4 - The love ⊰⊹

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Viro na primeira curva que encontro e por sorte tinha uma parede perfeita para se esconder então escoro as costas nela respirando com dificuldade, não costumo correr em nenhum momento da minha vida então meu corpo se sente prestes a se desintegrar.

Puxei Sakura junto comigo, agora estamos quase colados um no outro devido ao pouco espaço do ambiente. Hoje eu tirei o dia para as desgraças.

Ouço eles se aproximando e coloco o indicador na boca para que Sakura não ousasse nem respirar alto demais. Agora que a adrenalina está abaixando percebo que nunca estive tão perto assim de alguém então isso me deixa um pouco corado. Desvio o olhar dela para o chão porque sinto que seria desrespeitoso olhar demais agora.

Esperei um tempo depois que eu ouvi dois deles conversando bem próximos daqui e então eles se afastaram, quando não os escutei mais suspirei aliviado.

- Por que eles estavam correndo atrás de você? - pergunto finalmente.

- Eu não sei, esses são as pessoas simpáticas que estavam com o boné e - ela tira da sacola algunas tralhas aleatórias - isso tudo.

- Espera aí, você pagou com o que?

- Pagar? - ela parece genuinamente confusa.

Fico boquiaberto entendendo tudo e então respiro fundo, mantendo o controle da situação. É muito difícil não poder xingar alguém que parece tão estúpido, mas na verdade só vem de uma realidade totalmente diferente.

- Vamos para casa, eu resolvo isso depois.

- Casa? tipo nossa casa? eu moro lá agora!? - ela sorri entusiasmada.

- Eu quis dizer minha casa - faço questão de dar ênfase na palavra só para acabar com a alegria repugnante dela.

- Melhor do que nada - ela bufa.

Em seguida a guiei de volta para o meu prédio, se eu a manter aqui, significa menos confusão então me parece un bom plano. Entro em casa e assim que fecho a porta começo com a explicação.

- Primeiro de tudo, vou te deixar ficar aqui já que preciso de você temporariamente, foco no fato de que tem prazo de validade - adentro minha sala me aproximando dela - você vai fazer sei lá o que vocês cupidos fazem, e eu fico com a Karin, então você vai poder voltar para o seu mundo e nunca mais nos vemos, combinado?

- Sim - ela assente - menos a parte do nunca mais nos vermos, eu gosto de você, posso te visitar sempre que você chamar - ela pisca.

- Não perguntei.

Sakura me olha feio, mas continuo mesmo assim.

- Regras da casa - tusso andando em círculos enquanto as dito - nada de barulhos irritantes, nada de trazer coisas alegres ou coloridas para dentro, não traga visitas, hora de dormir é às dez porque eu preciso trabalhar, nem pense em desligar o meu alarme, não coloque fogo na cozinha, não coma minha comida sem a minha permissão e fique longe das minhas coisas.

- Entendi - ela parece meio assustada, mas depois acaba rindo - quer que eu não respire também?

- Seria bom - concordo com a cabeça e ela fica séria na hora - Agora anda, vou arrumar uma roupa para você.

- Qual é o problema com a minha? - ela analisa a sí mesma.

- Quer pegar uma pneumonia? eu particularmente não me importo se você morrer, mas por enquanto não seja tão suicida - entro no meu quarto e começo a vasculhar minhas roupas.

- Pneu o que?

- É uma... espera, cupidos pegam doenças?

- No nosso mundo não tem coisas ruins, doenças são ruins - ela diz atrás de mim.

Cerejeira do inverno - sasusakuOnde histórias criam vida. Descubra agora