Capítulo 22

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Penélope desfrutou da deliciosa combinação de uma fatia de bolo de morango e um cappuccino, saboreando o doce e o leve amargor que dançavam na sua língua

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Penélope desfrutou da deliciosa combinação de uma fatia de bolo de morango e um cappuccino, saboreando o doce e o leve amargor que dançavam na sua língua. No entanto, o seu desejo de levar consigo o restante da iguaria foi abruptamente frustrado por Ezra, que com uma expressão quase imperturbável revelava a decisão irrevogável.

— Deixe o resto do bolo, Penélope. Não seria adequado carregá-lo por aí — disse ele, interrompendo a sua iniciativa com um gesto firme.

Desapontada, mas ciente da futilidade de argumentar com o seu tutor, Penélope resignou-se e observou enquanto ele pagava a conta. A sua mente estava um caos, desde a entrega do bolo até o singelo toque dos seus lábios pressionados contra os dela, começou como se pertencesse a ela, uma boa façanha para se deixar cair.

À medida que saíram da cafetaria, o céu tingiu-se ainda com os tons dourados do crepúsculo, a iminência do pôr do sol, acrescentando um toque mágico à cidade já deslumbrante. O movimento em Salonica pareceu aumentar ainda mais, as pessoas apressando-se para aproveitar os últimos momentos de luz diurna.

Ezra guiou Penélope através do bulício crescente em direção ao centro da cidade. A visão das ruas movimentadas, iluminadas por uma mistura de luzes néon e o brilho dourado do entardecer, deixava a garota ainda mais maravilhada. Era como se a cidade se transformasse em um palco vibrante, revelando uma faceta diferente da sua personalidade diurna.

Entretanto, o sentimento que teve foi bem agridoce, era impossível não se recordar da última vez que havia ficado deslumbrada com um local e o que havia se seguido depois.

Ao chegarem a um imponente centro comercial com uma fachada totalmente envidraçada, o moreno dirigiu-se ao estacionamento subterrâneo. Penélope observava enquanto o carro seguia para as profundezas do edifício. A expectativa aumentava, porque para ser sincera, ela mal podia esperar para descobrir o próximo capítulo desta noite de seu aniversário.

Assim que o carro se acomodou na vaga, Ezra desligou o motor.

Através do elevador luxuoso que possuía até uma carpete vermelha, Penélope e Ezra ascenderam ao primeiro piso do impressionante centro comercial. A sensação inicial que a envolveu foi como se algo se derretesse no seu peito, uma mistura de deslumbramento e encantamento diante da imensidão de vitrines que se estendia diante dos seus olhos. Era como se um universo de possibilidades se abrisse diante dela, e seus olhos, incapazes de desviar, absorviam a beleza tentadora que se revelava.

Ezra, percebendo a reação de Penélope, desenhou um sorriso condescendente que delineou os seus olhos com um brilho intrigante. Ele então quebrou o silêncio ao perguntar se ela gostaria de entrar. A resposta de Penélope foi um afirmativo tímido. E assim, Ezra a conduziu por entre as lojas suntuosas do centro, incentivando-a a explorar todas as suas extravagâncias.

Joias reluzentes, roupas de grife, sapatos elegantes, bolsas requintadas, livros raros. Cada loja oferecia um espetáculo visual, e Ezra, generoso nos seus gestos (e demais para o gosto de Penélope), incentivava a garota escolher o que desejasse, e com tempo, imersa nesse mundo de opulência, deixava-se levar pelas sugestões e pelo prazer de experimentar tudo, sem desconfiar de mais nada.

O silêncio santoOnde histórias criam vida. Descubra agora