CAPÍTULO I

430 51 8
                                    

JUNGKOOK

De novo e de novo e mais uma vez.
Assim eram os meus dias como servente na grande mansão dos Park, o ponteiro do relógio acabava de marcar onze da manhã, ou seja, eu ainda tinha mais da metade do dia para cumprir minhas obrigações naquele casarão idiota, e só assim poder voltar para cabana que eu vivia com os meus irmãos, para descansar um pouco.

- Mas que inferno! - sussurrei irritado, ao queimar meu dedo na panela quente que mexia - Maldito Park imbecil. - falei baixinho novamente, mas logo depois olhei para os lados com medo de alguém ter me escutando, aí sim estaria ferrado, cruzes!

Já faziam duas semanas que todos naquela mansão estavam impolvorosos com o retorno do filho mais velho da família Park, que havia ido estudar fora de Reino Eremita, por cinco anos, afim de aprender a como governar a região comandada pela sua família.

Ora, para mim era muito fácil, era só ser um babaca, prepotente, arrogante e abusivo que tudo ia correr bem para o primogênito da família.
Não que todos os Park não prestassem, Taehyung, o filho mais jovem da família era até bem gentil e doce, todos os empregados gostavam dele, mas em compensação a megera da sua mãe e o tirano de seu pai eram o terror de todos que serviam a família e ouso dizer, até mesmo, de todos os súditos do Sul.

Park Ji-hoom, o patriarca do clã, era um alpha de meia idade, dono de uma carranca constante, andava pelas terras do sul com seu cabelo loiro bem arrumado, e seu traje azul marinho, típicos da família Park, como um lobo sanguinário farejando medo. Era conhecido por ser impiedoso com todos aqueles que cruzavam seu caminho, e seu cheiro dominante de gengibre ardia nos narizes daqueles ao seu redor, principalmente os ômegas.

Seus olhos azuis gelo, que contrastavam fortemente com a grande pedra de rubi, símbolo do clã Park, que exibia talhada impecavelmente no lado esquerdo do peito de seu traje, eram a última coisa que qualquer súdito do Sul iria querer sobre si.
Eu, felizmente, não havia o visto muitas vezes, desde que fui designado, como pobre ômega que sou, a servir na grande mansão dos Park aos dezessete anos, porém não tive muita sorte no que diz respeito a matriarca da família.

Park Bora, era realmente a pior. E digo isso com conhecimento de causa, pois eu não sei realmente o que era mais irritante naquela ômega de baixa estatura, olhos claros, e um cheiro extremamente doce e enjoativo de baunilha.

Sinceramente ficava na dúvida se era sua vozinha aguda que gritava a cada cinco minutos para que algum serviçal a ajudasse nas coisas mais banais como calçar um par de sapatos ou recolher a cauda de um de seus longos vestidos bufantes, para que andasse para lá e para cá naquela mansão metendo o betelho e criticando o trabalho de todos, ou seus longos discursos de como todos que viviam na região Sul e até mesmo em todo Reino Eremita, deveriam ser gratos aos Park, pois sem os mesmos a paz nunca haveria reinado entre os clãs. Era realmente insuportável.

Mas se fosse só isso em relação a Park Bora, ainda estaríamos no lucro, aquela ômega mostrava seu pior lado, realmente, quando resolvia aplicar punições naqueles que segunda ela "não eram obedientes o suficiente".

Eu, mais de uma vez presenciei suas punições, geralmente em ômegas mais jovens e inexperientes, onde eram obrigados a trabalhar até a exaustão e sem alimentação e em casos extremos até mesmo castigos físicos. Park Bora não fazia questão de esconder o quanto era cruel e todos nós sabíamos.

É por isso mesmo que eu tento ao máximo controlar essa minha boca, já que paciência nunca foi uma de minhas virtudes. Credo! Deus me livre cair nas mãos de Bora.

Quanto ao irmão Park mais velho, eu realmente não sei muita coisa, pois foi embora antes que eu começasse a servir na mansão, o que sei é o que os serventes mais antigos comentam, que antes de partir se tratava de um jovem Alpha Lupus muito educado, bonito e sedutor apesar da pouca idade.

 DESTINO (ABO) JikookOnde histórias criam vida. Descubra agora