Muito além • MORRO

07

Marianna

LP: Milagre tu por aqui né?

Marianna: E já tô me arrependendo. - Falei forçando um sorriso.

Letícia: Para disso, olha que fofa! Ela tá se divertindo. - Se referiu a Maria que estava criando anticorpos na terra.

Marianna: Quando vai ser o seu? - Ela me olhou com os olhos arregalados.

Letícia: O meu o que? Tá repreendido. - LP olhou com a cara feia pra ela e eu só sabia rir.

Medeiro chegou depois alegando estar muito ocupado, já sabemos o que ele estava fazendo.

Marianna: E a sua posse? - Perguntei me lembrando que eles tinham adiado por conta da invasão.

Medeiro: Assinei os papéis ontem, não vai ter posse, tô muito cansado. - Falou bebendo sua cerveja.

Marianna: Hum! Ocorreu tudo certo?

Medeiro: Sim! Só esperar o velho morrer pra eu assumir. - Porra! Isso tudo?

Marianna: Eu vou ter que ser a sua fiel por anos? Não era só por meses? - Perguntei me virando pra ele.

Medeiro: Ele tá com câncer terminal Marianna, ele só tem mais 1 mês de vida. - Olhei pra ele sem reação.

Câncer é a pior palavra e pior doença que já existiu.

Perdi minha mãe pra ele, a pior sensação que já presenciei foi ver ela ir embora e eu não poder fazer nada.

Flashback:

Marianna: A senhora não pode ir embora assim! E eu? Como eu fico? - Meu rosto estava encharcado de lágrimas.

Flávia: Meu amor, eu vou estar com você sempre, não chore. - Ela não podia fazer isso comigo, não podia.

Marianna: Mãe! Por favor não faz isso comigo, eu imploro. - Me ajoelhei em frente aquela mulher.

Flávia: Eu preciso meu amor, ele venceu e eu não posso fazer nada. - Ela falava com dificuldade, vários fios conectados a ela.

Marianna: Mãe! Eu amo a senhora, não faz isso comigo! Fica por favor... - Eu implorava, mas no fundo eu já sabia...

Flávia: Nas suas melhores lembranças eu estarei com você meu amor! Eu te amo tanto, não se prive de viver minha filha! Fiquei com Deus. - Um beijo foi depositado em minha testa e logo depois disso eu ouvi o pior barulho de toda minha vida.

Ali se tinha ido a pessoa que eu mais prezava em toda minha vida, minha mãe...

Me deixou sozinha, e eu tinha apenas 17 anos...

Quando isso aconteceu eu fui morar com meu pai, até eu completar 18 anos e poder tomar posse da galeria de artes da minha mãe.