30 - joão gomes

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Vejo meu reflexo no espelho, com o rosto escorrendo de lágrimas, rolando o rolo da galeria do meu celular. Admirou todas as fotos do meu agora ex-namorado, mas não devia ter feito isso. Sinto que estou prestes a afundar ainda mais em um poço de arrependimento. Não tinha ideia de por que decidi terminar com ele por causa de uma discussão, mas não importava mais. Eu não podia voltar no tempo e ele não tentou discordar de minha escolha. Fazia apenas dois dias, mas eu sentia como se ele tivesse partido para sempre.

Estou em casa. Mas não totalmente. Isso é possível?

Eu sentia o frio ao me sentar enrolada sozinha, um leve sorriso ao me lembrar de João me confortando. Fechou os olhos ligeiramente, imaginando a mão suave dele enxugando minhas lágrimas. O corpo dele aquecendo o meu, eu sinto minhq respiração se estabilizar, decidindo que estava se sentindo melhor e abriu os olhos. Fui recebida com a frieza que sentia antes, apesar de estar enrolado em vários cobertores. Meus pensamentos foram interrompidos por uma batida na porta da frente.

Me levante confusa, verificando meu telefone, o dispositivo mostrava a hora. Enxugo a bochecha manchada de lágrimas, imaginando quem estaria lá fora quase uma da manhã. Ao levantar meu corpo, corro para a janela mais próxima. Queria me certificar de quem era a pessoa antes de ficar cara a cara com ela. Sinto meu corpo prender a respiração assim que meus olhos se encontraram com a figura escurecida de João.

Corro de volta para a porta, não querendo que ele fosse embora. Quando abri a porta, a cabeça dele disparou. Instantaneamente encontrando meus olhos com os olhos castanhos dele.

— Desculpe.

Ele diz, sua voz saindo como nada mais que um sussurro. Meus lábios se abriram, chocados com a visão diante de mim. Eu escancaro a porta, insinuando que ele entre. João mantém a cabeça baixa, propositalmente impedindo que seus olhos encontrassem os meus novamente. Quando ele encontrou um assento, pude vê-lo tentando estabilizar a respiração, da mesma forma que eu a poucos minutos atrás. João limpou a voz, antes de quebrar o silêncio.

— Isso não pode ser o fim.

Endireito minha postura, seus olhos examinam meu corpo, como se precisasse achar esperança de uma concordância clara de minha parte. Eu suspiro, suas sobrancelhas se uniram e meus olhos ficaram pesados. Neste exato momento, me sinto culpada com a visão de meu ex-namorado na minha frente é avassaladora. Seus olhos ainda lacrimejantes, mostrando que ele havia chorado não muito tempo atrás.

— João, eu nunca quis que a gente acabasse.

Minha respiração acelera quando digo essas palavras, evitando os olhos dele completamente. Sinto meus olhos lacrimejarem, mas não podia chorar de novo, não agora. Especialmente agora, já que ele estava sentado na minha frente. Entretanto, o corpo de João relaxou ligeiramente. Sabendo que eu estava sentindo um pouco o mesmo que ele. Após alguns momentos de silêncio confortável, João o quebrou novamente.

— Farei o que for preciso para compensar você.

Ouço ele se levantar, a sensação familiar de calor me envolve mais uma vez. Sinto os braços dele envolverem meu corpo, segurando-me de forma protetora. Estava com medo de olhar para cima, com medo de que esse conforto fosse apenas imaginário. Mord o lábio inferior levemente, com meus braços estendidos para ele.

— Eu te amo, João. Eu sempre vou.

Meus olhos se fecham levemente com o conforto, enquanto João ajustava meu corpo. Minha cabeça agora deitada no peito dele, a dele brincando com mru cabelo. Eu segui a respiração dele até sentir que estava dormindo, exatamente onde deveria estar.

Em casa.


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