes me reúno com nobres e representantes do exército. Ao entrar na sala, sou recebido por Atena, uma mulher alta que utiliza uma armadura dourada com detalhes em branco, meu braço direito e líder do exército. Ela e outras figuras importantes do exército, sentam junto a mim em nossos lugares.

Olho para Atena a alguns metros à minha direita, que faz um gesto para a sua jovem acompanhante que estava ali presente, as luzes do salão são apagadas, e a jovem cria uma projeção de luz. Atena se levanta começando a discussão.

-Como todos aqui devem saber, nosso reino e Ares se encontram em conflito a décadas. Nossos espiões descobriram que esse grupo possui um líder sem rosto conhecido somente como o Pai de Todos, sua principal força militar são as Valkírias, não temos ideia do total mas temos registro de ao menos 4 delas . Atena tem sua fala interrompida por um pesquisador, de cabelo castanho e aparente desleixo, que tira registros de uma maleta, sendo projetado para a vista de todos, imagens de registros de desaparecimento.

-Nas últimas três décadas tivemos registros de sequestro e venda de crianças com dons raros, tudo indica uma ligação entre a Ares e tais casos, acreditamos que elas devem ter alguma ligação com um das relíquias primordiais. As relíquias primordiais, foram artefatos deixados pelos seres responsáveis pela criação do nosso mundo, inúmeros conflitos foram travados em busca de seu poder, o que fez com que esses objetos fossem perdidos no decorrer das eras, essas lendas antigas são comuns entre as crianças, a maioria das pessoas não chegam a acreditar em tais mitos, poucos sabem da verdade presente nas lendas. Decido tomar a frente na discussão.

-Recebemos informações sobre a possível localização de uma das tais relíquias, mas não sabemos a sua veracidade, devido ao fato de que uma movimentação estranha no reino poderia alertar os nossos inimigos, busquei um conhecido que pode arranjar alguém que seja confiável, para fazer tal serviço. Todos me olharam abismados, não é de se surpreender, afinal, apesar de eu possuir o mais alto cargo de nossa sociedade e vastas habilidades, minha pouca idade me faz ser subestimado, desde que tive que assumir o poder . Um dos alí presentes decide se pronunciar.