aula de inglês

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A selva de pedra mais parecia um cosplay de baixa renda de Paranapiacaba, totalmente contornada por um lençol grosso de neblina, que deixava até mesmo os mais agasalhos, estremecendo dentro de seus veículos

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A selva de pedra mais parecia um cosplay de baixa renda de Paranapiacaba, totalmente contornada por um lençol grosso de neblina, que deixava até mesmo os mais agasalhos, estremecendo dentro de seus veículos.

Sempre que arriscava olhar para o céu, podia vislumbrar os tons acinzentados, o Sol que lutava ferozmente por um espaço entre tantas nuvens, mas dessa vez, a batalha fora totalmente perdida.

Além disso, mulher, tem outra coisa! Minha mãe não dorme enquanto eu não chegar! — ia cantarolando a todo vapor, batendo as mãos no volante ao ritmo, sentindo-se estranho por não ouvir o timbre de voz de seus filhos o acompanhando, já que era segunda-feira — Sou filho único, tenho minha casa pra olhar!

A grande melancolia ia o rodeando aos poucos, ganhando espaço o suficiente para o deixar tão absorto em pensamentos, onde na maior parte do tempo, ficava só.

Guilherme trabalhava de manobrista em um salão de classe média alta aos arredores do Alto de Santana, onde a maior parte dos apartamentos da região eram facilmente avaliados em um milhão.

Chegava animado, passava na padaria para comprar um café e aquecer o peito, guardava a marmita na cozinha do salão e dava bom dia para as meninas que entravam mais cedo.

Gostava do clima do trabalho, de todos os comprimentos corteses, dos cinco minutos de papo aleatório quando uma das cabeleireiras usava seu horário de descanso para fumar, o que sempre ocasionava em convites para uma cerveja, no qual ele nunca aceitava por causa dos filhos.

Magda, uma mulher baixinha de longos cabelos castanhos e cacheados, mantinha sempre a sugestão no olhar e um belo sorriso, alguns flertes baratos que Guilherme era tonto demais para perceber.

— Você comentou que as crianças ficaram fora no fim de semana — começou como quem não quer nada, sempre sondando território.

O homem em questão apertou os olhos para poder enxergá-la, afinal mesmo que o Sol não estivesse aparente, ele ainda ardia os olhos quando se olhava por muito tempo.

— Foram passar um tempo com a minha mãe.

— E como foi seus dias de tranquilidade?

— Estranhos — ele riu-se apesar de tudo, e caramba, quanto mais encarava Magda com o maldito cigarro entre os dedos, mais vontade sentia de fumar — Nunca fiquei sozinho e não sei bem o que fazer.

— Você pode ir pro pagode com a gente — sugeriu jogando a cinza sobre o cinzeiro improvisado — Vamos naquele da Engenheiro, sabe?

— Hoje é segunda-feira.

— E lá tem dia pra dançar?

Ele riu, e quando viu um carro se aproximando, foi tratar de manobrar.

Por passar boa parte do expediente sentado atrás de uma peça de madeira que servia como apoio para o guarda-sol, Guilherme Gomes tinha bastante tempo livre. O salão em si não estava sempre cheio, pois gente rica gostava de ser sempre prioridade, o que fazia com que atendessem cerca de dez ou doze pessoas por dia, que para um salão de beleza, era relativamente pouco, se você não fosse contar com o fator capital recebido.

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