IX- Mereço um beijo

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Já no dia seguinte, os irmãos saíram cedo de Nova Orleans, se encontrava apenas Sam e Dean no carro, Castiel e Gabriel não os via desde a noite passada, aquela mesma que o caçador fez um chilique por conta de ciúmes. Agora, Dean parecia ter total foco na estrada, porém não tinha, seus pensamentos estavam no por quê de ter reagido daquela maneira, por que ele tinha ficado com ciúmes, e não apenas isso, o arrepio que sentira enquanto ele e o anjo conversavam durante a vigia.

O caçador estava confuso, seus pensamentos não paravam por um segundo sequer, queria excluir aquelas sensações e pensamentos, queria deixar de se sentir um marinheiro perdido em alto mar quando olhava nos olhos do anjo, queria voltar ao normal.

Assim como da última vez, o tempo parecia ter passado muito rápido, quando Dean caiu em si já estavam no bunker.

Sam, que veio o caminho inteiro lendo sobre os Templários e o Santo Sudário, perguntou a Dean.

- O que acha? Devemos fazer o que o Crowley diz? -

O mais alto põem a sacola com a janta deles em cima da mesa, que já estava sendo aberta por Dean, o loiro buscava, ansiosamente, por sua cerveja.

- Eu não sei, Sammy. - responde, abrindo a garrafa que tinha recém encontrado - Acha que essa história sobre Mammon é verdadeira? Talvez Crowley só queira o Sudário, e como ele mesmo não conseguiu veio atrás de nós com essa história pra boi dormi. - Dean não mentira em relação ao que achava, conhecia ele, até tinha trabalhado com o mesmo no passado, e se essa história fosse mentira e ele apenas quisesse ter o Sudário para uso próprio e não para derrotar o suposto demônio?

Sam ficou em silêncio, pensativo sobre o que o irmão dissera. Dean, percebendo como o mais novo havia ficado, contínuo.

- Olha, o inferno está em silêncio a muito tempo, uma possessão lá e outra cá, porém nada de mais. -

Sam continuava pensativo, de fato, Dean tinha bons motivos, sem contar que era Crowley, seria burrice acreditar em tudo que o demônio diz.

- Mas e Castiel? O que ele acha sobre isso? - perguntou o mais alto, tentando continuar o assunto.

- Não sei, não falei com ele depois de ontem. - respondeu, fazendo Sam dar um sorrisinho ao lembrar do fiasco do irmão.

- Depois da sua crise de ciúmes? - perguntou, com a intenção de tirar sarro do mais velho.

- Eu não tava com ciúmes, Sam. -

- Ah não tava? Então o que foi aquilo?-

Dean pensou um pouco, na tentativa que alguma desculpa viesse a sua mente, até porque nem ele próprio sabia o motivo de ter agido assim.

- O Castiel é muito inocente, Sam, e uma piruá como aquela querendo tirar a inocência dele, você acha mesmo que ia deixar? Em momento algum aquilo foi ciúmes, eu estava apenas protegendo ele. -

O mais alto balançou a cabeça, fingindo que havia caído na ladainha do irmão, coisa que não tinha acontecido.

O assunto se encerrou ali, ambos se dedicaram totalmente a seus respectivos almoços, estavam tão concentrados neles que nem perceberam quando o anjo chegou. Castiel permaneceu em silêncio, apenas observando os caçadores.

- Que droga, Castiel! - disse Dean, que se virava para levar o prato a cozinha, se assustando com a presença do anjo, colocando a mão sobre o peito, voltou a dizer - Eu já te falei pra parar de fazer isso cara, vai acabar matando alguém do coração um dia. -

- Me perdoe, Dean. - respondeu o anjo.

- Tá tudo bem cara, só não faz isso de novo. - aconselhou o caçador, saindo para levar o prato até a pia, deixando Cas e Sam ali.

- E o Gabriel? - perguntou Sammy ao notar a falta do arcanjo.

- Ele me disse que iria resolver um assunto e depois viria. - respondeu ao caçador, que assim como ele também queria saber o que Gabriel estava fazendo, já que o mesmo só havia dito que já chegaria mas não disse o que ia fazer.

