Capítulo 2

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A noite terminou bem e logo amanheceu, senti que precisava lembrar de algo, mas precisei focar nisso depois já que precisava deixar algumas coisas prontas.

Dispensa do trabalho, transferência de escola, casa na mão de colegas e coisas do tipo.

Eu pretendia voltar, mas só depois de algum tempo.

Carol desceu cedo, apesar da notícia de ontem, ela estava muito animada.

-A mãe da Verônica vai levar a gente de carro.-informou.-Vou usar a pulseira o tempo todo.-me garantiu mostrando o pulso.-Pode me dar dinheiro?-pediu como sempre fazia.

Sorri revirando os olhos.

-Só faz o que eu quero quando quer dinheiro.-murmurei de maneira divertida colocando a vassoura de lado.

A sala estava apenas metade varrida.

-Claro que não!-me seguiu enquanto eu ia até minha carteira e tirava o cartão.

-Faça bom uso, não compre muita coisa porque vamos viajar agora.-ela assentiu.

Tomamos juntas o café da manhã, eu a levei para a escola e então fui resolver o resto sa situação.

Precisaríamos de outros nomes.

Nossos nomes originais são Grace e Carolina, mas já foram Johana e Clara, Tailor e Margarida, Alana e Anna, hoje usamos o Maria Grace e Ana Carolina, também nunca usamos o mesmo sobrenome, aqui carregamos o famoso Santos.

Para o Havaí vamos usar Mele e Kaili, posso dizer a ela que seria uma espécie de traduções dos nossos nomes.

Nossa documentação falsa ficaria pronta em algumas horas, mas mesmo com tudo bem encaminhado, eu estava com o peito apertado.

As lágrimas caíram sem controle e eu não consegui conter, só puxei os joelhos e chorei como já não fazia a tanto tempo.

Uma... crise?

Por que não podemos viver em paz?! Eu não aguento mais fugir, só quero paz...

Aqueles longos minutos que passei chorando me rendeu uma enorme dor de cabeça, mas me fizeram bem de certa forma, fiquei feliz de lavar a alma.

Eu precisava chorar, precisava pôr pra fora tudo o que estou sentindo.

Cada vez que penso que isso tudo é culpa de Marcus sinto raiva, raiva o suficiente para querer matá-lo e apostava que isso um dia fosse acontecer, eu estava cansada de fugir.

No entanto, mesmo cansada e ainda com algumas lágrimas, eu me levantei e fui fazer o que deveria, eu precisava continuar pela Carol.

O horário passou lentamente, se arrastando e a cada instante eu sentia um desespero maior, um pavor que dominava meu corpo por inteiro.

Parecia que eu estava de frente pro meu pior pesadelo, minhas mãos soavam, meu coração ficava acelerado e a adrenalina corria livremente pelo meu sangue como uma droga injetada.

Eu devo estar muito doida.

No fim da manhã eu já tinha adiantado quase tudo, só precisava arrumar algumas coisas no meu escritório, mas faria isso ao retornar.

No momento eu precisava ir atrás de Carol.

Eu sei que prometi que deixaria ela ir sozinha, mas não consigo ficar em casa e esperar ela chegar, principalmente nesse estado que estou agora.

Eu precisava ir até ela e ver com meus próprios olhos que ela está bem, mesmo que esteja usando a pulseira.

E era isso o que eu ia fazer.

Grace - Obsessão Além do tempo [Degustação]Where stories live. Discover now