Capítulo 05 ─ Uma Questão de Confiança

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Existe um adágio popular bem antigo que diz a mentira ter pernas curtas, creio que essa afirmação pretende dar sentido ao que   séculos atrás já afirmava o rei Salomão, quando disse que se alguém fizer uma cova será o primeiro a cair dentro dela e pelo visto foi exatamente o que acontecia comigo ao chegar naquela altura de minha história com Héctor. As inúmeras mentiras que contei a ele sobre mim e meu passado agora estavam sendo reveladas.

Me desmascarando diante de seus olhos assustados e perplexos ao perceber que eu não era nem de longe aquela boa moça que imaginou. O pior de tudo foi ver que quanto mais tentava remendar o rasgamento da cortina de enganos que criei para encobrir meus rastros vergonhosos, mais percebia crescer a brecha que deixava à mostra a podridão dos meus atos que por muito tempo tentei esconder de todos que me conheciam

Quanto mais nos aprofundávamos nos nossos diálogos duas coisas crescia entre nós, primeiramente o meu desmascaramento diante dele, que passou a ver mais claramente minha hipocrisia e se tocar que estava caindo dentro de um grande abismo e que confiar em mim seria um enorme erro. Em segundo lugar, eu percebi que estava sentindo crescer dentro de mim um sentimento estranho.

Diferente de tudo o que antes havia sentido e vivido, uma inquietação tremenda surgia no meu coração toda vez que ouvia Hector se referir a outra mulher com algum elogio, ou confissão de já ter fodido ela ou simplesmente tivesse rolado um amasso entre eles, mesmo que sem qualquer importância, era o tal de ciúme, aquela coisa que nos faz querer até matar quem tocar no que queremos. Agora, vejam só em que encruzilhada me encontrei daquele momento em diante.

Logo eu que fui doutrinada a ser uma mulher fria em relação aos homens por considerar esse lance de amor e paixão algo que jamais deveria ser sentido por uma puta de verdade, vendo tudo aquilo como uma fraqueza, uma tolice de mulheres fracas e que nasceram com a tendencia a servirem de capachos debaixo dos pés de um cara qualquer. Sinceramente? Me via totalmente perdida!

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Anne: "E aquela irmã pode cortar a asinha dela. Pode dizer para ela nunca mais aparecer na sua casa. Se eu souber que ela está indo aí. Tirou aquela pessoa do seu Instagram que ligou para você convidando para ir à igreja no domingo? Volta aqui! Tirou aquela pessoa do seu Instagram que ligou para você convidando para ir à igreja no domingo?"

Heitor: "Que pessoa?"

Anne: "A mulher do Ronaldo"

Heitor: "Ah, a Kerlly?"

Anne: "Acho que é esse o nome dela Essa sínica mesmo! Tirou ou não tirou?"

Heitor: "Ainda não, mas vou tirar"

Anne: "Por que ainda não?"

Heitor: "É que quase nem entro lá"

Anne: "O que está esperando para fazer isso? Não importa, já era para ter feito isso. Há muito tempo"

Heitor: "Você nem se incomodou quando soube que ela me convidou, porque está se incomodando agora, está fingindo sentir ciúmes de mim para provar que me ama? Não precisa desse fingimento todo"

Anne: "Meu bem, não estou mentindo! Porque eu confio em você, mas você não confia em mim. Está bom então, sei que mesmo quem ama de verdade não confia totalmente, isso leva tempo. Não está mais aqui quem falou

Heitor: "A gente ainda nem nos encontramos e você já confia em mim?"

Anne: "Não confio mais!"

Héctor: "Só devemos confiar numa pessoa com quem nos relacionarmos depois que a relação amadurecer e a pessoa é várias vezes tratada e aprovada. Já que você confia tanto em mim, isso quer dizer que se eu tivesse saído com a Cléo você nunca saber, porque quando a gente aparecesse junto a Cléo não ia te falar, nem eu, aí você ia viver a vida toda comigo sem saber que comi a cunhada. Esse é o perigo de confiar. Veja bem em quem você confia. Tem sorte que eu te amo"

As Confissões de AnneOnde as histórias ganham vida. Descobre agora