Capítulo 4

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-Grace, que história é essa? Você não me explica nada!-reclamou completamente apavorada.

Segurei seus ombros.

-Escute bem.-ela concentrou-se completamente em mim.-Esse homem nos persegue a onze anos e eu fui obrigada a esconder isso para te dar uma vida normal, ele está atrás de você, mas a culpa não é sua, é do vovô.-expliquei rápido.-O gravador vai explicar tudo.-ressaltei.-Quando chegar em solo russo, ligue para o contato que está como tia Mellory, diga que Marcus nos achou e dê sua localização, ela vai te buscar e você pode confiar nela, me entendeu?-ela assentiu.

-Mas e você?-respirei fundo. Precisaria dizer coisas convicentes a ela, pois não sabia se voltaria a vê-la.

Eu precisava impedir Marcus de chegar até ela e também o HD, no caminho para este aeroporto havia me lembrado dele, se Marcus pegá-lo eu estarei ferrada.

Todos nós estaremos ferrados, inclusive Carol e toda a nossa família.

-Eu vou logo depois, precisamos ir em horários diferentes para não levantar suspeitas.-ela franziu a testa.-É que ele sabe que sempre ficamos juntas, se viajamos separadas desta vez, ele vai demorar mais a nos achar.-ela assentiu parecendo entender.

-Vamos nos separar agora, preciso correr para outro aeroporto.-toquei sua cabeça.-Nesta mochila tem tudo o que precisa, prometa pra mim que ficará segura e que se caso ele te achar apertará aquele botão em sua pulseira.-ela assentiu freneticamente e então me abraçou forte, de maneira intensa.

-Vou sentir sua falta.-eu sei que queria muito ter uma vida normal, muitas noites já me peguei amaldiçoando o dia que Carol nasceu... mas eu a amava, mesmo com toda essa carga, a culpa não era dela, nunca foi.

Beijei o topo de sua cabeça fazendo o possível e o impossível para conter as lágrimas.

-Não demore.-sorri assentindo.

-Se notar algo, me avise.-sorri.-Agora vá para a espera, seu nome agora é Anna Lontra, me entendeu?-dei a documentação a ela que assentiu sem questionar nada.-Te amo.

-Também te amo.-eu não queria prolongar mais isso, então eu saí do aeroporto sem olhar pra trás.

Aquela despedida já estava sendo dolorosa o suficiente para nós duas.

Respirei fundo e subi na moto, eu precisava voltar, não tinha escolhas.

Talvez dessa vez eu morresse...

Tudo bem, Carol estava segura.

Mas se eu morresse faria o máximo para levar ele comigo.

Liguei a moto e notei que estava ficando sem combustível por isso tive que passar em um posto de gasolina antes de retornar.

-Enche o tanque com aditivada, por favor.-o frentista sorriu e se dirigiu a bomba, já eu fui rapidamente a loja de conveniência comprar uma água.

Precisava me hidratar, tinha uma guerra para enfrentar porque com toda certeza ele deixou alguém para me pegar lá, caso eu voltasse.

Peguei minha água e me dirigi ao caixa, uma moça simpática sorriu.

-Oie gata, o que acha de um passeio em minha moto?-perguntou uma voz masculina carregada de malícia, me virei dando de cara com uma espécie de motoqueiro careca.

-Eu tenho minha própria moto.-apontei com a cabeça para a minha moto pela janela enquanto pagava a água.-E além do mais, eu não curto carecas.-a menina riu e eu saí da loja indo até o frentista.

-Pronto, senhora. Deu 132 reais.-sorri lhe dando o dinheiro.-Só um instante, vou buscar seu troco.-assenti enquanto me encostava na moto, abri a garrafinha e bebi a água em um grande gole, quando notei já tinha bebido mais da metade.

Grace - Obsessão Além do tempo [Degustação]Onde histórias criam vida. Descubra agora