PSICOPATA EM KRATOS 2 || 𝒔𝒂𝒔𝒖𝒔𝒂𝒌𝒖

CAPÍTULO 1

Era inverno, havia neve espalhada pelos carros, casas e calçadas. O tempo nublado e o frio que gelava minhas bochechas quase me fazia recuar para meus lençóis, quase.

As primeiras semanas desde que voltei de Nova York foram as mais difíceis, comecei a ter palpitações e insônia mas não demorou muito pra descobrir que estava tendo crises de ansiedade noturna, além de chorar constantemente consumida por todas as frustrações, minha alimentação de fast foods não foi diferente. Naruto começou a dormir no sofá, fazia minha refeição e deixava congelada para que eu pudesse esquentar com facilidade para o jantar.

Depois de ficar desidratada de tanto chorar, não havia mais lágrimas em estoque. Apenas parei de chorar, comecei a fazer terapia e foquei toda minha concentração na minha carreira profissional. Eu não poderia chorar por 5 anos por causa de um cara que tirou minha virgindade e no dia seguinte tentou me matar.

- Cuidado com o carro! - a senhora atrás de mim gritou quando atravessei a faixa de pedestre sem olhar o sinal. Um dos carros vinha acelerando em toda velocidade antes de eu correr para o outro lado da rua. Ele buzinou sem parar.

- O que deu em você? - Naruto perguntou me encarando preocupado

- Eu só estava distraída. - digo e ele encara minha expressão por mais algum tempo antes de voltarmos a andar em direção ao prédio central da cidade.

Ao adentrar o local, o cheiro de jardim e lavanda invadiu meus pulmões, olhei ao redor, a decoração seguia o padrão de cor creme das paredes até o sofá espaçoso no canto da sala de espera. Me aproximei do balcão.

- Bom dia, nós temos uma reunião agendada pra hoje com o Jiraya.

- Irei confirmar. - ela diz levando o telefone até a orelha. - Pode me informar o nome de vocês? - ela pergunta direcionando seu olhar a nós

- Sakura Haruno e Naruto Uzumaki. - Naruto responde. Ela sorri gentilmente

- Bom dia Senhor, há alguma reunião marcada pra hoje com Sakura Haruno e Naru... - ela para de falar - Certo.

Desliga e volta sua atenção a nós

- Podem subir. - ela diz corada olhando para o Naruto que apenas ignora seu flerte.

- Você é muito lerdo. - afirmo quando entramos no elevador. Ele clica no décimo sexto andar e as portas se fecham

- Por que?

- A recepcionista ficou corada o tempo todo enquanto te olhava. - sussuro

- Não viaja.

- Hinata ficaria insegura.

- Ela não tem o porquê ficar.

- Claro que tem, ela é sua noiva.

- Por isso mesmo. - ele sorri de lado e eu retribuo o sorriso.

Chegamos ao andar marcado e outra recepcionista nos recebe, nos guiando até o escritório particular do seu chefe. Tudo parecia tão perfeitamente organizado e limpo que eu tinha medo de encostar em algo.

A garota esbelta que andava ao nosso lado abriu a porta e nos deu acesso para entrar.

- Prazer em conhecê-la Doutora Haruno. - Jiraya vem até o meu encontro e aperta minha mão.

- O prazer é meu. - digo e sinto ele demorar seus olhos em mim antes de se virar para o Naruto e lhe dar um abraço.

- Quanto tempo pirralho. - os dois se abraçam

- Eu não tenho mais 12 anos mestre.

- Claro que não. - Ele dá a volta em sua mesa e estende a mão para que façamos o mesmo - Sentem-se - Ele aguarda até que nós fiquemos confortáveis - O que trás vocês aqui?

- Como já havia adiantado algumas informações sobre a Doutora Haruno, apenas irei ser direto sobre o assunto. - Naruto diz sério - Kratos recebeu uma transferência confidencial a cinco anos atrás. Uchiha Madara, é simplesmente o homem mais perigoso do Japão, fundador e chefe da gangue mais perigosa do país.

- E onde a garota entra nisso?

- Ela foi convocada a trata-lo, assim como fez com Uchiha Sasuke alguns anos atrás, por esse motivo ela irá ser uma infiltrada e poderá conseguir informações das organizações criminosas existentes.

- Você acha que conseguirá tirar alguma informação de Uchiha Madara? - ele riu alto incrédulo

- Meu interesse é unicamente em descobrir o paradeiro da Akatsuki, eles são uma ameaça pra Konoha e pra todo o Japão. - afirmo com firmeza

- E por que isso te interessa? - sua sobrancelha levanta especulativa

- Akatsuki está atrás de mim. - Naruto diz ao meu lado e eu aperto sua mão que estava descansando no apoio da cadeira.

Há 3 meses atrás descobrimos o motivo da Akatsuki estar rondando Konoha, Kakashi tinha poder e influência pra descobrir algo dessa magnitude. Porém mesmo pra ele era extremamente difícil conseguir informações de Uchiha Madara, então decidimos criar um projeto voluntário onde eu possa conseguir informações e repassar para Kakashi, isso quebra meu código de ética do sigilo de psicólogo e paciente, mas isso é uma regra que pode ser quebrada caso a vida de outra pessoa esteja em risco. A do Naruto está, e eu colocarei minha carreira, minha vida e tudo que for possível para mante-lo em segurança.

- Eu sei. - Jiraya diz e nós nos entreolhamos, em choque.

- Como? - Naruto pergunta irritado. - Por que não me contou?

- Bom, logo logo vocês saberão.

- Que história é essa?

- Teremos um convidado especial no evento de hoje, conto com a presença de vocês dois. - ele se levanta - Tudo vai ser esclarecido lá.

- Quem? - Naruto se levanta e eu também não demoro muito para me levantar e caminhar até a porta

- Não seja ansioso Naruto. Você está entrando em um mundo perigoso, é bom que esteja preparado para isso. - Jiraya nos acompanha até a porta - Continuaremos essa conversa mais tarde.

Saimos, com a cabeça pesada com tantas dúvidas. Quem é o convidado especial? Por que todo o mistério? Como Jiraya sabia sobre os planos da Akatsuki? O que ele estava planejando?
Diversas perguntas sem resposta.

Naruto me deixou em casa antes de ir embora para a sua, ele parecia atordoado mas não ousei analisá-lo, ele anda muito sobrecarregado com toda essa perseguição principalmente por mentir pra hinata sobre isso. Ele não queria envolve-la com medo dela se tornar alvo já que agora era noivos. Ele permitiu que eu contasse pra Ino então ela é a única que sabe de tudo que está acontecendo.

Abaixei a maçaneta para entrar no meu apartamento, sendo recebida pelo ar quente que tanto me confortava. Hoje era o último dia da estação mais fria do ano dando espaço para a primavera. Eu preferiria flor de cerejeiras do que neve.

Pego o telefone e ligo para Ino para atualizar ela do que estava acontecendo e convidando-a para o baile de hoje. Ela disse que daria apoio moral por algumas horas mas voltaria cedo pois precisava estudar.

Troquei de roupa e fui para o treino de Krav Maga que fazia todos os dias. A academia de luta era do Neji, o primo da Hinata, com Rock Lee e Tenten de sócios. Treinar era um hábito que criei desde Nova York que não consegui abandonar, mesmo que a lembrança de um certo moreno estivesse me corroendo a cada golpe no saco de areia, mas o afundei tanto em minhas lembranças que aqui se tornou um refúgio para minha mente agitada.