03 - raphinha

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A balada estava cheia e eu já não entendia muito bem o porque o movimento aumentou tanto em tão pouco tempo. Observei certas garotas correndo para o camarote e reparei que havia alguns homens entrando pela porta da frente.

- Amiga, você não vai acreditar! - Matheus reaparece, do nada, empolgado e soltando gritinhos e me empurrando uma bebida azul.

- O que é isso? - pergunto segurando aceitando, e tentando adivinhar pelo cheiro. - Tem whisky?

- Só toma e para de ser enjoada! Precisa ficar bêbada, pelo menos assim fica solta e pega o Raphinha.

Quase engasgo. Sim, deve ter whisky e muita coisa misturada dentro desse copo.

- Raphinha? - o olho surpresa, e o observo perceber que sabia exatamente como mexer comigo. - Ele tá aqui?

Mas meu amigo não precisa nem responder. Olho para o lado e vejo Bruno Guimarães, Paquetá, Vinícius e ele.

Que caralho. Acho que realmente hoje é meu dia de sorte.

Ou talvez não.

- Se esses homens gostassem do que eu gosto... - Matheus apoia em meu ombro e eu dou risada.

Vejo eles cumprimentando algumas pessoas que estão sentadas em uma mesa perto do bar. Raphinha se encosta na mesa, e talvez eu esteja o observando demais, porque mesmo com as luzes, consigo ver o lado de sua boca subindo e formando um sorriso de canto. Ele levanta sua cabeça e sinto seu olhar queimar em mim, como se soubesse que estou o observando.

Sinto que minhas bochechas em chamas. Aliás, meu corpo.

- Mathe... - Merda. Matheus já sumiu de novo.

Mas ainda consigo ver Raphinha. Não sei se a conversa com seu amigo do lado é tão interessante como parece ser, mas consegue intercalar seu olhar para ele e persiste em sustentar o nosso.

Apesar de saber que hoje é um grande dia, depois da vitória do Brasil contra a Coreia do Sul, não imaginava encontrar jogadores da seleção neste local. Não por conta do lugar, mas por saber que daqui a três dias, vai haver outro jogo importante.

Tite, querido. Temos que conversar.

Vejo que não estou aproveitando essa festa como disse que tentaria. Prometi a mim mesma que hoje eu sairia pra esfriar minha cabeça e bom, não é sentada que conseguirei.

- Me dá outra bebida daquela azul com Whisky, por favor. - peço ao barman, enquanto observo algumas pessoas dançando.

- Duas, por favor. - Ouço uma voz firme e um pouco abafada, por conta do baralho.

Ele mexe em seu bolso, tirando de lá uma nota e também mexe em seu celular. Levanta seu olhar e da outro daquele 'risinho de lado. Caralho, isso acaba comigo.

- Não vá achando que irá me ganhar pagando uma bebida pra mim. - digo, contornando um desenho estranho do balcão e o olho novamente.

- Ainda bem! - responde, sorrindo e dando de ombros - Tenho padrões mais elevados do que isso.

Sinto meu estômago responder a isso e aquela voz, fazendo minhas pernas ficarem mais fracas também.

- Não sei se é certo eu perguntar ou se vou acabar sendo intrometida demais. Mas o que um jogador tão importante como você quer encontrar em uma balada como está, depois de um jogo como aquele?

- Uma mulher como você. - continuo o olhando e dou um sorriso, tentando fingir que nada daquilo estava mexendo comigo. Talvez seja a bebida ou seja lá o que. Mas ele sabe que estou perguntando sério, e que quero outra resposta: - Eu não estava muito afim de vir, Guimarães buxou o bonde. Mas assim que te vi, tive certeza que eu me arrependeria amargamente se não tivesse aceitado.

- Vou aceitar está resposta. - dou de ombros.

- Certo. - ele da uma risada e balança a cabeça. Existe uma tensão muito grande entre nós neste momento.

Ainda está noite precisamos dar um jeito de corrigir isso.

- Então, acho que essa é a hora onde preciso fazer com que não se arrependa mesmo de ter aceitado vir nessa festa de merda?

- Não neste lugar. - ele me guia e me leva pra fora daquele lugar, e eu apenas deixo. Não deveria. Mas deixo

E acho que realmente iremos dar um jeito de corrigir essa noite.

Não só acho. Tenho certeza.

imagine jogadores.Where stories live. Discover now