Capítulo 13 - Paternidade

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Manoela

Acordei com Mathew pulando em cima de mim:

- Manu, está sol! Piscina!

Lembrei que havia prometido ficar com ele na piscina. Sentou no meu colo, me abraçando.

Os olhos de Mathew eram da cor dos de seu pai, de um castanho tão claro que pareciam amarelos, às vezes. O abracei, beijando sua cabeça. Ele pulou e foi em direção à porta:

- Tio Nico! Vou nadar, você vem?

Só então reparei que Domenico estava lá. Ele pegou Mathew no colo:

- Vou trabalhar, mas quando voltar vamos nadar.

Mathew desceu do seu colo e foi para o quarto. Domenico já estava pronto para ir para a Florença fazer a apresentação e cuidar dos outros negócios. Levantei da cama, descabelada, vestida com uma camiseta larga e fui até ele, colocando minhas mãos no seu peito:

- Tenho certeza que vai fechar negócio. O aplicativo é muito bom. Volta no sábado?

- Sim, preciso passar no médico e conversar com Gisela.

- Claro, faz bem.

Fiquei quieta. Me incomodava o fato dele conversar com outra mulher, mas não podia demonstrar. Fui ao banheiro lavar meu rosto, escovar meus dentes e pentear os cabelos. Olhei para a porta, ainda estava lá, encostado, me observando. Senti um arrepio percorrer a minha espinha.

Andei até a sua direção, tentando disfarçar:

- Minhas roupas de dormir são péssimas, eu sei, mas confortáveis – estiquei a camiseta tentando cobrir as minhas pernas.

Ele sorriu e me puxou pela cintura:

- Preciso ir. Enfiou a cabeça no meu pescoço, cheirando meus cabelos.

- Me avisa se der certo? O negócio?

- Sim.

Beijou a minha testa e foi embora.

Eu não sabia como nosso poderia definir nosso relacionamento, tentava manter uma postura de adulta moderna, independente, que tudo estava bem, mas sentia um aperto no peito toda vez que lembrava que faltavam cinco meses, para terminar. Ele ia se casar com outra, teria filhos e me esqueceria.

Voltei para a realidade, troquei minhas roupas e fui tomar café com Mathew.


Domenico

Abri o envelope que continha o teste, uma tabela com vários números, letras, siglas. Passei direto para a parte de resultados que dizia que eu era o pai biológico da criança.

Olhei para Gisela, que segurava meu filho no colo:

- Qual o nome?

- Lucca.

- Quantos meses ele tem?

- Nove. Quer segurá-lo?

Levantei e o peguei. Tentava encontrar algum sinal de que era parecido comigo. Talvez os olhos. Começou a chorar e eu o devolvi para ela.

- Precisa de mais dinheiro?

- Não, o que enviou é o suficiente.

- E seus pais, não pediram para você voltar para casa?

- Eu preciso voltar, eles já estão fazendo muitas perguntas.

- Como pretende fazer? Não pode levar a criança.

Ela piscou os olhos azuis:

- Agora que tem um filho...talvez possa se divorciar.

- Gisela, acabei de me casar, não vou me divorciar. O que posso fazer é levá-lo para morar comigo e com Manoela.

Ex-princesa da máfia (livro 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora