Sessenta e Sete

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Ouça-me bem, amorPreste atenção, o mundo é um moinhoVai triturar teus sonhos, tão mesquinhoVai reduzir as ilusões a pó — O Mundo É Um Moinho, Cartola — Viva Cartola

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Ouça-me bem, amor
Preste atenção, o mundo é um moinho
Vai triturar teus sonhos, tão mesquinho
Vai reduzir as ilusões a pó — O Mundo É Um Moinho, Cartola — Viva Cartola

O sorriso é automático em meus lábios quando vejo o jardim do hospital ser iluminado por luzes claras, então o frio toma minha barriga ao ver a tenda a alguns metros de onde estou.

— Tenha uma noite maravilhosa. — a enfermeira que me trouxe diz com um sorriso ao tocar meu ombro.

Eu agradeço e a vejo se afastar de mim, enquanto meu marido se aproxima em passos dominantes e relaxados. Seus olhos castanhos fixos em mim causa uma dormência por todo meu corpo e cada célula que me compõe implora para que eu o tenha o mais próximo de mim possível.

— Oi, amor. — minha voz sai baixa, e a forma que ele me olha faz minhas bochechas esquentarem.

— Amo seu cabelo assim. — toca meu rosto, sua voz rouca e arrastada. — Você está maravilhosa, babe. — seu olhar percorre cada parte minha.

Quando ele inclina seu tórax, com a ponta dos dedos em meu queixo, e junta nossos lábios, um suspiro escapa de meu nariz. Sinto meu corpo formigar e o frio tomar meu estômago.

— Obrigada. — sussurro, ainda entorpecida por seu beijo. — Você está lindo. Como sempre. — sorrio.

Meu marido sorri abertamente para mim e sinto meu coração bater mais confortável em meu peito. De repente, mesmo com toda a situação que estamos passando por minha gravidez ser de risco e Evan estar em liberdade, sinto-me a pessoa mais sortuda do mundo apenas por tê-lo e dividir meus dias com Justin.

— Pronta? — indaga passando os braços por baixo de minhas pernas e braços.

Então, em um único movimento, o loiro me segura firmemente em seus braços, como tem acontecido desde que fui internada. Justin simplesmente se recusa a me deixar caminhar ou fazer qualquer tipo de esforço, assim, quando não estou usando a cadeira de rodas, estou em seus braços — e, sinceramente, não é algo que possa reclamar.

Aproveito para sentir mais de seu cheiro tão bom e amo reparar que sua pele se arrepia quando arrasto meus lábios pela tatuagem de rosa que ele tem em seu pescoço, sentindo Justin pressionar um pouco mais meu corpo ao seu. Quando seus olhos em tom castanho-escuro abaixam até meu rosto, sinto meu corpo esquentar.

Porra, eu sinto tanta falta dele.

— Obrigada. — agradeço quando ele me coloca em uma das duas cadeiras da mesa, ao chegarmos na tenda.

A ponta de meu nariz arde e sinto o choro ficar preso em minha garganta quando meus olhos percorrem o perímetro ao meu redor. Os últimos dias não têm sido fáceis, e hoje pela manhã acordei sentindo dores em minha barriga. Tudo só piorou quando percebi que estava sangrando.

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