Sam balançou a cabeça positivamente, indo levar o prato até a cozinha. Sammy nunca contaria ao seu irmão, porém ele estava trocando mensagens com o arcanjo, o Winchester gostava do humor de Gabriel, e agora que eles se conversavam descobriu várias coisas sobre ele, e de fato, o arcanjo é bem mais que um brincalhão que adora doces.

Sam sorriu com a lembrança de Gabriel, ele deposita o prato na pia, se virando e dando de cara com o arcanjo que predominava seus pensamentos até então.

- Olá, Sammy-boy.- disse Gabriel, sorrindo bobo para o homem em sua frente.

- Oi Gabe. - respondeu o Winchester - Por que não veio junto com Castiel? - Sam perguntou, realmente curioso e ansioso pela resposta.

O arcanjo fixo seu olhar nos de Sammy, retirando uma rosa vermelha que escondia atrás de si.

O mais alto ficou totalmente sem reação, sentia suas bochechas arderem fortemente, com os olhos do arcanjo ainda em si. O caçador abaixou a cabeça, se sentia feliz, porém envergonhado, não é todo dia que se ganha uma rosa.

Gabriel estava nervoso, apenas não aparentava estar, por um segundo ele esqueceu como se sentia, parecia como se o mundo tivesse parado com a cena do caçador corando, uma cena que ele nunca esqueceria de tão perfeita que era.

Sam levantou a cabeça, voltando a olhar para o arcanjo, ainda tímido, pegou a rosa - Obrigado. - disse baixinho, levando a suas narinas e sentindo o suave cheiro da flor vermelha.

- Mereço um beijo não acha? - brincou Gabriel, ansiando por aquele momento.

O caçador se aproximou do arcanjo, depositando um beijo na sua bochecha. Gabriel fez bico, não era o tipo de beijo que esperava.

- Éh, já é um começo - e deu de ombros, arrancando um sorriso do caçador fazendo o mesmo sorrir também.

Sam se vira para o balcão e pega um copo, põem água dentro, em seguida colocando a rosa e a leva para seu quarto, na companhia do arcanjo.

Ambos chegaram juntos na sala onde se encontravam Cas e Dean.

- Adivinha quem chegou. - disse Gabriel, abrindo os braços e sorrindo para o irmão e futuro cunhado.

- O motivo da minha dor de cabeça? - perguntou o caçador, cruzando os braços sob o peito e se escorando na mesa.

- Obrigado, Dean. - respondeu o arcanjo - Agora sei que meus esforços estão dando certo. - sorriu para o caçador.

O Winchester revirou os olhos.

- Vamos direto ao assunto. - Sam disse, recebendo a atenção de todos - Devemos ou não acreditar em Crowley? -

- É óbvio que não. - respondeu o Winchester mais velho.

- Ele me pareceu bem convincente. - disse Castiel, discordando de seu protegido.

- Você é muito inocente, Cas! Você não conta. - Dean encarava o anjo enquanto falava.

- Creio que Crowley merece o direito da dúvida, já trabalhamos juntos diversas vezes, contra Lúcifer, Abaddon, Asmodeus e contra outros inúmeros seres. - sem quebrar o contato visual com o protegido, Cas respondeu.

- É verdade Dean, Crowley já nos ajudou muito, ele já salvou a nossa vida e a gente a dele, por que depois de tudo ele mentiria pra gente? - perguntou Sam, fazendo o irmão o olhar incrédulo.

- Gabriel. - disse um pouco eufórico - Diz pra mim, que pelo menos uma vez na vida, você tem um pouquinho de noção?-

- Desculpe Deanno, porém a maioria ganha. -

- Vamos chamar o Crowley? - perguntou Castiel.

- Vou ligar para ele. - respondeu Sam.

O mais alto se retirou, clicou no contato salvo do demônio, o celular chamava, a internet no inferno era ruim, Crowley já havia os dito isso, era só questão de paciência.

- Olá Sam. - o demônio apareceu na sua frente, rejeitando a ligação do caçador - Imagino que queira saber sobre meu plano, estou certo? - disse Crowley, com um ar de convencido.

- Está! - respondeu o caçador - Agora, qual é o plano? -

Intercourse - DestielWhere stories live. Discover now