Complô

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Era o oitavo mês de gestação quando Carina decidiu
que já estava mais que na hora de fazer o enxoval da bebê. Com toda a agitação das clínicas da Bailey e da estação, não sobrara tempo para pensar em compras. Todas as folgas até então, foram dedicadas a aproveitar a companhia de sua esposa no conforto do lar. Nesta folga, no entanto, não havia mais escapatória, era ir comprar o enxoval ou a bebê ter que ser enrolada numa toalha de banho quando nascesse.

O tempo pareceu passar mais rápido do que o esperado quando as esposas chegaram ao shopping e encontraram uma loja de roupas infantis. Carina que encontrou uma ala com roupinhas extremamente fofas de bebês, passou incontáveis minutos decidindo entre macacões, camisetas e agasalhos, não percebendo que Maya havia seguido para o lado oposto. Ao notar a ausência de sua esposa, Carina lançou o olhar para diferentes sessões, até encontrar um pontinho loiro vindo em sua direção com as mãos cheias de roupas.

– Amor, amor, olha! – Se aproximou animada com os seus achados.

– Ah não Maya, sem chance... Roupinha de bombeiro outra vez?

– Dessa vez é um vestido amor e tem uma touca, sem falar que os sapatos também combinam. Você tem que admitir, são lindos.

– Não. Nem tente.

– Por favorzinho? – Lançou o olhar de gatinho do shrek que ela sabia cair como uma luva quando o assunto era convencer sua esposa.

– Maya...

–Vamos, diz que sim, essa será a última, prometo. – Finalizando o que seria o último passo para o convencimento, Maya levou os fios soltos da franja de sua esposa para atrás da orelha e depositou um beijo manhoso em seus lábios. – Sim?

– Okay bambina, vamos levá-los, mas esse é o último. Estamos entendidas?

– Yeees!!! Você ouviu Andrea? Sua mãe nos deixou levar o vestido, ela não é um amor? – Andrea chutou em resposta fazendo Carina sorrir.

– Não pense que eu não percebi os seus truques de sedução, tá? Eu apenas deixei que você me convencesse. E a mocinha aqui dentro ainda nem saiu e já está se juntando com você pra fazer um complô? Já estou vendo que vocês juntas vão me dar muito trabalho.

– Espere até eu ensiná-la a fazer a expressão do gatinho do shrek também.

–Dio aiutami.

– Vamos lá, eu sei que você amou.

– FINE!

—🎁—

Não muitas horas depois, após ter descansado da longa caminhada de compras. Maya e Carina organizavam as inúmeras roupinhas que haviam comprado para Andrea.

– Você quer ouvir algo enquanto fazemos isso bambina?

– Por mim tudo bem, pode ser mais divertido. O que você quer ouvir?

– It's beginning to look a lot like Christmas.

– Música de Natal?

–Sim, estamos há um mês do natal e arrumar as coisinhas da nossa filha está me dando nostalgia. Será o primeiro natal com a nossa própria família.

– É verdade, eu ainda não tinha pensado nisso. Andrea vai ser o nosso presente de Natal.

– Um presente de Natal com fraldas fedorentas e muito chorona, mas vai ser o melhor presente de natal que já ganhei.

– Música de natal então?

– Alexa, tocar It's beginning to look a lot like Christmas.

As notas iniciais do piano preencheram o quarto, despertando em Maya uma vontade sútil de assobiar ao ritmo da música. Carina que colocava uma das peças na gaveta da cômoda em sua frente, também se deixou levar pela melodia e iniciou uma dança tipicamente sua, daquelas em que se vê a felicidade em cada passo.

Ao sentir a movimentação atrás de si, Maya parou por um minuto para observar aquela que parecia a cena mais linda que ela já tivera o prazer de ver: Sua esposa, grávida, dançando encantadoramente ao ritmo de uma música de natal.

Seu coração parecia inundar de amor, de maneira que não conseguiu conter a vontade de caminhar até sua amada e abraça-la por trás, entrelaçando as mãos sobre sua barriga, mantendo não só os três corpos conectados, mas também as suas almas, enquanto balançavam-se sutilmente ao som de Michael Boublé.

À medida que o trabalho das mamães ia sendo finalizado, a noite lá fora caía apressadamente e as baixas temperaturas resfriavam os vidros das janelas trazendo um ar frio às instalações. Era hora de acender a calefação. Mas a família Deluca-Bishop não estava preocupada com isso, pois o espírito natalino e o amor que compartilhavam naquele momento, aquecia os seus corpos e corações.

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MARINA MAMÃES - Vivendo Um SonhoWhere stories live. Discover now