sala de estar

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Lysandra ainda tentava entender o barulho de um objeto qualquer caindo, a forma com que o som da ligação finalizada cresceu em seus ouvidos

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Lysandra ainda tentava entender o barulho de um objeto qualquer caindo, a forma com que o som da ligação finalizada cresceu em seus ouvidos.

Seria possível que tivesse dito alguma coisa errada?

Não, não poderia. Leah Lascivious existia há mais de dois anos, onde graças ao seu melhor amigo, Matty, ela tinha aprendido todas as artimanhas da putaria, entendido como a mente masculina funcionava.

E dentre os setecentos e trinta dias que esteve naquela empresa, nunca obteve reclamações, para ser sincero, eram apenas elogios.

Então o que diabos poderia ter ocorrido?

Apesar de tudo, respirou fundo e colocou o aparelho no lugar, pegou impulso com as pernas para girar a cadeira e encarar o lugar onde estava.

Diferente de toda a fantasia mundana, o Dirty Talk Co. soava como um escritório qualquer.

Tratava-se de um imóvel comercial no formato de um sobrado, vaga de garagem e cozinha ampla para lanchar, os quartos foram divididos por paredes de gesso, onde você tinha sua mesa convencional com um computador e o telefone do lado.

Tinha tamanho suficiente para uma pessoa trabalhar relativamente confortável, esticar as pernas quando precisasse, ir ao corredor pegar um copo de água no filtro, molhar a única planta disponível em cada uma das salas.

Era feio, sem graça e com uma cor horrorosa: um amarelo profundo que lhe doía os olhos.

Quando a hora do lanche da madrugada chegou, Lysandra estava minimamente cansada.

Por ser segunda-feira, não tinha muitos clientes ativos, a maioria eram caras que se escondiam de suas esposas para conversar com Matty ou Geovana — a tão famosa e almejada Penny Tration.

Soava engraçado pensar que a maioria de seus clientes gostaria apenas de alguém para conversar, mas ao mesmo tempo gostavam de uma dose de putaria. Pôde perceber que para desabafos, ele sempre a escolhiam, e os mesmos caras chorosos que sempre reclamavam de suas vidas miseráveis, eram os mesmos que depois da ligação, começavam a parte de putaria com Matty ou Geovana.

Era justamente um dos motivos de Leah não se importar muito com o trabalho que exercia, pois de dez clientes, apenas dois queriam falar besteira.

E se tinha uma coisa que ela gostava, era de ver como apenas o timbre de sua voz conseguia fazer o outro ficar totalmente a mercê.

— Estou falando sério — Leah começou enquanto descascava sua banana — foi a primeira vez que isso aconteceu.

Naquele momento tão oportuno, onde a tatuada era totalmente fitada por seus dois colegas de trabalho, a animação era grande demais.

— Parece que alguém finalmente deixou de ser psicóloga de tarado — o garoto sorriu o mais sugestivo dos sorrisos.

Matty Milk, para os mais lascivos, era um garoto de vinte e três anos de longos cabelos ondulados e dourados, tinha um rosto fino e delicado, lábios medianos e orbes em tons de castanho claro, quase chegando a um mel. Mantinha uma cicatriz na sobrancelha esquerda, onde criou-se uma breve falha de pêlos, mas que lhe dava um charme a mais.

LASCIVIOUS | HIATUSWhere stories live. Discover now