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Foi a primeira vez que ele chegou perto do oceano. De início, vi o quanto parecia amedrontado, mas não demorou para se entreter. Fiz meu trabalho de boa irmã e registrei diversos momentos com a nossa câmera.

Acompanhei o pestinha afundando os pés na areia, engolindo água salgada e depois chorando, devido à pele vermelha de queimaduras. Avisei para tomar cuidado com o sol. Mamãe não pegou leve nas broncas, mas esse parte eu cortei.

Pelo menos ela se divertiu, diferente do papai, que não contava os minutos para ir embora. Não aguentei todo aquele drama do meu irmãozinho, ele se acabou de chorar pois disseram que nunca mais íamos para a praia.

 Não aguentei todo aquele drama do meu irmãozinho, ele se acabou de chorar pois disseram que nunca mais íamos para a praia

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Às vezes imagino o que se passa naquela cabecinha levada. Tenho medo de um dia ele perder o brilho nos olhos, aquela alegria contagiante que só ele podia me dar.

Pouco depois, se recompôs, balançou o cabelo cheio de areia e recolheu seu balde de plástico. Passeamos de mãos dadas e lhe paguei um sorvete de chocolate, seu favorito. Continuava a reclamar das queimaduras... que menino chorão!

Adultos falam bobagens, crianças também, principalmente em momentos de raiva... e aquele era o dele. Foi um dia inesquecível, até mesmo as palavras que Daniel me disse:

—  Um dia, vocês nunca mais vão me ver.

ᥲᥣᥱ́꧑ 𝚍᥆ ᥉᥆ᥣOnde as histórias ganham vida. Descobre agora