Capítulo Final - Vivendo um grande amor

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A infância triste e infeliz, feita sob extrema pobreza, o abandono do pai, a morte repentina da mãe e devido as críticas feitas pelos colegas de escola por ele ser um menino órfão e carente de afeto o fez crescer e ainda na adolescência fazer amizades erradas, seguindo por caminhos tortuosos até se tornar o maior criminoso do Estado onde nasceu.

De semelhante forma os anos passados na prisão, dentro daquela cela imunda e fria o fizeram repensar em seus valores, mudando profundamente sua maneira de ver a vida. Ao sair dali decidiu mudar por completo sua realidade e passou a sonhar com a possibilidade de encontrar alguém especial que pudesse viver a seu lado e lhe ajudar conhecer a felicidade que nunca antes teve a chance de experimentar.

Sua nova existência teve como base muito trabalho e planejamento de dias melhores, sempre aos finais de tarde costumava pegar seu carro de auto requinte e sair para algum lugar onde pudesse refletir sobre o que mais desejava conquistar. Naquele final de tarde o destino o conduziu ao porto marítimo localizado próximo ao antigo bairro onde havia vivido sua infância e passado seus últimos momentos ao lado da mãe antes que partisse.

O dia findou enquanto ele se distraia nos seus pensamentos, olhando o serenar das águas e a escuridão da noite finalmente dominou o brilho do sol que se ofuscou por detrás das arvores e dos pequenos montes que cercavam o rio localizado bem a sua frente, era como se aquele adeus da estrela de maior grandeza levasse junto sua alma.

Vivia o êxtase de admirar o pôr-do-sol, quando uma personagem surge do nada e passa bem diante de seu olhar cheio de admiração, despertando seu completo interesse. Não podia negar que se sentia vazio, com a necessidade de poder contar com uma companhia feminina que o ajudasse a fugir daquela terrível solidão que insistentemente o acompanhava.

Principalmente nas madrugadas, quando tudo se resumia num insuportável silêncio, onde somente os quatro cantos daquele amplo quarto testemunhavam seu desalento. A moça passou a pelo menos dois metros do local onde ele estava assentado, admirando o vazio em redor. seus cabelos ruivos e longos combinavam com sua alta estatura, a pele branca refletia no escuro que as lâmpadas dos postes se esforçavam para dominar, de repente seus olhares se cruzaram e um sorriso repentino brotou de seus lábios e ele não conseguiu disfarçar o encanto.

Então correspondeu o riso, o brilho no olhar, a sedução, foi dominado pela paixão. Ela seguiu adiante e o tímido rapaz somente acompanhava seus passos ao longe, com imensa admiração. Por fim a linda jovem acomoda-se numa das mesas da lanchonete localizada nas imediações e ele sem compreender a si mesmo foi tomado de ímpeto e seguiu em sua direção. Ousadamente se aproxima e senta-se ao lado da desconhecida anunciando-se sem que tivesse sido convidado.

— Boa noite, sou o Pedro!

Ela o olha seriamente e tenta entender aquela ousada invasão em sua privacidade. Ele tenta se recompor.

— Desculpe, acho que me precipitei. É que a vi passar agora a pouco e me encantei com sua beleza, então tomei a iniciativa de vir lhe falar

Ela sorri e em seguida também se apresenta ao desconhecido.

— Me chamo Vera, o prazer é todo meu

— Então, me permite fazer-lhe companhia?

O Caveira VermelhaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora