Presente de natal

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Era noite de Natal e a nevasca estava intensa. Maya estava de plantão e havia recebido um chamado para socorrer motoristas bloqueados em uma avenida central. Carina se preparava para a ceia natalina na casa de Jô, onde estariam seus amigos do hospital ou pelo menos aqueles que haviam conseguido folga  nessa noite tão disputada. 

Ao tentar sair, Carina percebeu que a tranca estava emperrada e decidiu olhar pela janela para confirmar a sua hipótese: A porta estava bloqueada pela neve. Não havia muito o que fazer, se não avisar a Jô as razões pelas quais não poderia ir, voltar para o sofá e assistir o especial de natal na tv.

No ápice do seu tédio, Carina sentiu algo molhado no sofá e levantou-se para verificar a razão. Ao se colocar de pé notou um líquido quente descer por suas pernas e empoçar no chão, dando-se conta de que sua bolsa havia rompido e ela daria a luz naquela noite, sem ajuda e com uma tempestade de neve lá fora.

Ela precisava avisar a sua esposa e pedir pra ela tentar voltar pra casa.

– Bambina atende ...

– Oi, aqui é a Maya, não posso atender no momento, você sabe o que fazer. — A chamada caiu na caixa postal. Carina tentou mais algumas vezes, mas não obteve sucesso e resolveu ligar para Teddy que estaria de Plantão no Grey Sloan essa noite.

– Alô Teddy ? —Iniciou em um tom quase desesperado.

– Oi Car, está tudo bem?

– Teddy, minha bolsa estourou. Maya não atende, eu estou com a porta bloqueada pela neve, eu não sei o que fazer.

–  Okay, fica tranquila... Vou chamar os paramédicos mais próximos de você para te buscar, não se preocupe. Vai dar tudo certo Car.

– Muito Obrigada Teddy, por favor não demore.

                    
—🎁—

– Batalhão de bombeiros da estação 19, ambulância 3 na escuta.

– Há um chamado na rua 4th Ave, 44 Ballard, Seattle. Trata-se de uma gestante prestes a dar a luz, que está com a porta bloqueada pela neve.

– Espere, eu conheço esse endereço. —Ponderou Warren.

– Essa não é a Casa da Maya? —Theo perguntou em tom preocupado.

– Sim, essa é a casa da Maya!  Central, qual o nome da paciente?

– Carina Deluca. — Informou a atendente.

– Oh meu Deus, Carina está dando a luz. —Anunciou Warren assustado.

– Onde está Maya?

– No chamado dos motoristas bloqueados.

– Precisamos avisa-la.

—🎁—

A dor do parto que dominava seu corpo, fazia com que Carina sequer pudesse se mover. Embora sua experiência em partos fosse vasta, estar na perspectiva de uma gestante prestes a dar a luz, era tão assustador que bloqueava qualquer conhecimento de anos de faculdade e pesquisa. A única coisa que habitava os pensamentos da italiana era que a sua esposa pudesse estar ali a ajudando a passar por esse momento.

– Eu não  posso fazer isso sozinha, não posso. Maya se eu não morrer com essa dor, eu vou te matar por não estar aqui.— Lamentava enquanto a dor lhe afligia.

—🎁—

– Capitão Beckett , Harren falando.

– Na escuta Harren.

– A Maya está a vista?

– Sim, e está bloqueando meu campo de visão agora mesmo. Do que se trata?

MARINA MAMÃES - Vivendo Um SonhoOnde histórias criam vida. Descubra agora