Capítulo 52

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Acordei com um pezinho pequeno e macio como um pão perto do meu nariz.

Respirei fundo abaixando o pezinho até que ele estivesse no meu pescoço e abri os olhos.

Violet estava deitada na cama com a cabeça dela encostada no corpo da Elisabeth, enquanto as perninhas estavam sobre meu corpo.

Não sei que horas são, mas como o despertador da Elisabeth ainda não tocou, presumo que seja cedo. Talvez ainda esteja de madrugada, não sei dizer, porque as cortinas estão fechadas, portanto não consigo ver se o sol já está nascendo ou se ainda está tudo tomado pela escuridão lá fora.

Fui atingido com um chute no queixo pela Violet. Não doeu, mas foi o bastante para me fazer levar um susto e abrir os olhos novamente.

Quando olhei, ela estava virada de barriga para cima e pela forma que mexia a boca, acho que estava sonhando com a mamadeira.

Elisabeth está apagada, deitada virada de frente para a Vi e para mim, coberta até o pescoço, com um dos braços sobre o coelhinho da Violet, que eu acho que ela está pensando que é a própria Vi.

Mal sabe ela que a nossa princesinha está completamente esparramada na cama, me chutando sem motivo e bem longe do seu braço protetor.

Estiquei meu braço pegando meu celular para ver as horas, notando que havia mensagens de um número desconhecido.

Eram cinco e quarenta e sete da manhã.

Desbloqueei o celular e entrei nas mensagens.

"Número Desconhecido: Foi divertido, não foi? 😂😂. (02:33)"

"Número Desconhecido: Você tinha que ver a cara dela, foi... Hilário! Impagável, Christopher 😂. (02:33)"

"Eu: Espero que ache graça assim quando eu foder a sua vida, sua filha da puta!. (05:48)"

"Eu: Eu já disse para ficar longe da minha esposa! Fica longe da minha família, porra!. (05:48)"

As mensagens não chegaram para ela, então ela provavelmente já deveria ter retirado o chip para evitar que fosse rastreada.

Bufei sentindo o estresse tomar conta de mim às cinco — quase seis — da manhã.

Ainda não fiz nada no meu dia, e já vou começar ele estressado por conta dessa desgraçada!

Tirei print da conversa e mandei para o delegado, mesmo que ele tenha voltado a monitorar minhas mensagens. Quis garantir que ele tivesse ciência do contato e que visse as mensagens que a filha da puta havia me enviado, debochando do ocorrido.

Se eu ainda não tinha perdido totalmente o sono depois dos chutes da Vi, naquele momento todo e qualquer resquício de sono no meu corpo simplesmente evaporou.

Fiquei deitado na cama de olhos fechados pensando em tudo o que tinha acontecido e estava acontecendo.

Pensando em todas às vezes que a Elisabeth correu perigo por conta de pessoas que não gostam de mim e quiseram usá-la para me atingir de alguma forma.

Pensei também, ou melhor, tentei me recordar de pessoas com quem me envolvi no passado e que estariam dispostas a infernizar a minha vida e o meu casamento por pura diversão.

Só para transformar a minha vida e a da Lise em um inferno, justamente quando estávamos vivendo a melhor fase do nosso relacionamento.

Justamente quando tudo estava dando super bem.

Não consigo me lembrar.

Por mais que eu me esforce, não consigo me lembrar ou pensar em alguém que se prestaria esse papel ridículo, e que não tem porra nenhuma da vida para fazer, aparentemente.

The Contract - continuação..Onde histórias criam vida. Descubra agora